O emprego na indústria brasileira voltou a subir em julho na comparação com o mês anterior, interrompendo uma série de quatro meses consecutivos de queda, por conta da ligeira recuperação do setor, mas ainda mostrando resultado negativo no ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
O emprego subiu 0,2 por cento em julho em relação a junho, mas recuou 1,6 por cento ante julho do ano passado --décimo resultado negativo seguido nesse tipo de comparação.
"O resultado é já reflexo direto de dois meses de crescimento na produção industrial", disse à Reuters o economista do IBGE, Fernando Abritta.
A produção industrial brasileira subiu 0,3 por cento em julho e 0,2 por cento em junho, refletindo as medidas de incentivo ao setor adotadas pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis.
"Isso pode ser um sinal de que os empresários com expectativa de uma recuperação mais forte da economia a partir de agora evitaram demissões e cortes na proporção da indústria" avaliou o economista do IBGE.
A produção industrial de janeiro a julho acumula queda de 3,7 por cento, enquanto o emprego tem recuo de 1,3 por cento. No acumulado dos últimos 12 meses foi registrada queda de 0,7 por cento em julho.
"A interrupção das quedas é algo sem dúvida positivo, mas não reverte as perdas dos últimos quatro meses" de 1,2 por cento, disse o economista.
O setor industrial continua sob os olhares atentos do governo, ao mostrar-se o principal empecilho para uma recuperação mais robusta da atividade econômica.
Na semana passada, em mais uma medida para ajudar o setor, o governo brasileiro decidiu elevar a alíquota do Imposto de Importação de 100 produtos, incluindo siderúrgicos e petroquímicos.
Antes, já havia sido anunciada a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos, móveis, itens da linha branca e de materiais de construção.
SÃO PAULO
Em julho, na comparação com igual mês do ano passado, o contingente de trabalhadores sofreu redução em 12 das 14 áreas pesquisadas, sendo que o principal impacto negativo veio de São Paulo, com queda de 3,1 por cento.
Segundo o IBGE, houve demissões em 14 dos 18 setores pesquisados e os cortes mais fortes foram em produtos de metal, máquinas de aparelhos eletrônicos, meios de transporte, metalurgia básica, vestuário, têxtil e calçados e couro.
De janeiro a julho, o emprego industrial em São Paulo acumula queda de 3,2 por cento, e os mesmos segmentos que demitiram em julho são os que apresentam o pior desempenho ao longo de 2012.
"São setores ligados à economia interna e externa. A conjuntura externa de queda no Produto Interno Bruto (PIB) da Europa, crescimento lento nos Estados Unidos e desaceleração do PIB da China explicam esse desempenho ruim de São Paulo", analisou Abritta.
Por sua vez, o número de horas pagas em âmbito nacional subiu 0,3 por cento em julho em relação a junho, interrompendo também quatro meses de taxas negativas consecutivas. Na comparação com julho de 2011, o número de horas pagas recuou 2,5 por cento, a 11a taxa negativa seguida nesta base comparativa.
No acumulado dos últimos 12 meses, o número de horas pagas mostrou queda de 1,6 por cento em julho.
O salário industrial caiu em julho 1 por cento ante junho, mas subiu 2,5 por cento ante julho de 2012. No ano e em 12 meses cresceu 3,7 e 3,6 por cento, respectivamente.
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