GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sábado, 13 de abril de 2013

MPA e SENAR se unem para aumentar a produção de pescado‏


Convite

Prezado companheiro (a),

Convidamos você para participar conosco desse ato de solidariedade e confraternização pela entrega de mais uma casa do Projeto Cimento Social.
A concretização de sonhos é possível quando há união de forças e parcerias, estabelecidas com base numa visão de coletividade e resgate da cidadania.
O sonho de dar um pouco mais de dignidade a essas famílias que sofrem, vítimas da injustiça social e do abandono, tem se tornado realidade pelo esforço e dedicação daqueles que, sem tréguas, abraçaram essa nobre causa.
Contamos com sua presença.




Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA - MPA e SENAR se unem para aumentar a produção de pescado »
MPA e SENAR se unem para aumentar a produção de pescado. O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella e a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Conselho Deliberativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) assinaram na ...( continuação no portal)




Fonte: ASCOM/MPA

Cordialmente,
Rede Crivella

Entrega da Casa Cimento Social (com referencia do local em anexo)‏


Convite

Prezado companheiro (a),

Convidamos você para participar conosco desse ato de solidariedade e confraternização pela entrega de mais uma casa do Projeto Cimento Social.
A concretização de sonhos é possível quando há união de forças e parcerias, estabelecidas com base numa visão de coletividade e resgate da cidadania.
O sonho de dar um pouco mais de dignidade a essas famílias que sofrem, vítimas da injustiça social e do abandono, tem se tornado realidade pelo esforço e dedicação daqueles que, sem tréguas, abraçaram essa nobre causa.
Contamos com sua presença.

DATA: 13/04/2013, sábado
HORÁRIO: 10h00.
ENDEREÇO: Rua Pedro Rosa, casa 01 – Morro do Salgueiro - Tijuca
Referência: Descer a Rua Conde de Bonfim (sentido Rio Comprido) até a Praça Saens Pena e entrar à direita, esquina do Bco. Do Brasil, na Rua General Rocca; em seguida, entrar na 2ª. rua à direita, Desembargador Isidro; seguir em frente e, depois do Posto de saúde Heitor Beltrão, entrar á esquerda, retornando na Rua Bom Pastor, até a Rua General Rocca (4ª. rua à direita). Seguir até o final.

MORADOR BENEFICIADO: Rafael dos Santos de Oliveira Leite, 10 anos (+ 7 pessoas da família). Rafael nasceu com “distrofia muscular espinhal”, uma doença que afeta o desenvolvimento dos músculos, por conseguinte seu crescimento. Com o auxílio da cadeira de rodas, frequenta a escola assiduamente, numa luta constante contra a doença.
Pai: Leonardo de Oliveira Leite – operador de copiadora
Mãe: Rosilene Lima dos Santos – atendente de loja

Com Parque Aquícola do Lajeado, Tocantins vai produzir mais de 130 mil toneladas de pescado por ano Serão instalados dez parques aquícolas nos municípios que compõem o entorno do Lago de Palmas

O Governador Siqueira Campos e o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, assinaram na manhã desta sexta-feira, 12, o protocolo de cooperação entre os governos federal e estadual para a implantação e efetivação do Parque Aquícola do Lajeado, no lago de Palmas. Com a implantação do Parque, o Tocantins atingirá o patamar de maior produtor aquícola do Brasil com uma estimativa de produção que supera 130 mil toneladas ao ano.
Serão instalados dez parques aquícolas nos municípios que compõem o entorno do Lago de Palmas. Fazem parte destes a própria capital do Tocantins, Palmas, e os municípios de Porto Nacional, Brejinho de Nazaré, Lajeado, Miracema, Tocantínia e Ipueiras. Para o Governador, o projeto vai possibilitar explorar todo o potencial dos lagos do Estado. “O Tocantins não vai medir esforços para firmar parcerias com o Ministério da Pesca e entidades ligadas ao setor para levar desenvolvimento ao setor aquícola do Estado”, afirmou.
Projeto audacioso, o desenvolvimento dos parques aquícolas no lago de Palmas foi desenvolvido com a participação efetiva do governo estadual e do governo federal, em parceria com o consórcio dos municípios do entorno do lago, prefeituras, secretarias de Estado e colônias de produtores, conforme explicou o ministro Marcelo Crivella. “Estes parques foram demarcados em conjunto com o Senar/TO, Ruraltins, Embrapa Pesca, secretarias, prefeituras e colônias de pescadores”, pontuou o ministro, ressaltando a importância do fortalecimento da atividade na região. “No Tocantins existe ouro nas águas. E são os nossos peixes”, enfatizou.
Através do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Parque Aquícola do Lajeado terá apoio da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), entidade presidida pela senadora Kátia Abreu, que também participou da solenidade.

Jovem empreendedor
Ainda durante a solenidade, a secretária de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura (Sepoa) do Ministério da Aquicultura, Maria Fernanda Nince Ferreira, apresentou as metas a serem atendidas a partir da implantação dos parques aquícolas no Tocantins.
Conforme a explicação da secretária, com os sistemas produtivos todas as áreas sociais e econômicas do Tocantins serão contempladas. O foco principal das capacitações que serão desenvolvidas junto ao Senar será os jovens interessados em desenvolver a atividade aquícola. “Nosso objetivo é fazer com que esta capacitação seja uma realidade no país inteiro, focando principalmente para o empreendedor jovem”, disse.
A meta foi compartilhada pelo ministro, que diferenciou a aquicultura da atividade pesqueira. “Assinamos há dois dias, convênio com o Senar para obter treinamento para milhares de jovens que poderão ter a possibilidade de sustentar suas famílias e continuar estudando. Porque diferente da pesca, a aquicultura não impossibilita a pessoa de desenvolver uma atividade paralela”, completou.

Simplificação

Meta já estabelecida e seguida pelo Governo do Estado, o Licenciamento Ambiental Único foi também um ponto elencado pelo Ministério da Pesca como forma de levar desenvolvimento socioeconômico para o maior número de pessoas. “Nós temos mantido conversa diária com governantes e autoridades para facilitarmos o acesso dos produtores às licenças para iniciar a produção. O Tocantins tem uma legislação moderna na qual conseguimos abraçar os pequenos produtores. Precisamos agora de uma legislação federal para unirmos todos os Estados”, frisou a  secretária da Sepoa. Fazendo coro com a técnica do Ministério, o Governador frisou que a desburocratização é a via mais eficaz para os benefícios à população. “A burocracia é irmã gêmea da corrupção”, disse Siqueira Campos.
Participação
O lançamento do Parque Aquícola do Lajeado contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Jaime Café, e da presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Miyuki Hyashida, entre outros secretários e presidentes de autarquias estaduais.
Também estiveram presentes os deputados federais Cesar Halum , Angelo Agnolin, Leomar Quintanilha e Nilmar Ruiz, e os deputados estaduais Osires Damaso, Carlão da Saneatins e Amélio Cayres.

Atenciosamente,
REDE CRIVELLA

Com Dirceu e Genoino, PT debate ação anticorrupção


Com a presença de José Dirceu e de José Genoino, condenados no julgamento do mensalão, a cúpula do PT discutiu ontem o formato de uma campanha publicitária pela reforma política, contra a corrupção eleitoral.
A criação da campanha foi objeto de discussão no comando do partidário, que busca uma saída para a crise em que a sigla mergulhou após o mensalão. Para os petistas, levantando a bandeira da reforma, o partido apresenta uma proposta concreta para sair da defesa no caso.

