- O que fizeram foi uma atrocidade. Não estávamos armados. Só queríamos ser ouvidos pelo governador e fazíamos uma manifestação pacífica em nossa segunda casa. O coronel pediu para que saíssemos ou algo pior poderia acontecer. Depois eles invadiram com bombas e tiros. Tinha criança vomitando por causa do gás. Mas em nenhum momento efetuamos disparos porque não temos armas - relatou o cabo.
Revoltado, ele contou ainda que os bombeiros estão sendo desrespeitados na prisão.
- Não somos ouvidos por ninguém. Não recebemos comida. Estão brincando conosco. Pediram para descermos dos ônibus e depois voltarmos, houve agressão e fomos esculachados. Nós salvamos vidas, mas estão querendo inventar que estávamos armados para nos enquadrarem em algum crime.
Informado que o governador Sergio Cabral chamou os manifestantes de "vândalos irresponsáveis", o cabo, que está há 14 anos na corporação, rebateu as críticas e continuou o desabafo:
- Somos vândalos e irresponsáveis que atuamos em todas as áreas. Bombeiro não só apaga fogo. Nós retiramos corpos da rua, atendemos acidentes de trânsito, recolhemos doentes mentais... Não recebemos nada a mais por isso - indignou-se ele, lembrando que a principal reinvindicação da categoria é o aumento salarial.
- Ganhamos R$ 950 e queremos um piso de R$ 2 mil. É difícil viver com esse salário. Estou há 14 anos trabalhando na escala um por um e tenho que fazer um bico para sustentar minha filha - lamentou cabo.
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