A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou nesta quarta-feira a convocação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), general Sergio Etchegoyen, e do diretor-geral do órgão de inteligência, Janér Tesch, para prestarem esclarecimentos sobre a espionagem ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal.
Conforme VEJA revelou, o governo acionou a Abin, o serviço secreto brasileiro, para fazer uma devassa na vida de Edson Fachin com o objetivo de encontrar informações que possam fragilizar sua posição de relator da Lava-Jato. No Congresso, aliados de Michel Temer também tentam constranger o ministro do STF buscando questionar a sua relação com Ricardo Saud, ex-diretor do grupo JBS. Executivos do frigorífico firmaram um explosivo acordo de delação que fora homologado por Fachin.
Os requerimentos de convocação de Sergio Etchegoyen e Janér Tesch não estavam na pauta da comissão desta quarta-feira, mas foram incluídos na agenda a pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor da medida, sob o argumento de que a audiência com os dois representantes da Abin seria urgente. A presidente da comissão, Regina Sousa (PT-PI), que é opositora ao governo, acatou o pedido.
A sessão estava esvaziada, já que, ao mesmo tempo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) analisava a reforma trabalhista e os principais senadores governistas acompanhavam a tramitação desse tema que é prioritário para o Planalto. A aprovação das duas convocações na CDH se deu forma simbólica.
Como os requerimentos exigem a convocação, Sergio Etchegoyen e Janér Tesch são obrigados a comparecer ao colegiado. Ainda não está definida a data da audiência.
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