Mal avaliada pela população e desgastada dentro do próprio partido, a presidente Dilma Rousseff (PT) irá alterar as Medidas Provisórias 664 e 665, que tratam de cortes nos benefícios trabalhistas, para tentar reconquistar sua base, segundo informação do Estado de S. Paulo. Caso passassem da maneira como estão redigidas, as duas MPs trariam uma economia anual de R$ 18 bilhões ao governo, algo que tornaria mais próximo o atingimento da meta de superávit fiscal de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) prometido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Dentro do PT, o comunicado de Dilma foi visto como positivo, já que, para o partido, um dos maiores focos de decepção do povo com a gestão da presidente é justamente o pacote de medidas de ajuste fiscal. Dirigentes petistas veem as medidas como mais prejudiciais à imagem de Dilma até do que a corrupção. Um líder não identificado do PT teria dito ao Estadão que o escândalo da Lava Jato já tinha sido descoberto durante as eleições, mas os cortes dos benefícios trabalhistas pegaram toda a base de eleitores da presidente de surpresa.
Em sua campanha, Dilma tinha dito até que não mexeria em direitos trabalhistas "nem que a vaca tussa", criticando sua adversária Marina Silva (PSB). A aparente contradição foi exaustivamente explorada por oposicionistas como a própria Marina e até mesmo pela senadora Marta Suplicy (PT), que deve deixar o partido para se tornar parte da oposição pelo PSB.
O recuo da presidente teria sido motivado por reuniões realizadas entre o presidente do PT, Rui Falcão e presidentes de organizações sindicais como Vagner Freitas, da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Articulados pelo ex-presidente Lula, os encontros teriam sido para evitar a debandada de aliados históricos do PT dentro dos sindicatos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário