Após quatro reuniões em três semanas, o Conselho de Ética da Assembleia de SP não aprovou nenhuma medida para investigar a acusação de venda de emendas parlamentares feita pelo deputado Roque Barbiere (PTB). A base governista já barrou a convocação de cinco secretários ou ex-secretários do governo estadual.
Ontem, por 7 votos a 2, o conselho rejeitou o convite para que o titular do Planejamento, Emanuel Fernandes, e a subsecretária de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Rosmary Correa, prestassem depoimento.
Os integrantes da comissão também derrubaram o convite para que o ex-deputado José Bruno (DEM), acusado por dois ex-funcionários de cobrar propinas para a destinação de emendas, prestasse esclarecimentos.
O conselho rejeitou ainda requerimento do PT que pedia que o órgão solicitasse ao governo a lista de todas as emendas de R$ 50 mil feitas desde 2007 pelo deputado licenciado e secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB).
O deputado Carlos Giannazi (PSOL) solicitou ao conselho que tome medidas para que Barbiere seja explícito sobre a denúncia, revelando nomes, ou responda a processo disciplinar. Mas a investigação foi protelada por um pedido de vista do deputado tucano Cauê Macris.
Em reuniões anteriores, a base governista rejeitou convites para a convocação dos ex-secretários estaduais Luiz Antonio Marrey, Frederico Luna e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), atual senador. Até agora, o conselho somente aceitou dois depoimentos por escrito, um de Barbiere e outro de Bruno Covas. Nenhum dos dois revelou nomes ou caminhos que possam ajudar a comissão a prosseguir com a investigação.
O presidente do conselho, Hélio Nishimoto (PSDB), atribuiu a inoperância ao fato de o pivô do escândalo não ter ainda fornecido nomes. O líder do PT, Ênio Tatto, rebateu: 'A base do governo atua para não ter apuração'.
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