GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 13 de setembro de 2015

Após acidente, mulher acorda todo dia pensando que é 15 de outubro de 2014

(Chris Johnston): Nikki Pegram não consegue se lembrar de nada desde que sofreu acidente em outubro do ano passado

Todos os dias, a inglesa Nikki Pegram, de 28 anos, leva seu filho, Freddie, à escola, mas não consegue se lembrar em que classe ele estuda ou o nome de sua professora.
Em 15 de outubro de 2014, ela deixava o hospital após uma consulta médica quando caiu por causa de um problema no joelho.
Na queda, ela bateu a cabeça em uma barra de metal e sofreu uma significativa perda de memória.
Desde então, Nikki acorda pensando se tratar do dia de sua consulta médica. E também do acidente, apesar de não se lembrar como tudo aconteceu.
Ele foi diagnosticada com amnésia retrógrada, condição que faz com que o cérebro seja incapaz de criar novas memórias.
Diário
Agora, Nikki é incapaz de se lembrar do passado recente. Depois disso, suas memórias se tornam "distorcidas", acrescenta ela.
Para sobreviver às dificuldades de uma vida sem recordações, a jovem inglesa passa o dia tomando notas e lendo seu diário, que mantém desde o acidente e guarda em seu criado-mudo.
(Chris Johnston): Nikki mantém diário para cumprir atividades diárias
Trata-se de um pequeno livro azul cujo título é Diário de perda de memória. Leia-o assim que acordar.
De acordo com seu marido, Chris Johnston, Nikki o lê em cada café da manhã antes de começar o dia.
E a cada dia ela é surpreendida ao saber que onze meses atrás, sofreu um acidente que lhe causou uma lesão grave na cabeça. E que não se lembra de nada de novo desde então.
Mas, diariamente, Nikki tem de reaprender tudo o que ouviu e leu no dia anterior.
Foi Chris quem a encorajou a manter o diário para preservar suas próprias memórias por escrito.
Desafio
"Em alguns dias, ela (Nikki) está realmente deprimida e teme por seu futuro, mas em outros ela está bem. Há dias em que ela não quer sair da cama", disse Johnston à BBC.
"Nikki vive um dia por vez: não sabe o que fez ontem ou na semana passada ou no mês passado".
"Tudo depende de seu diário e de mim", acrescenta.
(Thinkstock): Nikki sofre de amnésia retrógada, condição que faz com que o cérebro seja incapaz de criar novas memórias
Johnston disse que, recentemente, comemorou seu aniversário de 40 anos, mas que sua esposa não se lembrava de como foi o evento.
A condição de Nikki também foi muito difícil para seu filho Freddie, de quatro anos, que vez ou outras não entende por que sua mãe não se lembra de nada.
Rob Poppleton, consultor clínico em neuropsicologia, explica que a amnésia retrógrada de que jovem britânica sofre "interrompe a capacidade de aprender novas informações, a memória do aqui e agora."
"As memórias não são permanentemente assimiladas, o que é muito angustiante para a família e para os cuidadores", disse ele.
Mas desde que Nikki sofreu o acidente, já houve uma melhora tímida, conta seu marido.
Segundo Johnston, ocasionalmente, ela diz ter se lembrado de um sonho, o que pode representar um sinal de esperança para o futuro da jovem britânica.
"Não é muito, mas é alguma coisa, e você tem que se agarrar a isso para sobreviver", disse ele.
(Chris Johnston): Nikki ainda não recebeu prognóstico definitivo sobre sua condição
Segundo Johnston, Nikki ainda não recebeu um prognóstico definitivo sobre sua amnésia.
Inicialmente o casal pensou que o quadro seria temporário e ela poderia eventualmente se recuperar da capacidade de se lembrar.
Mas faz um ano desde que Nikki sofreu o acidente e Chris leu com preocupação que algumas pessoas nunca se recuperam após um acidente de memória.
A jovem britânica queria ter seu próprio bar, mas agora não pode trabalhar.
No entanto, o Departamento do Trabalho e Pensões do Reino Unido, que administra a concessão de benefícios a pessoas com deficiência, decidiu que Nikki tem condições de trabalhar, decisão que surpreendeu seu marido.
"Eles decidiram que ela pode trabalhar porque pode andar pelo menos 200 metros sozinha e não precisa de ajuda para se comunicar", disse ele à BBC.
"Mas Nikki não pode trabalhar: ela não sabe onde será seu trabalho, o que está fazendo, seria preciso treiná-la todos os dias", explicou. Ele disse que o casal vai recorrer da decisão.

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