Pegue determinação, curiosidade, criatividade e força de vontade. Junte R$ 5 mil a esses ingredientes. Com essa receita, é possível montar um pequeno negócio e virar seu próprio patrão. O mesmo caminho já foi trilhado por 2,5 milhões de brasileiros, desde 2009. Desse total, 325 mil estão no Estado do Rio. Mas, para garantir o sucesso, mais do que dinheiro é preciso ter planejamento.
— Antes de abrir um pequeno negócio, é preciso colocar no papel o que deseja fazer, e verificar se isso é rentável. Depois, é preciso se formalizar, porque apenas assim será possível negociar com fornecedores e obter crédito — ensina a analista de Políticas Sociais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RJ), Luciana Lohmann.
Com R$ 3 mil pode-se comprar um carrinho de água de coco. Segundo a empresa Coco Express, o gasto inicial total chega R$ 5 mil, incluindo a compra de produtos. Há ainda as carrocinhas de pipoca, cachorro-quente e churros, que custam de mil reais a R$ 1.500, sem contar o material. Mas, para isso, é preciso ter licença da prefeitura. Outra forma de investir são as franquias.
— Com R$ 5 mil, é possível montar um sistema de lavagem de carros — afirma o proprietário do Grupo Multifranquias, Edson Ramuth.
O vendedor de água de coco Gilberto de Oliveira, de 50 anos, chega a faturar R$ 5 mil por mês.
- Sou do Ceará e sempre quis ter meu negócio. Eu era garçom de uma pizzaria, mas, quando o dono faleceu, o negócio fechou. Peguei o dinheiro da indenização e comprei um carrinho de água de coco. Investi R$ 5.800. No início, foi muito difícil, ficava o dia todo na rua, mas só vendia uns 30 cocos. Hoje, vendo 400 cocos por dia, no inverno, e 800, no verão. Chego a ganhar R$ 5 mil nos meses mais quentes. A gente tem que ter fé, disposição e amor ao que faz - disse.
Quiosques são opção
Quem tem mais dinheiro disponível para investir pode optar por quiosques em pontos de grande circulação de pessoas. No metrô do Rio, por exemplo, o aluguel de um espaço numa estação varia de R$ 2 mil a R$ 4 mil por mês. Quem tem um ponto na Central do Brasil paga R$ 2 mil por metro quadrado à SuperVia, todos os meses. Os preços variam conforme a estação e o fluxo de pessoas.
O comerciante Geraldo Carlos Gatti, de 54 anos, tem bastante experiência no setor. Em 1994, ele fechou uma parceria com um supermercado para vender biscoitos em estandes no metrô:
— Eu comprava e revendia, mas comecei a ter dificuldades com a qualidade do produto e passei a fabricar meus próprios biscoitos.
Mais tarde, em 2002, Gatti começou a abrir quiosques. O primeiro, na estação Uruguaiana, custou R$ 18 mil. Atualmente, como os pontos de venda estão mais modernos e são informatizados, o custo subiu para R$ 45 mil.
O comerciante chega a faturar R$ 130 mil por mês, com os seis pontos que têm em vários pontos no metrô.
— A estação cheia dá a impressão de que é fácil vender, mas é preciso chamar a atenção do passageiro, fazer ele parar no quiosque. É importante também oferecer um bom atendimento, além de ter planejamento e conhecimento do mercado — explica o empreendedor
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