GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 4 de setembro de 2011

Palestras sobre atividades físicas adaptadas e exercícios para grupos especiais atraem estudantes e professores

Atividades paralelas no piso superior foram igualmente disputadas por estudantes de Pedagogia

O segundo dia de atividades dentro da 3ª Semana de Educação Física promovido pela atual Administração, por meio da Secretaria de Esportes (Seesp), reuniu no Teatro Municipal de São Sebastião na noite de quarta-feira 31, um público formado não apenas por estudantes e profissionais da área, mas igualmente, universitários do curso de Pedagogia da Fass (Faculdades São Sebastião).
A procura pelo grupo se concentrou na oficina de brinquedos, instalada no piso superior do prédio, onde dezenas de alunos observaram, aprenderam e participaram das brincadeiras, através de equipamentos produzidos com materiais diversificados, em sua maioria, composto por produtos recicláveis.
Entre as estudantes, Bruna Bianca e Yasmin Teixeira, foram unânimes ao declararem terem se divertido como crianças nas oficinas. “Vim para conhecer os brinquedos, aprender como fazer e manuseá-los, a fim de poder levar esta experiência para a faculdade”, disse Bruna. “Nossa intenção é apresentar durante o Dia da Criança e trabalhar com o público infantil”, acrescentou Yasmin. Ambas estão no segundo semestre do curso.

Palestra

Simultaneamente, no anfiteatro, a palestrante Tatiane Calve, graduada em Bacharelado em Educação Física, mestre em Motricidade Humana pela Unesp de Rio Claro, com curso em Educação Física Adaptada pelo Centro de Saúde e Esportes de Beitostolen, na Noruega e atual docente e coordenadora do curso de Educação Física do Centro Universitário Módulo, em Caraguatatuba, mantinha a atenção dos presentes com o tema “Possibilidades em Atividades Físicas Adaptadas”.
Com diversas fotos e dois breves vídeos, Tatiane provou aos estudantes e aos profissionais da área haver, sim, a real possibilidade de inclusão física, instrucional e social dos grupos especiais às atividades físicas. “A dificuldade existe e é grande”, pontuou, “porém a inclusão social existe e está bem presente nos dias de hoje”, acrescentou, “mas é preciso aprender a lidar com essa realidade proporcionando, sempre, a segurança do indivíduo”, concluiu.
A palestrante, como exemplo do sucesso das atividades físicas/esportivas desenvolvidas com grupos especiais, citou a integração reversa desenvolvida em Bauru, cujos resultados têm sido positivos. “Nesse sentido, estudantes das escolas regulares estão em constante visita às escolas especiais onde passam a conhecer a realidade do dia a dia daquelas outras crianças, pois sentem na pele o que tais alunos passam quando estão em escolas regulares”.
Tatiane também mencionou alguns trabalhos desenvolvidos no exterior, mais precisamente nos Estados Unidos, onde portadores de alguma deficiência (física/sensorial), praticam modalidades esportivas específicas adaptadas, a exemplo do hóquei sobre piso, corrida, arremesso de peso, ciclismo etc. “As condições são adaptadas para oferecer o melhor e conseguir como resposta também o melhor. Às vezes, os professores subestimam o potencial desses grupos especiais, porém, com as adaptações, podem obter ótimos resultados”, mencionou pouco antes de exibir um pequeno vídeo onde uma criança sem pernas, durante uma atividade física, fazia uma parada de cabeça sobre o solo e outra, cega, disputava uma corrida sem o apoio de um corredor auxiliar, apenas conduzido por dois cabos, um fixado de uma ponta à outra do trecho a ser percorrido e o outro, interligado a este por uma argola, preso à mão do aluno.

Superação

O mesatenista Marcelo Cardim, atleta sebastianense integrante da Seleção Brasileira Paraolímpica, encerrou a palestra. Apoiado em muletas, subiu ao palco e falou sobre sua trajetória no esporte. “Em 2002, já era um atleta olímpico no tênis de mesa; em 2006 sofri um acidente de moto que resultou na amputação de minha perna esquerda. O ano seguinte foi todo de recuperação e adaptação à minha nova condição e como a Tatiane disse, somos todos adaptáveis às novas circunstâncias. Em 2008, resolvi voltar ao esporte, já com as muletas, e mantive bons resultados nas competições, a exemplo dos Jogos Regionais: primeiro ou segundo lugar, não me recordo, pois são muitas as lembranças”, observou o atleta.
Segundo declarou, naquele mesmo ano, enquanto disputava os jogos pelo circuito paraolímpico no Rio de Janeiro, foi convidado a integrar a seleção nacional e desde 2010 é atleta permanente da Seleção Brasileira Paraolímpica. Cardim informou que só não disputará os Jogos Panamericanos em Guadalajara, no México, por ter passado por uma recente cirurgia e estar em recuperação, porém, adiantou que participará das Paraolimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. “Durante todo este tempo, como atleta, tenho contado com apoio da Administração para disputar tanto os campeonatos nacionais como os internacionais, daí eu ser grato ao Município”, finalizou.
Os trabalhos da noite foram encerrados com mais um curso sobre “Prescrição de Exercício Físico para Grupos Especiais”, ministrado pelo mestre em Educação Física, Christiano Bertoldo Urtado.
Doutorando em Ciências e docente da Universidade Gama Filho nos cursos de pós-graduação em exercício físico adaptado à reabilitação cardíaca e grupos especiais; fisiologia do exercício e prestação do exercício; bases nutricionais da atividade física; nutrição esportiva; condicionamento físico e saúde no envelhecimento; fisiologia e treinamento aplicados às atividades de academias e clubes, Bertoldo falou sobre aplicação de exercícios aos idosos e obesos. De acordo com ele, a metade da população brasileira masculina sofre com a obesidade e mais de 40% das mulheres, também.
Entre os tópicos apresentados por Bertoldo, estava a preocupação em aplicar os exercícios para tais grupos especiais de forma a garantir o bem estar e sua segurança.

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