GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Ex-secretária da Câmara diz que tinha que entregar metade do salário para Pedro Corrêa

A ex-secretária da Câmara dos Deputados Vera Lúcia Leite Souza disse, durante audiência da Operação Lava-Jato, na semana passada, que era obrigada a transferir metade do seu salário para o então deputado Pedro Corrêa (PP-PE). O acordo durou de 2006 a 2011, enquanto Vera Lúcia trabalhou para a liderança do PP na Câmara. Depois disso, de 2012 a 2015, ela trabalhou para a filha do ex-parlamentar, a também deputada federal Aline Corrêa. Segundo a secretária, embora fosse funcionária da Câmara, era responsável até por pagar contas bancárias.
Em depoimento gravado pela Justiça Federal, Vera Lúcia relata que procurou Pedro Corrêa em 2006, quando estava desempregada. Ele ofereceu um cargo de secretária para ela, mas pediu para que metade do salário de R$ 7 mil a R$ 8 mil fosse depositado para Ivan Vernon Gomes Torres Júnior, ex-assessor de Corrêa, que chegou a ser preso pela Operação Lava-Jato em abril. Segundo Vera Lúcia, o ex-deputado disse: "você passa para o Ivan uma parte pra ajudar nas despesas mensais". A funcionária entendeu que o parlamentar estava se referindo às despesas que teria a partir de 2006, quando deixou a liderança do partido.
- Quando eu entrei, em 2006, o deputado Pedro Corrêa fez um acordo comigo. eu precisava do emprego e fiz o acordo com ele. Ele propôs que eu desse metade pra ele. E essa metade seria dada para o Ivan - disse a ex-funcionária da Câmara, que continuou:
- O salário vem na conta, e a parte que era do Pedro Correa eu transferia para a conta do Ivan.
Vera Lúcia não soube responder qual seria o destinado dado ao dinheiro que tinha que depositar para Pedro Corrêa. A investigação da Lava-Jato mostra que Ivan Vernon recebeu em suas contas depósitos de R$ 2,78 milhões entre 2010 e 2014, o que, na avaliação da PF, era "incompatível" com os rendimentos declarados pelo ex-assessor parlamentar. Laudo revelou que Vernon transferiu parte desse dinheiro para Pedro Corrêa.
A ex-secretária disse que ficou desempregada em 2011. De 2012 a 2015, ela foi trabalhar no escritório de Aline Corrêa, onde recebia salários de R$ 10 mil a R$ 11 mil. No gabinete de Aline, segundo Vera Lúcia, ela era responsável por cuidar da agenda da deputada e de duas contas bancárias:
- Eu pagava as contas, tinha procuração, passei a ser secretária dela.
Enquanto trabalhou para Aline Corrêa, Vera Lucia disse que não tinha que devolver parte do salário. Aline ficou sem mandato a partir de fevereiro. De 2003 a 2005, Vera Lúcia havia trabalhado no gabinete do deputado Ronivon Santiago (PP-AC), que foi cassado.
Aline e Pedro Corrêa foram indiciados pela Polícia Federal em maio, após investigação mostrar que empresas ligadas ao ex-deputado André Vargas recebiam repasses de recursos que saíam da Caixa e do Ministério da Saúde por meio da agência de publicidade de Borghi Lowe. O parlamentar, que está preso em Curitiba, nega as acusações feitas pela Operação Lava-Jato.

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