As impressoras 3D estão se tornando uma ferramenta importante para os dentistas. A tecnologia é utilizada para construir planos cirúrgicos, modelos de próteses, coroas e pontes com maior velocidade e precisão. Os moldes são produzidos a partir do escaneamento da estrutura bucal dos pacientes e apresentam riqueza de detalhes superior aos construídos em gesso. Outra vantagem é o armazenamento digital das informações.
Há pouco mais de um ano, o implantodontista Adriano Abreu comprou uma impressora de três dimensões. Em seu consultório, o processo de construção dos modelos ortodônticos é quase todo informatizado. A boca do paciente é escaneada com um aparelho projetado especificamente para o uso odontológico. O procedimento, conhecido como varredura intraoral, gera uma imagem 3D da anatomia bucal. Depois, o arquivo produzido é lido por um programa que projeta o material a ser impresso. A precisão é o que mais chama a atenção de Adriano. “Quando se diminui a utilização da mão humana, a margem de erro também é reduzida.”
Segundo David Romanelli, consultor de uma empresa que vende as impressoras no Brasil, o principal uso é para a produção de guias cirúrgicos. A precisão e riqueza de detalhes dos modelos criados auxilia no planejamento das operações odontológicas. Com eles, os dentistas conseguem localizar com mais eficiência os pontos de incisão, tornando as cirurgias mais rápidas e menos dolorosas para os pacientes. Muitos profissionais compram apenas o scanner, outros utilizam aparelhos de tomografia para fazer a projeção das estruturas da boca do paciente. Em ambos os casos, os profissionais terceirizam a impressão.
A agilidade na produção também impressiona Abreu. “Mudou muito a rotina de trabalho.” Os moldes ficam prontos em até 3 horas, enquanto a espera por um molde de gesso pode chegar a três dias. Além do tempo maior e do risco de falha humana, os modelos tradicionais são mais frágeis e difíceis de manusear, segundo o dentista.
A possibilidade de armazenar as informações digitalmente é outra vantagem. Alguns dentistas chegam a escanear moldes antigos para guardar os dados de forma virtual e não se preocupar com o espaço físico. Abreu vê uma tendência de que a tecnologia se torne cada vez mais presente nos consultórios. No entanto, percebe um entrave no custo de compra dos equipamentos - os mais baratos são vendidos por cerca de R$ 6 mil.
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