Um grupo de 40 advogados se reuniu na segunda-feira (8) com o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, para se colocar à disposição dele e de outros jornalistas que estão participando da divulgação das mensagens do ex-juiz e ministro Sergio Moro (Justiça) com procuradores que atuaram na Operação Lava Jato.
A ideia é criar um Comitê pela Liberdade de Imprensa que atue na defesa de repórteres ameaçados, neste e em outros casos que possam gerar represálias do Estado.
A mobilização começou depois que foi divulgada a notícia de que a Polícia Federal, subordinada ao ministro Sergio Moro, teria pedido ao Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, uma análise sobre as contas bancárias de Greenwald.
A iniciativa foi vista como clara tentativa de perseguição e retaliação por senadores, que cobraram explicações, por deputados e por partidos políticos. A Rede entrará no STF (Supremo Tribunal Federal) para que qualquer investigação contra ele seja sustada.
O TCU (Tribunal de Contas da União) notificou o ministro Paulo Guedes, da Economia, a quem o Coaf é subordinado, para saber se a informação é verdadeira. A resposta será dada nesta terça (9).
O encontro com Greenwald reuniu representantes das principais entidades da advocacia brasileira, como OAB, IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), Ibccrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), ABDJ (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros) e a Associação dos Criminalistas do Rio de Janeiro.
As defensorias públicas nacional e do Rio de Janeiro também compareceram.
Entre os profissionais presentes estavam Nilo Batista, que advoga para Glenn, os juristas Geraldo Prado, Aury Lopes e Juarez Tavares, Carol Proner, da ABDJ, Dora Cavalcanti e Marina Dias, do IDDD, Juliano Breda, da OAB, Luciano Bandeira, da OAB-RJ, Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas, Eleonora Nassif, Roberto Podval, Maíra Fernandes e a desembargadora aposentada Kenarik Boujikian. Advogados como Alberto Toron e Antonio Carlos de Almeida Castro enviaram mensagens.
O encontro foi organizado na casa da advogada Estela Aranha, em segredo, para não colocar Glenn e a equipe em risco. O jornalista Leandro Demori, do The Intercept Brasil, também estava presente.
Advogados que têm clientes na Lava Jato fizeram relatos sobre supostos abusos dos procuradores da força-tarefa e de Moro, que foi o juiz da operação durante cinco anos.
Um manifesto deve ser lançado em apoio à liberdade de expressão e à equipe de Nilo Batista, advogado de Glenn Greenwald.
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