RIO - Dois anos após o acidente com o voo 447 da Air France, que matou 228 pessoas, as autoridades francesas informaram que localizaram no fundo do mar, a cauda do avião — onde são afixadas as caixas pretas. Segundo o presidente da Associação das Famílias do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho, que participou de uma reunião com os diretores da Air France, em Paris, a retirada dos destroços da aeronave deve começar em três semanas.
Para ele, a descoberta reforça a tese do Sindicato dos Pilotos que, desde o primeiro momento, denunciava que este modelo de avião tinha problemas de fabricação. Nelson Marinho acredita ainda que, a partir da retirada dos destroços, começará uma nova batalha entre familiares, governo francês e companhia aérea.
— Nós defendemos que elas sejam levadas para os Estados Unidos, por ser um território neutro — disse.
O presidente da Associação das Famílias contou que antes mesmo da reunião pediu apoio à presidente Dilma Rousseff, através de ofício, e um diplomata chegou a ser indicado para acompanhar a reunião, mas foi impedido de participar pela empresa:
— Eles alegaram que era restrita aos familiares das vítimas.
Marinho informou também que solicitou por meio da Secretaria Nacional de Articulação Social uma audiência com Dilma para pedir que o Brasil se pronuncie oficialmente sobre o assunto. No entanto, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, refutou a possibilidade de o governo brasileiro opinar sobre a perícia:
— Existe um acordo internacional que determina que, em casos de acidentes em águas internacionais, o país que faz a pesquisa, que faz o estudo, é o organismo de prevenção de acidentes do país respectivo, no caso a França, com a participação de países intervenientes e consultivos, e o Brasil participa disso. Ou seja, quem tem que fazer isso (sobre a caixa preta ser analisada por um país intependente) é a França. Não há o que se discutir em termos de alterar os acordos internacionais. Vamos cumprir os acordos — afirmou o ministro.
A Air France informou, por meio de nota, na tarde desta terça-feira que "são as autoridades públicas francesas que têm total responsabilidade sobre as buscas e seus diversos desdobramentos".
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, nesta terça-feira se posicionou sobre o assunto.
- Existe um acordo internacional que determina que, em casos de acidentes em águas internacionais, o país que faz a pesquisa, que faz o estudo, é o organismo de prevenção de acidentes do país respectivo, no caso a França, com a participação de países intervenientes e consultivos, e o Brasil participa disso. Ou seja, quem tem que fazer isso (sobre a caixa preta ser analisada por um país intependente) é a França. Não há o que se discutir em termos de alterar os acordos internacionais. Vamos cumprir os acordos.
A localização dos destroços do avião, quase dois anos depois do acidente, reanimou as famílias brasileiras das vítimas. Autoridades francesas anunciaram que foram localizados corpos dentro da fuselagem do Airbus A330, a 3.900 metros de profundidade no Oceano Atlântico. Investigadores do acidente do vôo AF 447 vão se concentrar em analisar e fazer a triagem das 13 mil fotos que foram tiradas dos destroços por submarinos. Segundo o chefe das investigações, Alain Bouillard, o objetivo é montar, com a ajuda das fotos, um quebra-cabeças.
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