Apesar de avaliar como "positivo" o resultado da votação do teto dos gastos públicos, o Palácio do Planalto vai cobrar deputados da base aliada que votaram contra o governo ou se ausentaram da sessão desta segunda-feira (10) na Câmara dos Deputados.
O próprio presidente Michel Temer vai conversar com todos os partidos da base aliada, principalmente aqueles em que foram registradas mais traições, para garantir que eles busquem uma unidade nas bancadas a favor das propostas do governo.
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse que o presidente vai ter uma "DR [discutir a relação]" com os partidos da base aliada na busca de garantir maior coesão dos aliados em torno dos projetos governistas. A intenção do presidente é chamar ainda nesta semana, antes de sua viagem internacional, líderes de partidos como PSB e PPS, que registraram taxa elevada de traição na votação do teto, para discutir a relação com o governo.
"Se o presidente disse que vai ter um DR, é óbvio que estamos aguardando. O ministro Geddel Vieira Lima sugeriu ao presidente [cobrar os aliados] e, depois dessa conversa, é que o governo federal vai poder se posicionar", disse o ministro da Casa Civil. "A base do governo federal se faz com aliados e o governo federal não prende ninguém na base de sustentação", acrescentou.
A estratégia é ameaçar parlamentares infiéis com o risco de perda de espaço no governo caso eles continuem votando contra medidas do presidente Michel Temer. Um assessor presidencial disse que o objetivo é tentar ampliar o placar desta segunda e não perder votos.
Além de mirar numa ampliação do placar na votação do segundo turno do teto dos gastos públicos, o alvo do governo também é a votação no futuro da reforma da Previdência Social.
O PSB, numericamente, foi o partido da base aliada que mais votou contra a proposta. Dos 32 deputados presentes à sessão, dez votaram contra o governo. O partido tem, no governo, o comando do Ministério de Minas e Energia.
Além do PSB, PPS e Pros também registraram traições em número considerado elevado pelo Palácio do Planalto.
Com esta estratégia, o governo espera que, no segundo turno da votação da emenda constitucional que cria o teto de gastos públicos, o número de votos a favor da proposta supere os 366 obtidos no primeiro turno.
Na contabilidade do Palácio do Planalto, a expectativa era conseguir entre 355 e 365 votos no primeiro turno. O resultado final acabou superando em um voto as planilhas do governo.
"A tendência é que a gente aumente o placar [no segundo turno]. Mas tem de medir isso mais próximo do dia da votação", disse o ministro da Casa Civil.
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