A mulher que confessou ter sequestrado uma recém-nascida e matado a mãe da criança costumava compartilhar fotos relacionadas a bebês no Facebook. Em dezembro do ano passado, Michele Vieira de Melo, de 24 anos, anunciou que estava grávida. Na rede social, ela escreveu: “Em 2013, serei mamãe pela segunda vez”.
Desde então, Michele compartilhava fotos de sapatinhos de meninas e roupinhas para bebês. No dia 1° de agosto, ela escreveu que no dia anterior, às 21h45, havia “acontecido um milagre na vida dela”. Michele não esclareceu do que se tratava, mas algumas pessoas a parabenizaram pelo suposto nascimento da filha.
Uma prima de Michele, que prefere não se identificar, contou que a família não acreditava na gravidez, por nunca ter visto qualquer prova. Mas na igreja que ela frequentava, todos estavam ansiosos pela chegada do bebê. Tanto que deram o enxoval completo da criança - roupas, berço, carrinho etc.
- Não esperávamos por isso. Foi um choque muito grande - lamentou ela.
A prima contou que Michele sumiu de casa em 31 de julho, dia do tal “milagre”. Elas só se encontraram na segunda-feira, dia 5 de agosto, quando a acusada já estava com o bebê nos braços. A acusada chegou a apresentar a recém-nascida para o filho de 5 anos, dizendo que era a irmãzinha dele.
- Michele disse que deu à luz no hospital - contou. - Muito triste.
O filho de Michele está com a família dela em Inhoaíba, na Zona Oeste do Rio. A mãe da acusada está a caminho, vindo de Belo Horizonte, cidade de origem da sequestradora.
A prima da acusada afirmou que desconfiou da origem da criança. Na terça-feira, quando viu o pai da menina na televisão, teve certeza de que o filho não era de Michele.
- Vi que a criança era a cara do pai. Conversei com as minhas irmãs para a gente denunciar, porque não tínhamos mais dúvidas.
Ela afirmou ainda que a acusada não tomava qualquer medicamento neurológico. As crianças da família gostavam muito de Michele e, segundo a prima, estão traumatizadas.
Michele Vieira foi presa nesta terça-feira, depois de uma denúncia anônima. A princípio, ela negou que tivesse matado a mãe da criança, Diana Oliveira da Silva. Depois, confessou o crime. O corpo de Diana foi encontrado em um matagal no Recreio dos Bandeirantes, com as mãos amarrados e o rosto coberto por um pano.
Michele publicou fotos de “momentos na igreja”, como ela mesma nomeou o álbum, e imagens de crianças aparentemente próximas a ela. Michele costumava postar mensagens religiosas citando Deus e Jesus Cristo.
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