Por mais inusitado que pareça, integrantes do PDT estão revoltados com a indicação do deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para o Ministério do Trabalho.
Eles avaliam que a decisão da presidente Dilma Rousseff foi pessoal e
que, por isso, a legenda não precisa assumir nenhum compromisso com o
governo nas eleições de 2012 e de 2014. “A decisão agradou a poucos”,
disse um parlamentar da legenda que preferiu não se identificar.
O próprio
presidente do PDT, Carlos Lupi, que se reuniu com Dilma nesta
segunda-feira, havia comentado recentemente que era melhor o partido
abrir mão do cargo caso o escolhido fosse mesmo Brizola Neto. Mesmo
contrariado, Lupi teve de aceitar a imposição da presidente. Além dele,
reprovaram a indicação o deputado Vieira da Cunha (RS) e o
secretário-geral da sigla, Manoel Dias, ambos cotados para assumir a
vaga. Segundo um parlamentar do PDT, o líder da legenda na Câmara, André
Figueiredo (CE), ficou “furioso” com a decisão do Planalto.
O senador
Cristovam Buarque (PDT-DF) avalia que o partido cometeu um erro ao
aceitar uma pasta na Esplanada dos Ministérios. “A decisão é um risco
para o partido, porque o impede de procurar espaço próprio em 2014″,
afirmou. “O PDT estará a reboque do PT”. Integrantes do PDT desconfiam
que o deputado Paulo Pereira da Silva (SP) fez um acordo com o Planalto
para deixar sua candidatura à prefeitura de São Paulo em troca da
nomeação de Brizola Neto - e, claro, apoiar o candidato do PT, Fernando
Haddad.
Paulo
Pereira da Silva, que preside a Força Sindical, defendeu com unhas e
dentes a nomeação do neto de Leonel Brizola para o Ministério do
Trabalho. O Planalto nega a suposta troca. “Em nenhum momento a decisão
envolveu a eleição municipal”, garante um interlocutor de Dilma.
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