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Rui Falcão, presidente nacional do PT
(fo1l). Rui Falcão, presidente nacional do PT|O PT partiu da constatação de que não adianta insistir no argumento de que houve, na verdade, um esquema de caixa dois. No julgamento do escândalo, em 2012, petistas defenderam a tese de que o dinheiro pago a congressistas era doação eleitoral irregular, o que foi rejeitado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O principal mote da campanha petista é a adoção do financiamento público exclusivo de campanhas, com o fim das doações privadas. A medida foi classificada pelo presidente da sigla, deputado Rui Falcão, como " a melhor maneira de combater a corrupção e o abuso do poder econômico" nas eleições.
O partido começa hoje a coletar assinaturas para apresentar ao Congresso o projeto de lei de iniciativa popular sobre o assunto. Além do financiamento público, a proposta defende o voto em lista nas eleições para deputado e vereador e a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva sobre o tema.
A primeira versão das peças publicitárias, elaboradas pelo marqueteiro João Santana, foi apresentada ontem ao Diretório do PT e reprovada pelos dirigentes. Em preto e branco e com imagem de cédulas de reais, as peças tratavam como "dinheiro sujo" o financiamento privado de campanhas eleitorais.
Foram consideradas excessivamente agressivas e violentas pelos petistas, que as devolveram para a equipe de marketing.
O partido pretende coletar, até fevereiro, cerca de 1,5 milhão de assinaturas para apresentar o projeto.
Estão previstos, no dia 16, quatro eventos, em Minas Gerais, no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo --este último com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na comemoração do aniversário do Sindicato dos Bancários. 

Feliciano quer tirar proveito da situação, diz líder de sua igreja


O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) "está querendo tirar proveito" da onda de protestos para que ele deixe a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
A opinião é de José Wellington Bezerra da Costa, 78, reeleito anteontem presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus, principal entidade da maior denominação evangélica do país, da qual Feliciano faz parte.
"Ele é político, está querendo tirar proveito desse troço. Ele está dando corda na coisa. Bobo ele não é", afirma Wellington, lembrando, no entanto, que a entidade dá "respaldo" para o deputado --que antes da polêmica era pouco conhecido fora dos círculos evangélicos.
Wellington é presidente da Convenção há 25 anos. Nesse período, a Assembleia se consolidou como uma potência religiosa (12,3 milhões de fiéis) e política (28 deputados federais).
"Somos muito assediados [por políticos]", diz o pastor, que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff: "A candidatura dela é uma nomeação, não precisa nem ir para a eleição".

O pastor José Wellington, 78, confirmou o favoritismo e foi reeleito presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, principal entidade da maior denominação evangélica do país

