O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) lamentou nesta quinta-feira (27) a decisão da Petrobras de paralisar as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ), e alertou para o fato de que a medida vai gerar sérios problemas não só para os moradores do município, mas para a própria companhia de petróleo.
- Os efeitos funestos do período de gestão temerária da Petrobras e das práticas de corrupção em algumas de suas diretorias, assim como dos abusos contra seus acionistas, obrigando a empresa a vender gasolina e diesel mais baratos do que seus preços internacionais, não se limitam aos prejuízos causados no passado, de R$ 22 bilhões, de acordo com o último balanço da companhia - declarou o senador, para quem a Petrobras vinha projetando seu crescimento de forma mirabolante.
O resultado da má gestão é a necessidade de grandes cortes na companhia, reconheceu Crivella. O senador, no entanto, entende que nem todos os cortes são racionais. É o caso do Comperj.
- O exame mais detalhado dos cortes da Petrobras mostra que estão sendo gerados outros problemas para o futuro, em escala setorial e regional. O Comperj, cujo primeiro trem de refino deveria entrar em operação em 2016, está adiado sine die - lamentou.
A decisão foi tomada por causa da crise que atinge a empresa e da falta de parceiros internacionais para continuar a obra, o que decorre do baixo preço do petróleo no mercado internacional.
Crivella lembrou que 80% das obras já foram concluídas e a suspensão deve acarretar, além de problemas sociais, como desemprego, a necessidade de o Brasil importar derivados de petróleo com preço elevado.
- A cidade inchou, sua população se multiplicou, muitas edificações foram construídas, várias empresas de serviços novos foram instaladas. Hotéis, restaurantes, agências de automóveis, de corretagem e firmas relacionadas com a indústria de petróleo abriram escritório na sede do município. E tudo isso irá para o espaço, caso não seja reformada essa decisão, aparentemente sem nexo, da diretoria e do conselho de administração da Petrobras - afirmou o senador, em Plenário.