GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 23 de setembro de 2012

O texto fala sobre política. Desafio você a lê-lo até o final.


No momento em que acaba de conquistar o mundo e inicia a conquista do universo, o homem (individual) mesmo é supérfluo. Só contam as massas fervilhantes, gigantescas. Então porque pensar, porque refletir, agir ou reagir? Cada homem sendo substituível, e além do mais inútil, busquemos o homem insubstituível e necessário, e deixemos a ele a tarefa de pensar e agir em nosso lugar”. (H. Lefèbvre, La Somme et le Reste). (Publicado orinalmente na Revista Mosaico 4)
Deixemos a ele a tarefa de pensar e agir em nosso lugar. O final do trecho da reflexão de Henri Lefèbvre, filósofo marxista e sociólogo francês, exprime fielmente a atitude inerte dessa sociedade. Considera-se inertes, meus caros colegas, aqueles que insistem em dizer simplesmente: “Não discuto política”; “Não gosto”. E pior: “As pessoas que discutem sobre isso são chatas. Estragam minha noite e minha balada”.
Quem imagina não estar inserido na chamada “participação política” está enganado. Primeiramente, pelo fato de que “votam” – entre aspas, e acho propício explicar o porquê: a escolha do voto no Brasil é pior do que escolher um produto novo no mercado: “Ah, esse eu não conheço. Mas não custa experimentar, né?”.
Não os culpo. Nem a mim, claro, que ainda não sei bem como melhorar minhas atitudes. Não tivemos política na escola. Muito menos na universidade. Nossos pais, se nos ensinam algo é sob um ponto de vista totalmente parcial. Não fomos treinados a isso. Se você é uma exceção, eu o(a) invejo.
Neste momento, somos praticamente eu e você, caro leitor, pois imagino que você é um dos poucos que chegou nessas linhas que agora se desenvolvem.
E o mais triste é saber que pouco tenho a lhe dizer, considerando que ainda me faltam faculdades teóricas para compreender a política que nos cerca. Mas, continuo insistindo nessa tentativa – por enquanto frustrada – de ser menos egoísta. Justamente, por que acredito que fazer e entender política é, na verdade, se preocupar com o próximo.
Sim, porque nos tempos atuais são dois grupos que se interessam por política: aqueles que querem dominar e aqueles que não estão satisfeitos com a sociedade. Se você não é nenhum deles, fique “feliz”! Pelo menos você não é massacrado pela opinião pública. E ainda pode fingir que é uma boa pessoa. Afinal, você “não é” corrupto.
Infelizmente, – e os políticos honestos que me desculpem, pois tento acreditar que eles possam existir – somos comandados por falsos sábios oportunistas. Platão deve se revirar no túmulo, logo ele, que não acreditava na democracia e julgava que nossa sociedade deveria ser comandada por sábios. Mas não existem sábios no capitalismo. Marx bem sabe. Existem espertos – aqueles que estão favoráveis a sua, a minha, a toda e qualquer alienação.
Mas, eu não sou ninguém. Só mais um ser humano substituível, como diria Lefèbvre. Um homem que pouco antes de sua morte declarou: “Devo continuar o meu combate pela teoria? Por vezes, pergunto-me se perdi o meu tempo”.

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