Há um levante preconceituoso contra o Feliciano?
José Wellington - O Feliciano é novo, jovem, inteligente e eu creio que vocês são inteligentes, vocês estão vendo que ele está querendo tirar proveito. Ele é político, está querendo tirar proveito desse troço. Ele está dando corda na coisa. O Marco Feliciano, bobo ele não é.
Agora, eu acredito que há uma exploração, há uma exploração muito grande do pessoal do lado de lá [críticos de Feliciano]. A verdade é essa: nós estamos juntos da Igreja Católica. Porque a Igreja Católica não aceita. O que nós não aceitamos a Igreja Católica não aceita.
Um bispo de São Paulo me telefonou e disse: "Pastor, vamos fazer uma dobradinha, temos de marchar juntos porque não aceitamos". Eles não aceitam aborto, casamento de pessoas do mesmo sexo. Eu vi ontem na imprensa no Amazonas um juiz deu uma liminar para que o camarada lá casasse com duas mulheres. Negócio de doido, né? Só no Amazonas dá um troço desse.
Nós, da Assembleia de Deus, não participávamos da vida política do país. Só depois, quando eu assumi a presidência... Porque eu em janeiro agora completei 25 anos na presidência da Convenção Geral, fui reeleito nove vezes. Quando eu cheguei, com o crescimento da Assembleia de Deus, eu entendi que precisávamos colocar alguém para nos representar. E isso foi feito. Hoje temos 28 deputados federais 'assembleianos'. No total, são 80 os parlamentares evangélicos em Brasília [de diferentes denominações].
O Marco Feliciano... Ai, não foi porque ele é evangélico, foi um acordo do partido. Destinaram aquilo para o PSC. Coube ao Marco Feliciano e ele abraçou. Como ele antes de ser presidente dessa comissão havia feitos alguns pronunciamentos... Nós não aceitamos o comportamento dessa gente, mas não os perseguimos. Não temos qualquer preconceito com eles. Absolutamente nada. É que o grupo que está apoiando essa gente, balizou, aqui no Congresso, algumas leis que estão dando muito, muita força para essa gente, e dizem que o preconceito é nosso. Pelo contrário, eles é que são os preconceituosos.
Eles quem?
O grupo, o grupo. Porque há um grupo patrocinando isso aí. Você sabe que infelizmente que esse grupo de gays, lésbicas e essa gente cresceu demais nos últimos tempos. Há interesse da parte deles que essas leis sejam aprovadas. Mas acredito que uma sociedade sensata jamais aceitará um comportamento antissocial como esse.
Qual a importância do Feliciano dentro da Assembleia de Deus?
Ele é um pastor tão igual como os demais. Eu tenho um filho deputado federal, estava aí. O meu filho eu vejo melhor [risos]. Mas, como pastor da Igreja, ele não tem qualquer destaque, qualquer direito a mais, nenhuma proteção a mais, ele é um pastor igual aos demais.
Nas sessões da Comissão, parece existir uma unanimidade contra Feliciano. Mas os valores que eles defendem são valores comuns aos 12,3 milhões de fiéis da Assembleia de Deus, certo?
Valores comuns a uma sociedade sensata, uma sociedade sadia. Quando escreveram o PL 122 [que criminaliza a homofobia], nós [evangélicos] reunimos e tomamos algumas posições em relação àquilo ali. Chamamos os deputados federais e pedimos para que eles segurassem a coisa. Eu mesmo fui lá falar com o presidente da Câmara, fui falar com gente do Senado, até o senador José Sarney [PMDB-AP, ex-presidente da Casa] me mandou uma cartinha muito bonita. É uma posição nossa mais bíblica, nada preconceituosa. Por exemplo, se chegam dois cidadãos lá [na igreja que ele comanda, em SP], se dizendo crentes e pedindo que eu faça um casamento deles eu não faço nunca [risos]. Aí a lei [do projeto] vai e me condena, diz que é discriminação, me joga na discriminação, cinco anos de cadeia, sem direito a qualquer recurso, é um absurdo um troço desse.
Dentro da Assembleia de Deus houve uma certa polêmica sobre a colocação da maldição de Cã. Qual a posição da Convenção?
Essa é uma interpretação teológica. A Bíblia, quando conta a histórica de Cã, a tradução chama de Cão, né?, é que aquele filho de Noé (eram três) quando o pai tomou uns gorós e, bêbado, se despiu, ficou caído bêbado, veio um dos filho, viu os dois, e saiu criticando, né?, outro veio, de costas, e cobriu a nudez do pai, então esse o pai abençoou e outro ele amaldiçoou. Cada um interpreta como queira. Qual foi a mudança que houve, se foi de cor, eu não sei.
Mas eu soube que dentro da igreja a posição não é essa.
Olha, eu não sou paulista, eu sou cearense. A cor da pele não faz muita diferente não, sem dúvida nenhuma. Eu recebo o irmão pretinho, a velhinha pretinha, para mim eu tenho tanto carinho, amor e respeito quanto por qualquer outro. Acredito que essa é a posição da maioria dos pastores. Agora, ele e alguns outros pregam isso, que os negros, os africanos, são descendentes de Cão.
O que o conjunto de valores dos evangélicos pode trazer para a discussão dos direitos humanos?
Em primeiro lugar, eu parto da premissa da própria vida na nossa Constituição. Que todos nós somos iguais perante a lei. Alguém disse que somos quase iguais, mas a letra disse que somos iguais. Acho que todo brasileiro deve ter sua liberdade de culto, de voto, do ir, do vir, os princípios de direitos humanos que a Constituição predispõem, acredito que ali está muito correto para todos nós. E também, em relação ao Estado ser laico, eu entendo perfeitamente o texto da lei. O Estado é laico, mas o povo é cristão, o povo tem religião. De maneira que essa interpretação. Entendo é que na vida administrativa deve ser separado um do outro, são dois ramos equidistantes, porém quando se trata da vida religiosa, todo povo tem a sua religião. E eu respeito perfeitamente. Eu tenho amizade por todos eles [líderes de outras religiões].
Qual deve ser o papel de qualquer igreja num Estado?
Em primeiro lugar, nós trabalhamos para paz social, na recuperação da criatura humana. Eu entendo que o homem, em si, tem condição de se recuperar em qualquer circunstância da vida. O lado social, o benefício à criatura humana em todas as áreas da vida, desde a educacional, da alimentação, da parte familiar, da parte social, de se integrar à sociedade, procurar ajudá-lo para que ele consiga emprego, trabalho, afim de que essa pessoa, que era uma pária para a nação, passe a ser um cidadão de bem, operando, contribuindo para a nação.
Na parte religiosa, nós temos muito o que ensinar da palavra de Deus, nada do José Wellington, eu prego Jesus Cristo, nosso salvador. Quando nós pregamos a bíblia, ela em si tem um poder transformador, não há necessidade de qualquer adendo, qualquer filosofia para misturar com a bíblia, ela em si já é a autoridade divina. O meu caso: aceitei Jesus com 8 anos de idade. Não fumei, não bebi, não me prostituí. Eu tenho quase 79 anos e tenho uma saúde perfeita.
O assédio dos políticos a vocês é muito grande?
É sim, somos bastante assediados. Só que a minha orientação como presidente foi sempre procurar ajudar os de casa. Por que, se eu elejo uma pessoa do nosso convívio eclesiástico, [é] alguém que eu tenho uma certa ascendência [sobre], que ele possa ser um legítimo representante da igreja. Nós temos aqui o Ronald, o Paulo, meu filho, quantas vezes eu não digo: 'Paulo, senta aqui'. Temos que trabalhar os de casa. Eles merecem a atenção, a ajuda e a confiança.
Como vocês escolhem as pessoas que apoiam?
Chegou a ser de senador para cima, que precisa de mais votos, aí nós procuramos alguém que seja, no mínimo, amigo da igreja.
O que é ser amigo da igreja?
Normalmente, o senador da República já foi prefeito, já tem uma história na vida política. E nós então vamos buscar. Nós tivemos algumas dificuldades com o PT em São Paulo. Hoje não temos mais, graças à Deus por isso. Hoje tenho boa amizade com o prefeito de São Paulo [Haddad], sempre tive muita amizade com o Kassab, que saiu, tenho muito respeito e muita amizade também pelo governador, agora, eu não posso fazer divergência de partidos, eu trabalho com o povo. Na Igreja eu tenho PT, eu tenho PR, tenho PSDB, cada um acha que sua filiação está correta, Deus te abençoe. No contexto geral, somos crentes.
Qual a sua opinião sobre a Dilma?
Eu vejo com muito bons olhos. Confesso a você que não votei na Dilma. Eu tinha certos resquícios do PT lá em São Paulo. Mas esta senhora tem superado e com admiração. Ela pegou uma caixa de marimbondo na mão, mas tem sido muito honesta com seu governo e com o povo. Hoje, na minha concepção, a candidatura dela é uma nomeação, não precisa nem ir para a eleição, ela é eleita tranquilamente.
Vocês apoiam ela em 2014?
Eu até teria muito motivo para dizer não, mas esqueço tudo isso aí a bem do povo, ela tem sido muito correta na administração do nosso país.
O "PT de São Paulo" o senhor quer dizer Marta Suplicy?
[Risos] Deixa isso pra lá. O meu concorrente [na eleição desta semana], pelas informações que eu tenho ele recebeu todo o beneplácito do Planalto. Eu não recebi, e não recebi porque também não pedi. Na nossa igreja em São Paulo nunca entrou um centavo nem da prefeitura, nem do Estado nem da nação. Nunca pedi, de maneira nenhuma. A presidenta, num ano desses, eu estava aniversariando e ela foi lá me ver, me dar os parabéns. Foi lá com quatro ministros, o Padilha e outros mais. Recebi com muito carinho, muito amor, perfeitamente. Mas não peço. Agora, entendo que, se algum dia precisar pedir, sou um brasileiro que paga imposto, tenho tanto direito quanto os demais.
E o senhor tem um poder muito forte.
Vou dizer uma coisa para você. Eu não sou político, sou de uma família de políticos. Meu irmão foi deputado estadual durante três legislaturas. Minha filha é vereadora em São Paulo, a Marta, foi reeleita agora pela terceira vez. O Paulo foi eleito deputado com 162 mil votos, uma votação relativamente boa para São Paulo. E acredito que, pelo trabalho que ele está fazendo, talvez supere os 200 mil votos agora [em 2014]. Na eleição passada, ainda o Quércia era vivo, ele foi lá na nossa Igreja, ele, Kassab e o Serra. Eles me convidaram para que eu fosse suplente do Serra. E eu então agradeci a gentileza deles e pedi dois dias [para pensar]. Eu até brinquei, "deixa eu consultar minhas bases por dois dias". Na verdade, eu não ia aceitar. Eles voltaram, eu agradeci, educadamente. Então o Quércia disse "pastor, eu estou doente, você vai ser o senador". Eu disse: "é por isso que eu não quero". Eu não tenho tempo para mexer com a política. Não quero. A minha vocação é a igreja. Em São Paulo, nós temos 2.300 e poucas congregações [filiais] ligadas ao nosso ministério. É um batalhão de gente.
No total, a Convenção tem quantas Congregações?
O número de evangélicos da Assembleia de Deus é um ponto de interrogação. Em 1994, eu já era presidente, eu fiz um Censo entre nós e na época nós contamos 12,4 milhões de crentes na Assembleia de Deus. O crescimento da Assembleia de Deus, é o levantamento que eu tenho, é de 5,14% ao ano. Quando estou falando de membro estou falando daquele que foi batizado e tem responsabilidade na Igreja. Quando o Fernando Collor era presidente eu falei: "Presidente, se nós fôssemos políticos, a Assembleia de Deus teria muito mais condição de contar com o povo do que o seu partido, porque vocês não têm uma filial em todos os municípios do Brasil." A Assembleia de Deus temos em quase todas as vilas de todos os municpios do Brasil nós temos um templo. São mais de 100 mil templos que tem a Assembleia de Deus no Brasil.
A revista britânica "The Economist" recentemente comparou o papa a um presidente de uma empresa. É isso mesmo?
A igreja tem os dois lados. Tem o lado espiritual e o lado material, o lado social. No lado espiritual, é a bíblia, oração, jejum, ensinamento bíblico. Do lado material, do lado do patrimômnio, é uma empresa que nós temos que administrá-la de acordo com as leis vigentes no país. A Assembleia de Deus difere de outras igrejas evangélicas. Nós não vivemos correndo atrás do dinheiro. O dinheiro para nós não é o essencial. Nosso desejo é ganhar almas para Deus, o benefício da criatura humana. Nós somos um povo de vida social modesta mas que procura cuidar da igreja administrando-a seguramente.
Qual a receita anual de todas as Assembleias juntas?
Não sei. Não estou lhe negando porque esses valores [não são] da Convenção Geral. E a Convenção Geral tem o caixa mais pobre do mundo. Estou há 25 anos e desafio qual é o tesoureiro que possa dizer: "O José Wellington usou R$ 0,05 do caixa".
E da Convenção?
São R$ 7 ou R$ 8 milhões. É muito pouco. A nossa contribuição mensal é R$ 5 por mês [por obreiro], vou aumentar isso aí. Cada igreja tem a sua autonomia administrativa. Lá em São Paulo, essas 2 mil e poucas igrejas, essas todo o dinheiro vem para o Belém [central da congreção de Wellington em São Paulo]. E ali a gente administra e repassa para as construções e compromissos da igreja.
A maior parte que vocês juntam é gasto com o trabalho social? Quanto vocês gastam com trabalho social? Tem muita gente que acha que as igrejas evangélicas servem para enriquecer os pastores.
Fui comerciante em São Paulo, e quando saí, não saí rico, mas com uma vida econômica estável. E o que eu tinha eu conservei até agora. Eu tenho algumas propriedades, eu já tinha uma boa casa onde morar, carro novo, caminhão. Não joguei fora, conservei. Mas digo por experiência: se alguém pensa em ser pastor para ganhar dinheiro, pode procurar outra profissão. Estou falando pastor, não estou dizendo essa turma que vive explorando, arrancando dinheiro do povo. A Assembleia de Deus não faz isso.
Quem faz isso?
[risos] Você é um moço inteligente. A televisão está cheia dessa gente. Nosso afã não é esse. Estou construindo um templo-sede em São Paulo, porque nossa igreja na verdade ficou muito pequena, então compramos uma quadra na Radial Leste e gastamos aí uns R$ 47, R$ 48 milhões. Estamos no acabamento. [Perguntam]: "Quando o senhor vai inagurar?" Quando o dinheiro der [risos].
Houve um aumento de quase 50% nos fieis da igreja entre 2000 e 2010, segundo o Censo. Por que cresceu tanto?
Existem duas operações. Primeiro, a bênção de Deus sobre nós. E em segunda lugar é que a salvação que recebemos de Jesus é tão boa, ela é tão gostosa, nos trás tanta alegria, tanta satisfação, que todo crente tem o prazer de dizer que é crente. Nós transmitimos para o nosso semelhante aquilo que Deus fez na nossa vida. Então, nessa demonstração de fé, estamos ganhando outros para Jesus. Aí está o crescimento da Assembleia de Deus. Não é nossa filosofia, não é nosso preparo cultural, é esta vida saudável que recebemos de deus e partilhamos com aqueles que estão em volta de nós.
Com esse crescimento da igreja, e à luz do que ocorre com o Feliciano, o senhor sente um aumento do preconceito contra os evangélicos no Brasil?
Não, ao contrário. A minha geração, quando eu era criança, eu me recordo muito disso aí, quantas vezes os irmãos iam dirigir cultos ao ar livre, e terminava debaixo de pedradas, jogavam pedras, jogavam batatas, ovos, cebolas, era um negócio tremendo. Nós sofremos isso aí. Na época, nas cidades do interior do Ceará, se somavam um chefe religioso, um delegado de polícia e um juiz de direito e os três... Templos nossos foram destruídos, entravam nas casas do crentes, arrancavam as bíblias, faziam fogueira de bíblias nas praças, isso aí nós chegamos a conhecer no meu tempo. De lá para cá melhorou muito. Por que? Ontem, nossa penetração social era classe D para baixo. Hoje, pela graça de Deus, conseguimos alcançar uma classe social mais alta. A nossa igreja tem juiz de direito, tenho 14 netos e todos eles formados, quatro médicos. Então essa penetração social, ela mudou a visão da Assembleia de Deus. Esse problemazinho do Marco Feliciano é muito mais de enfeite da mídia e um pouco de proveito dele.
Às vezes, parece que ele está sozinho.
Nós temos por ele muita amizade e queremos o melhor para ele. Agora, não fomos nós que o indicamos para presidente da Comissão. Agora, já que ele está lá, vamos procurar dar um respaldo. Desde que também ele tenha um comportamento que não venha a comprometer a igreja.
Ele atraiu uma atenção negativa para a Assembleia?
[risos] Não, ele está tirando proveitozinho porque ele é vivo, né?
Essa campanha é parecida com a de uma campanha política?
Infelizmente, é. Não era assim. Eu me recordo de quantas vezes eu me reunia com as lideranças da nossa igreja numa convenção, não tão grande quanto essa, e os candidatos ali e nós votávamos por aclamação e OK.



