Começou a ser contestada ontem a versão, apresentada pela Secretaria estadual de Transportes, de que uma batida entre o bonde número 10 e um ônibus da Transurb poderia ter prejudicado o sistema de freio do veículo, dando origem ao acidente que deixou cinco mortos e 57 feridos em Santa Teresa. Anteontem, o secretário de Transportes, Júlio Lopes, chegou a sugerir que deveria ser investigado se havia relação entre os dois acidentes.
Para o engenheiro Jorge Saraiva da Rocha, da Central Logística, empresa vinculada à Secretaria de Transportes, é "muito pouco provável" que o ônibus tenha danificado o sistema:
— O sistema de freios fica embaixo do estrado do bonde. Um carro pequeno que tivesse batido poderia atingir alguma peça. Mas não um ônibus, que é alto. Acredito que o que houve foi falta de manutenção.
Na segunda-feira, foi divulgada a informação de que o motorneiro Nelson Correa da Silva, que também morreu no acidente, teria seguido — após a batida do ônibus — até a Estação Carioca, e de lá iria para a oficina de bondes em Santa Teresa. Mas, segundo o governo, não se sabe o motivo de a viagem ter continuado com passageiros.
— É impossível ter danificado o sistema de freio. Não houve nenhuma interrupção no funcionamento do bonde, porque a composição esbarrou levemente no ônibus, como ocorre sempre — disse o presidente do Sindicato dos Ferroviários, Valmir Lemos.
No registro do acidente feito pela polícia, teria acontecido uma pequena avaria na lateral esquerda do ônibus e um pequeno dano no encaixe do balaústre do bonde.
A Secretaria de Transportes informou que não comentaria as informações, pois, em nenhum momento, concluiu algo sobre o acidente.
Xerife das vans
O presidente do Detro, Rogério Onofre, foi designado ontem pelo governador Sérgio Cabral interventor dos bondes de Santa Teresa. De acordo com o governador, a tarefa de Onofre será apresentar uma solução rápida para os problemas do centenário sistema de transporte, cenário da tragédia. Onofre se tornou conhecido por reprimir a circulação irregular de vans no Estado do Rio.
Família indignada
A morte do motorneiro Nelson Correia da Silva, de 57 anos, no acidente em Santa Teresa, é uma ficha que ainda não caiu para os seus familiares. Nelson Júnior, filho do motorneiro, ainda não sabe se vai buscar ajuda na Justiça.
— Estamos todos indignados com o que estamos vendo e ouvindo. Meu pai sempre foi querido por onde passou, nunca se meteu em confusão e assim criou os filhos. A gente não quer dinheiro, confusão, polêmica ou aparecer. A gente só quer que não deturpem a imagem do meu pai — disse Nelson.
Segundo a família, o motorneiro não fazia queixas a respeito do trabalho:
— Ele nunca trouxe os problemas profissionais para casa. Meu pai adorava o que fazia, era dedicado, empolgado e cuidadoso. Gostava de falar sobre os turistas e se empolgava com as palavras em inglês que aprendia com os moradores.
Para o engenheiro Jorge Saraiva da Rocha, da Central Logística, empresa vinculada à Secretaria de Transportes, é "muito pouco provável" que o ônibus tenha danificado o sistema:
— O sistema de freios fica embaixo do estrado do bonde. Um carro pequeno que tivesse batido poderia atingir alguma peça. Mas não um ônibus, que é alto. Acredito que o que houve foi falta de manutenção.
Na segunda-feira, foi divulgada a informação de que o motorneiro Nelson Correa da Silva, que também morreu no acidente, teria seguido — após a batida do ônibus — até a Estação Carioca, e de lá iria para a oficina de bondes em Santa Teresa. Mas, segundo o governo, não se sabe o motivo de a viagem ter continuado com passageiros.
— É impossível ter danificado o sistema de freio. Não houve nenhuma interrupção no funcionamento do bonde, porque a composição esbarrou levemente no ônibus, como ocorre sempre — disse o presidente do Sindicato dos Ferroviários, Valmir Lemos.
No registro do acidente feito pela polícia, teria acontecido uma pequena avaria na lateral esquerda do ônibus e um pequeno dano no encaixe do balaústre do bonde.
A Secretaria de Transportes informou que não comentaria as informações, pois, em nenhum momento, concluiu algo sobre o acidente.
Xerife das vans
O presidente do Detro, Rogério Onofre, foi designado ontem pelo governador Sérgio Cabral interventor dos bondes de Santa Teresa. De acordo com o governador, a tarefa de Onofre será apresentar uma solução rápida para os problemas do centenário sistema de transporte, cenário da tragédia. Onofre se tornou conhecido por reprimir a circulação irregular de vans no Estado do Rio.
Família indignada
A morte do motorneiro Nelson Correia da Silva, de 57 anos, no acidente em Santa Teresa, é uma ficha que ainda não caiu para os seus familiares. Nelson Júnior, filho do motorneiro, ainda não sabe se vai buscar ajuda na Justiça.
— Estamos todos indignados com o que estamos vendo e ouvindo. Meu pai sempre foi querido por onde passou, nunca se meteu em confusão e assim criou os filhos. A gente não quer dinheiro, confusão, polêmica ou aparecer. A gente só quer que não deturpem a imagem do meu pai — disse Nelson.
Segundo a família, o motorneiro não fazia queixas a respeito do trabalho:
— Ele nunca trouxe os problemas profissionais para casa. Meu pai adorava o que fazia, era dedicado, empolgado e cuidadoso. Gostava de falar sobre os turistas e se empolgava com as palavras em inglês que aprendia com os moradores.
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