GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Comissão de Ética de SP dará parecer sobre dupla função de Afif no dia 05 Advogado Maurício Januzzi diz ver violação ética no acúmulo de funções do vice-governador


A Comissão de Ética do Estado de São Paulo vai decidir no dia 5 de junho se fará recomendações ao Palácio dos Bandeirantes e à Assembleia Legislativa sobre a dupla função de Guilherme Afif Domingos, vice-governador paulista e ministro da secretaria da Micro e Pequena Empresa no governo federal.
Criada em 2011, no âmbito da Corregedoria-Geral de Administração (CGA) do Estado, a comissão passa por sua prova de fogo ao avaliar a primeira representação de peso que lhe chega. Ela foi provocada pelo advogado Maurício Januzzi, que diz ver violação ética no acúmulo de funções e, embora seja conselheiro da OAB-SP, representou contra Afif como "cidadão e eleitor".
"Pode eventualmente não ser incompatível juridicamente, mas não é uma conduta ética em relação aos eleitores que o elegeram", afirmou Januzzi. "Eu, aliás, sou um deles. Votei no Geraldo Alckmin e no Afif por ter convicções neoliberais. Me senti traído por ele servir outro partido, que tem ideais com os quais não compartilho."
A Comissão de Ética, que se reúne mensalmente, em seu encontro do último dia 14 instaurou um procedimento para avaliar o caso. Deu prazo de 15 dias para que o vice-governador apresente sua defesa.
Na reunião de 5 junho, o colegiado vai deliberar sobre o caso e emitir um parecer. Em tese, pode opinar pela falta de ética pública de Afif e dizer que, para ser ministro, ele deve renunciar ao cargo de vice. O parecer seria, neste caso, encaminhado à Assembleia para as providências cabíveis.
Um integrante do governo com acesso aos integrantes da comissão disse que a opinião unânime dos cinco membros é pela impropriedade da dupla função.
São membros da comissão Flávio Bierrenbach (presidente), Odete Medauar, Kazuo Watanabe, José Geraldo Brito Filomeno e Eduardo Muylaert.
Afif afirmou, por meio de sua assessoria, que não foi notificado.
Assembleia. O presidente da Assembleia, Samuel Moreira (PSDB), acolheu pedido para analisar se Afif deve ser cassado e o encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. A decisão foi publicada ontem em Diário Oficial.
Moreira decidiu refutar o pedido do deputado Carlos Giannazi (PSOL) de que a Assembleia abrisse um processo contra Afif por crime de responsabilidade, mas deu prosseguimento à análise da cassação após manifestação favorável da Procuradoria da Assembleia. Os procuradores disseram ver "plausibilidade jurídica da tese de incompatibilidade funcional o que demandaria, em tese, a imposição da sanção de perda do cargo".
Samuel Moreira negou qualquer tratativa com o governo estadual para dar prosseguimento à matéria. "Apenas cumpri com o meu dever de encaminhar para que a Assembleia tome uma decisão. Não poderia arquivar em um momento desse", declarou ao Estado.
A CCJ da Assembleia deve se reunir na quarta-feira para começar a deliberar sobre o inédito procedimento a ser seguido. Se optar pelo rito sugerido pela Procuradoria, deve primeiro decidir pela admissão ou não da matéria. Caso fosse acolhida, um relator seria escolhido e Afif teria o prazo de cinco sessões para se manifestar. Se 13 integrantes, então, optassem pela procedência da tese da cassação, o relatório iria a plenário. Com maioria absoluta de 48 votos a cassação seria consumada.
Palácio. No Palácio dos Bandeirantes, a orientação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é pela não interferência em nenhum dos dois processos e deixá-los correr livremente. Segundo integrantes do governo, o tucano, contrariado com a decisão de Afif de aceitar o cargo em Brasília, teme que qualquer intervenção transforme o vice de "vilão" da história em "vítima".
A nomeação de Afif ocorreu no início do mês, numa articulação da presidente Dilma Rousseff a fim de aproximar o PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab da base do PT no governo federal e amarrar o apoio do partido à sua reeleição. O convite ao vice de Alckmin também se deu no momento em que os petistas tentam atrair o PSD para a chapa que montarão para derrotar o governador tucano em São Paulo.
Afif diz que não pretende renunciar ao cargo de vice. Ele afirma que só deixará o governo paulista por decisão judicial.

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