PF instaura inquérito para apurar envolvimento de Lula com mensalão


A Polícia Federal instaurou na noite de ontem um inquérito para investigar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve participação no escândalo do mensalão. A investigação ficará a cargo da delegacia de crimes financeiros.
Na semana passada, a Procuradoria da República do Distrito Federal havia determinado a abertura da investigação baseada no depoimento do operador do mensalão, o publicitário Marcos Valério.
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Ex-presidente Lula em evento que aconteceu em SP
Ex-presidente Lula em evento que aconteceu em SP
A PF fez uma análise da documentação enviada antes de abrir o inquérito, cuja portaria de instauração foi assinada ontem. O prazo inicial da investigação é de 30 dias. Se for necessário mais tempo, a Justiça terá que autorizar a prorrogação.
É a primeira vez que será aberto inquérito criminal para investigar se Lula atuou no mensalão.
No processo principal do escândalo, julgado no ano passado pelo Supremo, Lula não foi investigado. Ele prestou depoimento, por ofício, apenas na condição de testemunha chamada por diferentes réus do processo.
O depoimento de Valério foi dado à Procuradoria-Geral da República em setembro do ano passado, no meio do julgamento do mensalão.
Entre outras acusações, o publicitário afirmou que Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, negociaram repasse de US$ 7 milhões para o PT.
Valério afirmou que o ex-presidente e Palocci reuniram-se com Horta no Palácio do Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria o valor combinado para o PT.
O dinheiro seria usado em campanhas petistas e para comprar deputados, segundo Valério.
No pedido enviado à PF, a Procuradoria solicitou "diligências" para averiguar até a exata data do encontro citado por Valério. Não há ainda previsão de quando depoimentos serão tomados, segundo a Folha apurou.
O depoimento foi enviado para a primeira instância já que nenhum dos citados têm foro privilegiado.
A Procuradoria da Republica do DF analisou o depoimento de Valério e, a partir daí, abriu seis procedimentos criminais. Um desses procedimentos foi, agora, transformado em inquérito. Os outros são preliminares e podem ou não ser transformados em investigações policiais.
Condenado a 40 anos de prisão no julgamento do mensalão, Valério fez outras acusações no depoimento, como a de que Lula se beneficiou com recursos do esquema. O petista sempre negou.
Na sexta-feira, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou que "não há nova informação em relação às publicadas há cinco meses", quando o depoimento de Valério foi remetido à primeira instância. Lula não quis se pronunciar em viagem à Inglaterra esta semana.
Advogado do ex-ministro Palocci, José Roberto Batochio chamou o depoimento de Marcos Valério de "invencionice" e negou a existência do encontro no Planalto.

Ministro Luiz Fux cancela jantar bancado por advogado


O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), pediu ontem ao advogado Sergio Bermudes que ele cancelasse o jantar que estava preparando para o magistrado.
O organizador da festa, marcada para o dia 26, queria reunir políticos e a cúpula do judiciário nacional e do Rio de Janeiro em seu apartamento de 800 metros quadrados, na zona sul do Rio. O evento celebraria os 60 anos de Fux.

