Uma onda de crimes durante o final de semana prolongado resultou na superlotação da cadeia de Ubatuba e segundo o departamento de investigação da Polícia Civil, cerca de doze pessoas encontravam-se encarceradas nas dependências da delegacia da cidade na manhã da última segunda-feira.
Presas em flagrante por delitos que vão de um simples roubo ao sequestro de residência, os detidos aguardavam suas respectivas transferências aos Centros de Detenção Provisória (CDPs) e aos presídios espalhados pelo interior do Estado. De acordo com um levantamento da reportagem, a cidade registrou dez assaltos à mão armada, três deles já esclarecidos, um sequestro de residência na praia do Lázaro, que também terminou com parte dos assaltantes presos, e um assassinato no bairro da Estufa, ainda sob investigação. Além disso, foram registrados dezenas de pequenos furtos e centenas de reclamações relacionadas ao barulho excessivo produzido por turistas entusiasmados com equipamentos de som potentes instalados nos carros que invadiram as ruas ubatubenses nos últimos dias.
Sequestros de residência
Desde o último mês de julho, sequestros de residências passaram a fazer parte da realidade da população de Ubatuba. Foram pelo menos três casos de casas invadidas por homens armados desde então. Crime comum em algumas regiões do Litoral Norte, como por exemplo na Costa Sul de São Sebastião, onde até mesmo as pousadas e hotéis são invadidas, o sequestro de residência não é corriqueiro em Ubatuba, cidade que registra uma quantidade maior de furtos. Os investigadores locais ouvidos pela reportagem acreditam que o aumento dos casos deste tipo de crime no município deve-se ao contato entre os presos do Litoral Norte paulista espalhados pelos presídios do Estado. Dois fatos dão força à informação. Praticamente todos os envolvidos tinham passagem por presídios e todos eram moradores da cidade. O Imprensa Livre esteve no Lázaro no último final de semana e conversou com uma das família vítima de sequestro.
As informações indicam uma quadrilha calma e profissional, que agia com relativa educação e contava com apoio operacional externo. Duas situações chamaram a atenção durante a narrativa. Havia uma criança de colo dentro da casa e os ladrões fizeram questão de dizer que respeitavam o bebê. Em outro momento, um dos moradores recordou que um dos meliantes fez o sinal da cruz antes de invadir a residência. Especialistas no assunto afirmam que os sinais indicam a participação direta de integrantes da organização criminosa que atua dentro dos presídios paulistas na ação.
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