Recebi ontem à noite, como comentário, o texto escrito e postado em seu blog pelo jornalista, editor e amigo – a quem mais de uma década de ausência física não nos afastam – Luiz Augusto Erthal sobre os bastidores que descrevi aqui do histórico direito de resposta de Leonel Brizola no Jornal Nacional, em 1994.
Passei alguns minutos de constrangimento.
Não publicar, publicar como comentário ou trazer para um post?
Não publicar seria uma sacanagem com meu bom amigo: escreveu para que fosse lido, é obvio. Quase o mesmo publicar como comentário, abaixo de dezenas de outros e lá, numa página atrasada pela voragem publicista minha e de Miguel do Rosário, que atira lá para trás um texto de três dias.
Trazer para um post, como faço, tem certo risco de cabotinismo, embora, no essencial, Erthal trate do tema como eu tratei e é a verdade: não era eu quem escrevia, era ele, do qual eu era um mero intermediário mental.
Mas tem dois aspectos dos quais eu não posso fugir.
O primeiro é enriquece a narrativa factual, porque lhe empresta a emoção, sem a qual os fatos são coisa alguma.
O segundo, é que retira dela a essência: a da lenha “guarda-fogo”.
Aquela que separa os que são vencidos daqueles que são apenas derrotados.
Agora já somos (ele mais do que eu, apesar dos cinco dias mais novo que é) homens de cabelos encanecidos, dos que já podem olhar para trás sem nunca tirar os olhos do que está adiante.
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