Ministro Luiz Fux e advogado Sergio Bermudes
Ministro Luiz Fux e advogado Sergio Bermudes
"Estamos cancelando a pedido do ministro", disse Bermudes na noite de ontem.
Segundo relato do advogado, Fux informou que sua mãe, Lucy, de 78 anos, teve uma crise de hipertensão com a repercussão negativa da celebração, o que teria preocupado o ministro.
A divulgação do jantar causou constrangimento no Supremo. Nos bastidores, ministros criticaram a festa, para a qual foram disparados 300 convites.
Além de ser bancada pelo advogado, ela ocorreria pouco depois de o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, ter criticado o que considera "conluio" entre juízes e advogados no Brasil.
Coincidiria também com o julgamento dos recursos apresentados pelos réus do mensalão, que tentam reduzir suas penas.
Além de todos os ministros do Supremo, Bermudes chamou para o evento todos os integrantes do Superior Tribunal de Justiça, os 180 desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio, o prefeito da cidade, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral.
O mal-estar foi agravado pela informação de que a filha do ministro, Marianna Fux, é candidata a desembargadora do TJ do Rio.
Na festa, ela teria a oportunidade de circular entre potenciais eleitores, já que cabe aos desembargadores do TJ, convidados para a celebração, escolher, a partir de uma lista sextupla da OAB-RJ, os três nomes que serão apresentados ao governador Cabral. O governador então escolhe o novo desembargador.
Cabral negou ontem ter recebido o convite para o jantar. Ele também disse não ter conhecimento de articulação em prol da escolha da filha do ministro. "Nunca ouvi falar disso. A mim nunca chegou esse assunto. Agora, que ela é uma advogada brilhante e respeitada, ela é."
Antes da desistência de Fux, Bermudes havia defendido a realização do evento sob o argumento de que Fux nunca julgou ação em que atua como advogado, informação reiterada pelo gabinete do ministro.
"Sempre fomos muito amigos. É uma amizade de 40 anos que começou quando ambos éramos professores. Fui orientador dele e o ministro Fux sempre se julga impedido de atuar nas ações assinadas por mim ou por sua filha". Marianna Fux, 32, trabalha no escritório do advogado.

Novo presidente do PP defende apoiar reeleição de Dilma


Cortejado por todos os principais partidos que tentam chegar ao Palácio do Planalto, o novo presidente do PP (Partido Progressista), o senador pelo Piauí Ciro Nogueira, declara-se pessoalmente favorável a uma aliança formal entre o seu partido e o PT para sustentar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.
Aos 44 anos, mas já com uma longa carreira política (quatro mandatos de deputado federal antes de ir para o Senado), Nogueira faz uma ressalva sobre a necessidade de unificar o partido. Em entrevista ao Poder e Política, ele reconheceu que hoje a situação é desfavorável para que o PP dê o seu tempo de TV e rádio para Dilma usar na campanha pela reeleição.

