SP: Guarda Municipal que participava de grupo de extermínio pega mais 21 anos de prisão

SÃO PAULO - O Guarda Municipal Claudemir Bonato foi condenado no final da tarde desta terça-feira a mais 21 anos de prisão. O julgamento no Fórum de Piracicaba, a 168 quilômetros de São Paulo, durou nove horas. O júri popular condenou o guarda pelo assassinato de Luís Henrique Aguiar Mariano, de 19 anos, ocorrido em 2007.
Esta é a segunda condenação de Bonato. No ano passado, ele também recebeu a pena de 21 anos pela morte de outro jovem. De acordo com a promotoria, o GM fazia parte de um grupo de extermínio, formado por cinco GMs, dois vigilantes, um policial militar e um policial civil.
A tese do Ministério Público foi totalmente acolhida pelo júri, composto por sete pessoas.
- Nós vamos embora com a satisfação do dever cumprido e da justiça realizada - disse o Promotor de Justiça Antonio Carlos Guimarães Junior.
A mãe de Luís Henrique, Ana Elisabete de Aguiar dos Santos, que acompanhou o julgamento, comemorou a decisão.
- Meu filho não volta mais, mas sinto alívio porque a justiça foi feita - afirma.
Para o Juiz Rogério de Toledo Pierri, que presidiu a sessão do júri, não só a condenação anterior que Bonato já tinha influiu nesta decisão, mas todo o contexto.
- A cobertura da imprensa, os comentários que as pessoas ouvem e, principalmente, as testemunhas presenciais foram fundamentais para esta conclusão - explica Pierri.
O advogado de Bonato, Rodrigo Corrêa Gogoy, vai recorrer da decisão.
Pelo menos sete assassinatos foram registrados em Rio das Pedras, entre os anos de 2005 e 2007, com o mesmo padrão: todas as vítimas executadas possuíam antecedentes criminais, usavam drogas e, com exceção do primeiro homicídio, eram jovens de 16 a 24 anos.
Claudemir Bonato e o GM Olegário Mariano já haviam sido condenados no dia 10 de agosto do ano passado pelo assassinato de um rapaz de 24 anos em 2005. Bonato recebeu pena de 21 anos de prisão e Olegário Mariano, 18 anos e oito meses. Depois do julgamento os dois seguiram para a penitenciária de Sorocaba, onde permaneceram desde que as investigações sobre o caso começaram. No último mês, Bonato foi transferido para o presídio de Guareí.
Os julgamentos dos crimes serão feitos separadamente. Outros dois crimes vão a juízo nos dias 27 de abril, pela morte de Jeferson Cristiano da Silva, e no dia 17 de maio pela de Eliseu Santos Rosa, 19.