A mulher corintiana, assim como uma religiosa fiel, é a que menos aceita um forasteiro
Amigo torcedor, amigo secador, aproveito o ensejo, os 101 anos do alvinegro de Parque São Jorge, e aqui me devoto a um tipo especial de fêmea: a mulher corintiana.
O leitor deve pensar diante do enunciado que se trata de um tremendo populismo, picaretagem, oportunismo, canalhice. Não é de todo injusto o rosário de infâmias.
Quando se trata da mulher corintiana, sou uma espécie de Getúlio Vargas do amor, populista no último, por ela reconsolido as leis trabalhistas, elevo salário e estima, nem que provoque um estrago no orçamento caseiro.
O amigo que um dia já caiu, por acaso, no conto desta coluna, sabe da minha condição de bígamo, perdão, trígamo ludopédico: sou Icasa, Sport e Santos. Vivi em Juazeiro, Recife e São Paulo.
Também sabe que nunca deixei de reconhecer a importância do Corinthians. É aquela coisa toda: quando vence, o café vem mais quente e a cerveja mais gelada. Até as fachadas sujas de sombrios casarios do Glicério amanhecem sorrindo.
O que interessa, porém, é a mulher corintiana. Como Aline, a enfermeira do Ipiranga que me administra a cura via sonhos, fetiches, genéricos ou placebos.
Ela não diz "eu te amo"; ela diz simplesmente, como prova de carinho, "você é tão especial, sua alma é corintiana".
A fêmea dessa linhagem não gosta nem mesmo de futebol, devota-se inteiramente ao seu clube. Time do coração para ela é um pleonasmo. "Time não existe, só existe o Timão", diz a enfermeira, na moral da liderança.
Mulher corintiana também chora, mas é ela que ergue o irmão corintiano depois de um baque, depois de uma derrota. Levanta-te, Lázaro alvinegro, ela opera milagres. É o tipo da mulher que vai além do futebol de resultados.
Mais inteligente que o maloqueiro, a cria da costela de São Jorge não pede a cabeça do técnico quando o time é o primeiro da tabela. Tem juízo.
A mulher corintiana, assim como uma religiosa fiel, é a que menos aceita um forasteiro, alguém que não pertença ao bando de loucos, como seu legítimo esposo. Até para namorar, é bronca, exige todo um código de etiqueta.
Quando acontece o enlace com "alguém de outra crença" é "O casamento de Romeu e Julieta", como escreveu Mário Prata, torcedor do Linense.
A corintianíssima não dissimula, olha no olho, diz na lata, nunca é meia boca. Se sai para o jogo, tira mesmo os volantes da contenção do desejo.
O leitor deve pensar diante do enunciado que se trata de um tremendo populismo, picaretagem, oportunismo, canalhice. Não é de todo injusto o rosário de infâmias.
Quando se trata da mulher corintiana, sou uma espécie de Getúlio Vargas do amor, populista no último, por ela reconsolido as leis trabalhistas, elevo salário e estima, nem que provoque um estrago no orçamento caseiro.
O amigo que um dia já caiu, por acaso, no conto desta coluna, sabe da minha condição de bígamo, perdão, trígamo ludopédico: sou Icasa, Sport e Santos. Vivi em Juazeiro, Recife e São Paulo.
Também sabe que nunca deixei de reconhecer a importância do Corinthians. É aquela coisa toda: quando vence, o café vem mais quente e a cerveja mais gelada. Até as fachadas sujas de sombrios casarios do Glicério amanhecem sorrindo.
O que interessa, porém, é a mulher corintiana. Como Aline, a enfermeira do Ipiranga que me administra a cura via sonhos, fetiches, genéricos ou placebos.
Ela não diz "eu te amo"; ela diz simplesmente, como prova de carinho, "você é tão especial, sua alma é corintiana".
A fêmea dessa linhagem não gosta nem mesmo de futebol, devota-se inteiramente ao seu clube. Time do coração para ela é um pleonasmo. "Time não existe, só existe o Timão", diz a enfermeira, na moral da liderança.
Mulher corintiana também chora, mas é ela que ergue o irmão corintiano depois de um baque, depois de uma derrota. Levanta-te, Lázaro alvinegro, ela opera milagres. É o tipo da mulher que vai além do futebol de resultados.
Mais inteligente que o maloqueiro, a cria da costela de São Jorge não pede a cabeça do técnico quando o time é o primeiro da tabela. Tem juízo.
A mulher corintiana, assim como uma religiosa fiel, é a que menos aceita um forasteiro, alguém que não pertença ao bando de loucos, como seu legítimo esposo. Até para namorar, é bronca, exige todo um código de etiqueta.
Quando acontece o enlace com "alguém de outra crença" é "O casamento de Romeu e Julieta", como escreveu Mário Prata, torcedor do Linense.
A corintianíssima não dissimula, olha no olho, diz na lata, nunca é meia boca. Se sai para o jogo, tira mesmo os volantes da contenção do desejo.
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