Só não deixa dúvida sobre sua preferência pessoal: "Eu defendo o apoio à presidente Dilma". É um posicionamento muito diferente da neutralidade mantida pelo ex-presidente do PP, senador Francisco Dornelles, do Rio, quem em 2010 manteve a sigla neutra na disputa presidencial.
Ciro Nogueira não deseja hostilizar a ala anti-PT do seu partido e contrária ao apoio oficial à reeleição de Dilma, mas está empenhado na construção de um consenso que possa resultar na aliança em 2014.
O fato de o PP comandar o Ministério das Cidades não implica em uma aliança automática, pois essa também era a conjuntura em 2010. O que poderá mudar o cenário é um processo de consulta aos diretórios da sigla nos Estados.
Para Ciro Nogueira, a presidente da República e o PT terão de se esforçar para oferecer ao PP algum tipo de acordo que não sufoque o PP nas disputas por vagas no Congresso e em algumas eleições de governadores.
"O PT, historicamente, é um partido que não costuma apoiar candidatos de outros partidos. Nós estamos precisando também de gestos do outro lado", diz o presidente pepista.
O problema para esse acordo de apoio mútuo é que o PP tem como prioridade dois Estados nos quais o PT também deve ter candidato próprio ao governo: Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Nesse caso, seria necessário firmar um pacto de não agressão e garantir que Dilma Rousseff se mantenha equidistante nessas disputas.
O PP é o herdeiro direto da Arena (depois renomeada como PDS), legenda de sustentação da ditadura militar (1964-1985). Embora a sigla já tenha feito acordos regionais com o PT, o acerto nunca foi reproduzido eleitoralmente em nível nacional.
O PP apoiando o PT e Dilma em 2014 seria o fechamento completo do ciclo da redemocratização, com a união formal das duas forças mais antagônicas da fase final da ditadura militar.
Se embarcar no projeto reeleitoral de Dilma, o PP sufocará ainda mais os presidenciáveis que tentarão concorrer contra a atual presidente.
No campo ideológico, o PP deseja ser o "partido conservador" do Brasil. Ciro Nogueira acredita que "há um vácuo" no país que pode ser ocupado pela legenda.
Fala sem ressalvas que defende menos impostos e menos presença do Estado na economia. É a favor de endurecer as penas até para usuários de drogas. Não deseja flexibilizar a lei do aborto. Quer reduzir a maioridade penal. Declara-se contra a Comissão da Verdade.
A seguir, trechos da entrevista:
Folha/UOL - O PP hoje tem 37 deputados federais, 5 senadores e nenhum governador de Estado. Qual é a meta do PP para 2014?
Ciro Nogueira - Atingir mais de 10% da Câmara dos Deputados, em torno de 51 deputados. Também 10% do Senado Federal e atingir uma marca em torno de 15% dos governadores do país.
Quantos governadores espera eleger?
Eu acho que temos hoje em torno de 4 a 5 candidatos favoritos.
Poderia citar quais?
No Rio Grande do Sul, com a senadora Ana Amélia, que tem se tornado um dos melhores quadros que nós no Congresso Nacional. O vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, que deve assumir [o governo] com a saída de Antonio Anastasia. O senador Ivo Cassol, que é favoritíssimo em Rondônia. Benedito de Lira, em Alagoas. Em Santa Catarina ainda não tem a definição do candidato, mas nós teremos candidato próprio. O Piauí deve ter um candidato. Hoje existe a expectativa de vir para os quadros [do PP] o ex-prefeito [de Teresina] Sílvio Mendes, que teria amplas condições de ganhar.
Nós estamos em busca, em outros Estados, de nomes que possam fortalecer o PP nessa disputa. É a grande meta. Não adianta você ter uma copa florida se as nossas raízes estiverem rasinhas. Nós só podemos crescer muito -um grande exemplo é o PSB- por conta da eleição de governadores. Hoje o Eduardo Campos [presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco] tem alguma visibilidade, tem condições de musculatura para disputar o cargo de presidente da República, por conta das eleições de governadores.
O PP tem o Ministério das Cidades. Deveria ter mais?
Todo partido quer mais. Mas, no meu entender, nós temos uma base grande de partidos [no governo]. O partido está satisfeito com o tamanho que ocupa no diz que respeito a ministérios.
A última vez que o Partido Progressista, o PP, teve um candidato à presidente foi há 19 anos, em 1994, com Esperidião Amin. Depois, nunca mais. No ano que vem, em 2014, o PP terá candidato à presidente?
Não.
Vão se completar 20 anos sem candidato à presidente. Há um projeto a respeito?
Essa é a minha grande meta para 2018. Mas isso passa pela eleição de governadores. É um processo até semelhante, como eu falei, ao PSB. Nós temos que eleger governadores para dar musculatura. Passa, também, pela concepção de bandeiras políticas que, ao longo do tempo, nós fomos perdendo e temos que voltar a ter essas bandeiras. Nos firmarmos com esse partido, ocuparmos esse espaço que existe, esse vácuo hoje na política brasileira. E a nossa grande meta é ter um candidato [a presidente] viável para 2018.
Em 2010, o PP teve um posicionamento tímido na eleição presidencial. Embora participasse com um ministro no então governo Lula, decidiu não apoiar a candidatura de Dilma Rousseff e nenhum outro candidato. Em 2014, qual é a tendência do PP em relação à eleição presidencial? Ficar neutro ou tentar buscar um posicionamento a favor de um candidato?
É uma discussão que nós vamos travar a partir de agora. Essa discussão não aconteceu em 2010.
Por que não aconteceu a discussão?
É porque as lideranças do partido achavam que ela não devia acontecer. Existiam muitos conflitos. O partido acabou ficando neutro.
Preferiu nem fazer a discussão interna?
Exatamente. Naquela época não aconteceu. Agora, não. Nós vamos passar por esse processo.
Como vai ser o processo?
De discussões Estado por Estado visando aos interesses estaduais. Aumentar essa discussão que nós temos hoje no partido de incorporar bandeiras do atual projeto da presidente Dilma Rousseff. Nós temos que ter bandeiras importantes. O Ministério das Cidades vai conduzir uma área importante, que terá um grande crescimento na área de saneamento no país.
Em 2010, o PP preferiu ficar neutro. Mas não parece ao sr. um pouco anormal um partido que participa do governo chegar na hora da eleição e não apoiar oficialmente esse mesmo governo?
Eu acho. Mas nós temos que respeitar as questões estaduais. Nós temos algumas peculiaridades. Em Minas Gerais, nós temos uma aliança histórica com o PSDB. No Rio Grande do Sul, o principal adversário do partido é o PT. Em Santa Catarina... Nós temos que respeitar.
O que seria do PP sem o Rio Grande do Sul, que é o nosso diretório mais forte, mais consistente? Agora, eu acho que tem que haver a discussão.
O grande diferencial que vai acontecer em 2014 é que nós vamos trazer essa discussão. Eu acho que está na hora de o partido incorporar programas importantes que são comandados [pelo PP] para criar uma vinculação nacional com esse projeto da presidente Dilma.
Como assim? Por exemplo...
Por exemplo, o PP conduz o principal programa que é o PAC. O programa habitacional que foi o maior programa da história deste país, o "Minha Casa, Minha Vida". Nós temos que incorporar. Se tiver uma identificação partidária com o projeto da presidente Dilma Rousseff, pode ser que, lá na frente, nós estejamos juntos.
Nós não podemos apenas estar com a presidente Dilma porque temos um cargo. Não. Se nós tivermos um projeto de identificação que seja comandado pelo partido em nível nacional, e essa bandeira esteja identificada com o partido, aí fica muito mais fácil de você convencer -em nível de uma convenção- os filiados que nos Estados são contra a estarem juntos.
O sr. acha que hoje o acordo eleitoral nacional PP-PT é exequível, porém é incerto no momento?
Totalmente incerto. Nós não temos posicionamento nenhum ainda.
O que é certo no momento é que a discussão...
...Vai acontecer Estado por Estado. No meu Estado, eu não teria problema nenhum. No Piauí, a nossa tendência é apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. O PT é nosso tradicional adversário lá, poderíamos ter dois palanques, não tem problema. Mas no Sul, por exemplo, não aconteceria isso.
Não seria tão natural...?
Não é natural. Então, nós temos que respeitar essas situações de cada Estado.
Essa fase de consultas aos Estados e as decisões em nível local começam a ser tomadas quando?
Nós estamos criando um grande conselho comandado por uma pessoa que é contra o apoio à presidente Dilma Rousseff, que é o vice-governador [de Minas Gerais] Alberto [Pinto Coelho]. Um conselho de candidatos a governador que irá opinar...
É um conselho interno do PP?
É. Ele [Alberto Pinto Coelho] vai ser o presidente desse conselho interno de candidatos.
O fato de Alberto Pinto Coelho, vice-governador de Minas, ser contra a aliança no plano federal eleitoral [com o PT] já não indica que...
...Não, não. Até porque... Da mesma forma se eu dissesse que, eu sou a favor [da aliança com o PT], iria implicar de o PP apoiar [o PT]. Não, de jeito nenhum. É apenas uma instância que vai ser ouvida.
Esse conselho será composto por quantos integrantes do PP?
Candidatos a governador. Todos.
Serão convidados a participar do conselho?
Exatamente.
E esse conselho tem que finalizar o processo?
Aí é na convenção partidária.
Só em julho do ano que vem [2014]?
Acredito que até lá é lógico que é difícil o partido político que não já chegue com essa situação já definida dessas discussões. Mas o início é agora. Mas consolidar isso vai ser na convenção. Até lá, é um processo de construção.
Mas a sua expectativa era que pudesse ser...
Eu gostaria que no início do ano já tivesse...
...No início de 2014?
É. Nós teríamos essa discussão por todo o período de 2013.
E em janeiro ou fevereiro de 2014 pudesse ter uma posição?
Exatamente. Era o ideal.
O sr. está dizendo que a sua posição pessoal poderia ser de apoiar oficialmente a reeleição da presidente Dilma?
Exatamente.
O sr. tem uma noção hoje da posição dos 26 Estados e do Distrito Federal? A divisão é mais ou menos para qual lado?
Hoje contra o apoio.
Mas em que número?
A maioria de candidatos a governador eu acho que seria contra. Mas é uma situação que nós ainda vamos ouvir. Aqui é muito no 'achismo'. Pelo pouco que a conversamos ontem [11.abr.2013] na convenção. Mas é uma discussão e um debate interno que ainda vai acontecer, até porque essas pessoas que estão com esse posicionamento, às vezes, não têm os instrumentos necessários para fazer essa avaliação. São discussões em que vão se colocar posições divergentes para que se tome uma posição com muito mais consistência.
O sr. vai trabalhar para que o partido fique pacificado...
Totalmente.
Mas vai trabalhar também defendendo alguma posição. Qual posição?
Eu defendo o apoio à presidente Dilma. Essa é uma posição do diretório do Piauí e do senador Ciro. Mas se eu achar que, para o futuro do partido, para o crescimento do partido, não é interessante o apoio à presidente, eu serei contra esse apoio lá na frente.
A presidente Dilma pode ajudar também nesse trabalho de convencimento? Como?
Eu acho que é identificando, dando condições para que o partido possa se identificar com a sua administração. Como eu falei, há quatro anos, o Ministério das Cidades não era um ministério que pudesse dar visibilidade a um partido. Praticamente, o ministro se tornava um secretário-executivo da Casa Civil. Hoje, não. Hoje o ministro é um homem de confiança da presidente. E eu acho que nós podemos identificar e criar, como bandeira de partido, os projetos mais importantes do atual governo.
Mas o que a presidente Dilma, ela própria, poderia fazer objetivamente para ajudar o PP a construir uma posição a favor dela na eleição?
Aumentando esse prestígio político do ministro das Cidades.
Mas de que forma?
Dando visibilidade ao seu trabalho. Dando condições para que ele possa, como bandeira política, como atuação partidária, defender todos esses projetos que são os mais importantes do seu governo.
