"Colegas de Mike na UFRJ protestaram em frente ao TJ"
Três meses antes de ser morta, a juíza Patrícia Acioli mostrou preocupação com a mudança do tipo de ameaça a que estava acostumada. Segundo relatou a funcionários de confiança da 4.ª Vara Criminal de São Gonçalo, seu filho mais velho, Mike Acioli Chagas, de 20 anos, vinha sendo seguido em Niterói, cidade onde mora, e no Rio, onde estuda.
Em um dos telefonemas anônimos que recebeu, há cerca de três meses, a juíza ouviu um homem descrever de maneira detalhada o cotidiano do rapaz, desde que deixava de manhã a casa da família, em Piratininga (bairro de Niterói), rumo à Praça da República (no centro do Rio), endereço da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O desconhecido falava para a juíza que o filho seria morto caso ela não afrouxasse as decisões e sentenças que proferia na 4.ª Vara. Para reforçar a ameaça, ele citou o nome da academia que Mike frequentava e horários em que costumava se exercitar.
Essa mudança no perfil das ameaças incomodou a juíza. Diante dos funcionários, ela sempre demonstrou firmeza em relação a telefonemas e bilhetes anônimos que recebia. Mas quando o alvo da perseguição e das ameaças passou a ser o filho ela demonstrou preocupação diante de pelo menos quatro serventuários. Reclamou que se sentia abandonada pelo Tribunal de Justiça, responsável pela retirada de sua escolta. E disse que temia pelo que pudesse acontecer não só a ela, mas a parentes.
Colegas da juíza confirmam que a segurança da família era mais importante para Patrícia que sua própria proteção.
Após o assassinato, nenhuma medida de segurança foi tomada para proteger Mike e as duas filhas de Patrícia.
O advogado da família, Técio Lins e Silva, acredita que parentes da juíza não correm mais riscos, pois o atentado tinha o objetivo de silenciá-la. 'Agora é tarde para tomar qualquer precaução. De qualquer maneira, não há registro de ameaça contra os filhos de Patrícia.'
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