GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Depois de anos separados e rumos diferentes, casais resgatam o amor da adolescência

O frio na barriga não é exclusividade de paixões adolescentes. O sentimento marca o reencontro de casais que viveram uma história de amor no passado e, após seguirem rumos diferentes, acabam se cruzando novamente. "Na adolescência, o amor não é suficiente para sustentar a relação. É uma fase de imaturidade e separações acontecem por razões que não são ligadas ao desamor", explica Blenda de Oliveira, psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).
Segundo Blenda, trabalho, estudo e pequenos desentendimentos podem separar casais na juventude, mas são situações mal resolvidas. Por isso, quando o reencontro acontece, reacende o sentimento. A psicóloga Ana Paula Mallet, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que é comum esses amores juvenis permanecem latentes. "Quem vive o amor verdadeiro na adolescência e, por algum motivo, não o mantém, nunca o esquece".
Com o surgimento das redes sociais, reencontros foram favorecidos. Se antes era preciso contar com o acaso, hoje, dá para tentar resgatar o que ficou para trás com a ajuda da internet. “A tecnologia possibilita reviver histórias do passado”, diz Ceneide Maria de Oliveira, psicóloga da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. Só não vale criar ilusões -e acreditar que tudo continua igual. "O tempo passa, as pessoas amadurecem e mudam", diz Blenda. Por isso, antes de mergulhar de cabeça, cheque se o outro está na mesma sintonia que você. "A fase é outra e aquele encanto típico dos romances juvenis ficou para trás."
 
  • Regina de Grammont/UOL Marcelo Carvalho decidiu telefonar para a Débora Romero Ripol 20 anos depois da primeira paquera

20 anos depois
O representante comercial Marcelo Carvalho, de 42 anos, decidiu telefonar para a Débora Romero Ripol, empresária de 43. Vinte anos antes, eles se conheceram na escola e, na época, tinham cerca de 12 anos, quando iniciaram uma paquera. No entanto, os estudos separaram o casal, pois cada um foi estudar em uma escola diferente. Nesse período, um ficava sabendo do outro por intermédio de amigos, mas eles acabaram se distanciando.
Marcelo se casou e, após dez anos, se divorciou. Debora apenas namorou. Um dia, um amigo em comum entre os dois encontrou a empresária em um supermercado e contou para Marcelo. "Fiquei com muita vontade de revê-la", conta ele, que, então, ligou para Debora. "Ela topou o encontro, mas, na hora H, disse que estava com dor de cabeça e me deu um furo. Mas isso não me desanimou. Insisti muitas vezes até conseguir um sim", relembra Marcelo.
Debora levou seis meses para dar uma chance a Marcelo. "Quando atendi o telefone, levei um susto. Precisei de um tempo para ter certeza de que deveria arriscar", diz ela. O reencontro aconteceu em 2003 e, dois anos depois, eles se casaram. "A Debora foi um dos mais belos presentes que a vida me deu", diz o marido.  Para o casal, o reencontro foi obra do destino. “Certo dia, mexendo em coisas antigas da escola, encontrei um caderno que dizia ‘um dia nos encontraremos’, com o nome do Marcelo", conta Debora.
19 anos depois
Um desentendimento separou Lucia Emília Matheus, bancária de48 anos, e Edson Lobo, 52, representante comercial. Eles se conheciam desde a infância, pois Edson era amigo dos primos de Lúcia. Só que o flerte demorou e, apenas em 1986, os dois assumiram o namoro, que durou quatro anos. Na época, eles planejavam se casar. "Tínhamos comprado um terreno para construir a nossa casa", lembra Lúcia. 
Mas Edson disse a ela que estava confuso e que queria um tempo. "Mandei ele, a dúvida e o tempo que ele queria para os quintos dos infernos", conta, aos risos. Passados dois anos, Lúcia soube que Edson havia se casado. "Sofri muito", diz ela.  Edson afirma que nunca foi feliz de verdade e que sempre pensava em Lúcia. Ela, que teve alguns namorados, garante que não amou mais ninguém.
Em 2004, Edson se separou. Mas ele não procurou pela ex-namorada. Cinco anos depois, Lúcia sonhou com ele e decidiu fazer uma busca no Orkut, mas não o localizou. Dias depois, uma tia lhe disse que havia encontrado com Edson. Mais alguns dias se passaram e um tio veio com o mesmo comentário. “Aí, achei que era demais. Voltei a procurá-lo no Orkut e o encontrei". Lúcia viu que ele estava solteiro, mas não teve coragem de deixar um recado. Mas ela notou que ele havia passado pelo seu Orkut (por causa de uma ferramenta que denuncia os visitantes de perfis).

A partir daí, ela passava o dia ansiosa para acessar a rede social e conferir se havia alguma novidade. Até que chegou o convite para aceitá-lo como amigo. “Marcamos um encontro e logo voltamos a namorar”, conta Lúcia, que se casou com Edson em 2010. "A emoção do reencontro foi indescritível. Neste período, mudamos muito, amadurecemos e nosso amor está mais consistente”, diz Edson.
  • Regina de Grammont/UOL Guilherme Villares London e Tatá Cury. Eles voltaram a namorar no dia do reencontro

28 anos depois
O artista plástico Guilherme Villares London, de 54 anos, é casado com Tatá Cury, chef de cozinha que tem a mesma idade. Eles se reencontraram após 28 anos e um abraço foi suficiente para denunciar que a retomada do romance era certa. Em 1972, com 16 anos, se apaixonaram. Porém, Tatá já pensava em trabalhar para ajudar a família, enquanto Guilherme queria surfar e seguir uma carreira de modelo. "Achei melhor terminar", diz ela. Depois disso, os dois nunca mais se encontraram. Mas Tatá sempre via o ex em campanhas publicitárias. "Fiquei sabendo que, dois anos depois, ele quis me procurar, mas soube que eu estava noiva e desistiu", conta ela.
Tatá se casou e teve dois filhos. E ele também. Em 2011, a irmã de Tatá encontrou Guilherme em um restaurante e ele contou que estava separado há sete anos. "Minha irmã disse a ele que eu também havia me separado e percebeu que os olhos dele brilharam com a notícia", conta. Com a intenção de dar um empurrãozinho, a família de Tatá decidiu bolar um reencontro para o casal. Mas ela se antecipou. “Quando soube de tudo, achei melhor procurá-lo. Juntei as informações que tinha e consegui localizá-lo.
O reencontro aconteceu no mesmo dia. “Quando ele me viu, ficou paralisado. Depois, me deu um abraço demorado. Parecia que aquele abraço era por todos os 28 anos que se passaram", diz ela. Guilherme completa dizendo que foi uma alegria saber que o amor existe. Ali mesmo voltaram a namorar e logo se casaram. E eles estão juntos há 11 anos. Guilherme guardou cartas, fotos e o diário da época em que namoraram na adolescência. Por que? "Porque a Tatá sempre foi o meu grande amor", responde.

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