Ela deveria chamar para conversar os líderes do PP estaduais também?
Lógico. Mas passa por um processo também de aproximação com as bases do partido. O PT, historicamente, é um partido que não costuma apoiar candidatos de outros partidos. O PP, na última eleição, talvez tenha sido o partido mais fiel [ao PT] em eleições complicadíssimas. Eu dou um exemplo: em São Paulo, nós apoiamos o Haddad. Em Pernambuco, fomos o único partido que foi capaz de enfrentar o todo poderio de Eduardo Campos para ficar ao lado do PT. Então, nós estamos precisando também de gestos do outro lado.
Do PT?
Do PT. Isso não tem ocorrido nos Estados.
O PT poderia ajudar, eventualmente, apoiando algum candidato a governador do PP?
Exatamente.
O sr. imagina onde? Os dois Estados que o sr. citou são difíceis -Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Ou não?
É verdade. Não é fácil. Mas são situações que nós estamos precisando de gestos. Quem iria acreditar na candidatura do Haddad quando ele iniciou, quando ele estava patinando? E, principalmente, nós entramos lá em Pernambuco na eleição [para prefeito do Recife] sabendo que era radicalmente difícil pelo poderio do Eduardo Campos. E nós ficamos ao lado do PT. Nós precisamos de gestos de aliados em momentos difíceis. Não é no momento em que você é favorito.
O sr. acha possível o PP apoiar algum candidato a presidente em 2014 que não seja a presidente Dilma?
Possível é. Não tem posição fechada.
Mas ficaria com o Ministério [das Cidades] nesse caso?
Não.
Aí teria que sair do Ministério?
Teríamos que sair do Ministério.
No leque das possibilidades, qual a viabilidade dessa opção eleitoral?
Pequena.
É isso?
Muito menor. Mas tem pessoas que defendem isso. E nós temos que respeitar. Então, é uma situação que ainda vai ser construída. Nós não temos hoje uma posição firmada quanto a isso. Agora, tudo é possível.
Como tem sido o PP ideologicamente nos últimos anos?
Acho que o partido tem perdido, nos últimos tempos, algumas bandeiras que eram históricas do partido.
Por exemplo?
A bandeira do agronegócio, da livre iniciativa... Eu acho que o Partido Progressista é um partido conservador. O meu grande desafio é levar essa bandeira. Para termos uma bandeira e um projeto nacional.
Nosso grande desafio é passar por um processo de crescimento de governadores em 2014 para buscar ser uma alternativa para o país em 2018.
Eu considero o PP um partido de centro, um centro móvel. E eu acho que hoje nós temos que buscar as soluções em todos os setores. Elas não estão em um lugar só.
O PP é a favor de mais ou menos impostos na economia brasileira?
Radicalmente menos. Radicalmente. A grande divergência, hoje, que eu tenho ideológica com o Partido dos Trabalhadores é o tamanho do Estado.
Nós temos hoje um Estado que nós temos que diminuir o seu tamanho, inchaço, a quantidade de ministérios. A diminuição do Estado, fatalmente, passa pela diminuição dos impostos. Nós temos uma das maiores cargas tributárias do mundo e um Estado ainda muito ineficiente.
O sr. é a favor do casamento gay?
Olha, eu respeito toda essa discussão. Eu acho que o correto seria ter a união estável entre homem e mulher, o casamento. Tem que respeitar. Mas eu também defendo que tenha que se respeitar todas essas pessoas que são contra. Eu acho que existe muito sectarismo na hora dessa defesa.
Mas e o partido? O sr. acha que o partido deveria se posicionar sobre isso?
Não. Eu não acho que isso é uma questão partidária. Isso é uma questão pessoal de cada um. Eu mesmo sou favorável a união estável.
Entre pessoas do mesmo sexo?
Eu acho. Nós temos que respeitar isso. Isso aí é um desejo individual que ninguém tem que interferir. Mas isso não é questão partidária. Partido político não tem que se envolver nisso.
É a favor de Marco Feliciano à frente da Comissão de Direitos Humanos [e Minorias] da Câmara?
É um direito dele. Ele foi legitimamente eleito. O seu partido tinha direito. Eu sou contra, radicalmente contra, destituí-lo.
Não seria melhor alguém equilibrado ali?
Aí, sim. Aí eu acho que era o correto. Eu acho que era o correto alguém que não tivesse nenhum tipo de extremismo.
O que acha de liberalização de drogas leves?
Eu sou radicalmente contra.
Por quê?
Hoje, os pequenos traficantes estão com pequenas quantidades de drogas. Quando são presos, dizem que são usuários e acabam revertendo a pena em uma advertência. Eu acho que nós temos que criminalizar. Eu sou radicalmente favorável a manter e aumentar a criminalização.
Mesmo para quem seja portador de pequenas quantidades?
Esse tipo de situação está sendo utilizada pelos traficantes.
E no caso do usuário realmente comprovado? De fato, só um usuário. Ele tem que ser criminalizado?
Eu acho que tem que ser criminalizado porque esse consumo dele não está afetando só a vida do usuário. Está afetando a vida de milhões de brasileiros que estão à mercê de um problema tão grave que tem afetado a vida das pessoas.
O PP tem posição sobre isso?
Não. É um debate...
O sr. acha que o PP deveria ter posição sobre isso?
Isso, claro. É isso que eu estou falando. Acho que está na hora de os partidos políticos terem coragem de assumir algumas posições e algumas discussões. Eu me propus, como candidato à presidente do partido, a levar essas discussões, discutir nos Estados, para que o PP tenha clareza disso. Isso aqui que eu estou falando, mas eu assumi um mandato ontem [11.abr.2013]. Mas eu não posso ainda colocar como posição partidária até porque eu não ouvi isso.
O sr. enxerga para o PP um espaço não ocupado nesse campo do conservadorismo?
Eu acho. Essa questão sempre foi colocada como se esses partidos fossem ligados ao quê? À corrupção, à ditadura. Não tem nada a ver. Eu acho que nós temos algumas bandeiras e temos que ter coragem de defender.
Redução da maioridade penal: o seu partido já tem posição ou vai ter?
Não. É uma discussão que eu quero trazer ao partido.
O sr. é a favor?
Sou radicalmente favorável a isso.
Como seria o ideal nesse caso?
Eu tenho uma posição muito parecida com a do governador [Geraldo] Alckmin [de São Paulo]. Um garoto de 16 anos hoje não é mais o mesmo de 30 anos atrás. Não tem a mesma ingenuidade... Nem a mesma habilidade de se ter... Ficar com esse escudo. Você sabe que é costume você ver quadrilhas que têm lá um garoto já para assumir o crime. Acho muito complicado você [não] prender uma pessoa que vai completar 18 anos na próxima semana... Ele cometer um crime e já ficar liberado. Eu acho que nós temos que ter penas mais longas.
O PP assumirá posições programáticas sobre esses pontos?
Eu vou trazer esse debate interno.
Gostaria que isso acontecesse?
Gostaria que houvesse um debate interno e é lógico que eu mesmo tenho um projeto...
É uma agenda clássica conservadora?
Exatamente. Eu tenho um projeto como senador para isso. Não é agora. Eu assumi o mandato [de presidente do PP] ontem [11.abr.2013]. Não posso chegar como posição do partido até porque eu não ouvi o partido.
Mas é o seu desejo?
O meu desejo é trazer essa discussão. E o partido se posicionar contra isso.
Nessa agenda estão a redução da maioridade penal e a criminalização mais pesada do uso e comercialização de drogas?
Nessa agenda, especificamente, é isso.
Formou-se um vácuo no entre os partidos políticos da esquerda para a direita? Ninguém assumiu essa posição? O sr. acha que o PP pode assumir esse figurino de partido mais tradicional conservador com esses valores?
Eu acho que nós podemos. Existe um vácuo muito grande. Eu acho que a sociedade brasileira é conservadora no meu ponto de vista. Eu acho que essas questões de direita e de esquerda são mais marketing partidário do que prática política.
Como o sr. definiria o PSDB?
O PSDB, que iniciou como um partido mais para a esquerda, foi empurrado eleitoralmente para ocupar esse vácuo aí.
Mas o PSDB não assume todas essas posições...
Ele foi empurrado eleitoralmente. Porque ficou o vácuo. Eu acho que ficou um vácuo e o eleitorado ficou sem um partido que representasse isso.
Liberalização da prática do aborto. O sr. é a favor ou contra?
Eu sou contra. É um debate que nós temos que enfrentar. O que acontece no país? Por conta de ser proibido, nós não discutimos esse tema. Vamos fazer um debate e ajudar as pessoas. Evitar esse tipo de comportamento, não apenas proibir.
É uma coisa radicalmente diferente da questão do uso da droga. Porque isso [o aborto] não afeta a sociedade, afeta a pessoa em si. A maior prejudicada nisso é a mãe. A mãe que vai fazer um aborto não deseja aquilo. Às vezes, acontece uma concepção indesejada. Isso é falta de educação, principalmente em crianças. Hoje, a partir de 12 anos de idade nós já vemos pessoas engravidando. Falta educação. Esse é um aspecto. Outro aspecto, depois, é a questão mesmo de quando a pessoa já atinge um certo estágio na vida, de um pouco mais de responsabilidade.
O que o sr. acha que seria razoável?
Eu sou contra o aborto. Vamos criar políticas para evitar que as pessoas tenham filhos que as levem a abortar. Campanhas de prevenção, de apoio a essas pessoas para que elas possam criar seus filhos.
Nesse caso, acha que o PP deveria ter uma posição partidária?
Acho.
Para resumir: posso definir o PP, Partido Progressista, como um partido conservador que vai perseguir uma posição unificada sobre esses temas?
Exatamente.
O PP tem alguns integrantes que são muito relacionados ao passado da legenda, quando ela nem tinha esse nome. Quando foi a Arena, a sigla que apoiou a ditadura militar. Por exemplo, Paulo Maluf, em São Paulo. Como o PP, sob o seu comando, vai trabalhar para melhorar a imagem do partido, apesar de a imagem de alguns dos seus integrantes não ser a melhor perante a opinião pública?
São pessoas que devem ser respeitadas. Encaro como uma escola de samba. Escola de samba não tem a velha guarda? A velha guarda não está na frente do desfile, não está no comando. São pessoas que são respeitadas e que tiveram história no partido. Algumas pessoas são muito mais antigas do que eu.
Seria muito fácil hoje dizer: 'Nós temos que tirar, afastar'. Não. Têm que ser respeitadas. Mas eu encaro assim, uma velha guarda. Hoje, quem está no comando são pessoas com novas ideias.
Mas e a carga histórica, a herança ideológica do partido? Qual é a sua opinião? Qual é a sua opinião sobre o período da ditadura militar?
O partido é muito diferente daquela época. O nosso grande condutor, o nosso baluarte, o meu grande conselheiro na política é o senador Dornelles. Ele foi o homem de confiança de Tancredo Neves, seu braço direito. O Tancredo esteve na luta pela redemocratização. De lá para cá, as pessoas são outras. Hoje, 95% do partido não participou daquele período. É um período que tem que ser respeitado, mas já faz parte do passado.
Vou citar um integrante do seu partido: o deputado Jair Bolsonaro, do PP do Rio de Janeiro. Ele sempre faz declarações a favor do regime militar. O sr. concorda?
Eu acho que o período da ditadura militar, em comparação com alguns países, foi muito menos traumático. Em comparação com a Argentina, por exemplo. Eu acho que os militares não fizeram tão mal ao país como fizeram em outros países. Respeito algumas decisões dos militares. É um período que faz parte do nosso passado e que eu acho que nós já deveríamos ter esquecido. Eu acho que quanto mais nós trazemos à baila isso, essas comissões de verdade, essas situações, só trazem discussões que não fazem mais parte do dia a dia da população.
O sr. é contra o trabalho da Comissão da Verdade?
Sou.
Por quê?*
Porque se politizou esse debate. É um debate que só veio para esclarecer um lado. Não está para esclarecer os dois lados.
Foi uma iniciativa pessoal da presidente da República Dilma Rousseff. Nesse caso, ela errou?
Olha, é muito fácil para mim, que não vivi essa época, não sofri, dizer que ela errou. Eu não acho isso. Por tudo que ela passou, foi uma mulher que chegou a ser torturada, eu acho que ela tem razão de ter feito. Mas eu, que não vivi essa época, sou uma pessoa muito mais jovem, não daria isso como prioridade.

