A presidente Dilma participa hoje, em Montevidéu, no Uruguai, da cúpula de chefes de Estado do Mercosul, que está em crise desde que entrou num beco sem saída com a suspensão do Paraguai. Num primeiro momento, parecia o correto a fazer, até porque o Mercosul tem a cláusula democrática. Mas em seguida, o bloco aproveitou que o Paraguai, o único obstáculo à entrada da Venezuela, não estava e colocou o país para dentro. Aí o bloco começou a perder razão.
Agora, a Venezuela vai assumir a presidência do Mercosul e ainda não se resolveu a questão do Paraguai, que discute se as decisões tomadas quando ele estava fora são legais ou não, porque uma outra cláusula do Mercosul diz que as decisões são por unanimidade.
Esse imbrólio jurídico não se resolveu, o Paraguai está discutindo sair do bloco e começou a "namorar" a Aliança do Pacífico. Os países ainda não conseguiram chegar a uma decisão.
Nesse meio tempo, o Paraguai continuou vendendo para o Mercosul, o comércio até aumentou. E deve estar se perguntando: por que ficar com as amarras do bloco se eu posso ficar com as vantagens?
O Mercosul, como união aduaneira, não permite que os países façam acordos sozinhos, fora do bloco. Isso tem provocado discussões de se não é melhor ser uma área de livre comércio, e poder negociar acordos mais livremente, e não união aduaneira. Atualmente, não dá para negociar nada levando junto a Argentina, que está numa crise enorme.
O Mercosul está numa crise de identidade nesse momento. Não sabe o que fazer também em relação ao Paraguai, que terá um novo presidente, Horácio Cartes. Ele já fala que o que foi decidido enquanto o país estava ausente do bloco não é legal.
A diplomacia brasileira, que sempre comandou esse processo, falhou em encontrar uma saída.
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