PMs de UPPs no Rio receberão aumento de R$ 250, diz Cabral


  • O Governo do Rio de Janeiro inaugurou na manhã desta sexta) a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Caju
    O Governo do Rio de Janeiro inaugurou na manhã desta sexta) a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Caju
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), anunciou nesta sexta-feira (12) que os policiais militares lotados em UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) receberão aumento de 50% na gratificação paga pela prefeitura da capital fluminense. O governador inaugurou nesta sexta mais duas UPPs, uma no Caju e outra na Barreira do Vasco e Tuiuti, localidades com cerca de 26 mil habitantes cortadas pela avenida Brasil e pela Linha Vermelha, duas das principais vias expressas da cidade.

Segundo Cabral, a decisão de conceder o aumento foi tomada depois que o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, apresentou ao prefeito Eduardo Paes o planejamento da nova fase das UPPs. Cabral ainda vai assinar o decreto que oficializará o aumento.

Além do salário pago pelo governo do Estado, os policiais militares de UPPs recebem R$ 500 da prefeitura. Com o aumento, o valor sobe para R$ 750. O município também passará a dar gratificações à estrutura de comando das UPPs, projeto que já chegou a 32 comunidades.

Na unidade do Caju, 300 policiais serão comandados pela major Alessandra Carvalhares, que já chefiou a UPP da Formiga. Na Barreira do Vasco/Tuiuti serão 150, sob comando do capitão Joel Silva, 27, que foi comandante da UPP de Cidade de Deus.

O secretário Beltrame destacou que a UPP marca o fim de um império do crime sobre a população, mas admitiu que há informações sobre armas pesadas que ainda podem estar em áreas consideradas pacificadas: "é uma realidade. São armas que estiveram durante muito tempo nessas comunidades e ainda se está sujeito a pegar algumas delas". Beltrame informou que o número de armas mais pesadas é pouco expressivo, com maior presença em áreas em que o domínio dos traficantes era mais recrudescido.

As regiões que receberam as UPPs hoje foram ocupadas pela polícia no último dia 3 de março. Ao todo, as duas novas UPPs abrangem 15 comunidades, 13 delas no Caju. Durante a inauguração, moradores procuraram o governador para reivindicar investimentos em saúde e saneamento, entre outros serviços básicos.

Heidi Klum diz que usou dicas de instrutor para salvar filhos de afogamento


A apresentadora Heidi Klum, 39, falou sobre os momentos de medo que viveu quando teve que salvar seus filhos de um afogamento no Havaí.
Em uma entrevista ao programa de Ellen DeGeneres, Heidi falou sobre os detalhes da experiência. "Aconteceu muito rápido. Foi tão assustador, aconteceu em um segundo", disse ela à apresentadora, segundo o "E! Online".
Heidi disse que seu filho mais velho, Henry, 7, é um excelente nadador e que ensinou técnicas para seus irmãos. "Henry ensinou todos os meus filhos a nadar, até mesmo a caçula, Lou, que tem três anos e meio. Se ela for à piscina, vai saber o que fazer. Ela nada até a borda e escala para fora da piscina".
A apresentadora contou que se lembrou das dicas de seu instrutor de natação durante o incidente. "Ele sempre me disse que quando você está na água, precisa ter calma e não pode se estressar. Foi o que fiz".