O principal “cliente” da
Delta Construções no governo federal é Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT), vinculado ao Ministério dos
Transportes. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), entre os anos
de 2007 e 2010, foram encontradas irregularidades em 60 contratos que
somam R$ 632,3 milhões. As ações envolvem a conservação, recuperação,
restauração e tapa-buracos em 31 rodovias do país. No período do
levantamento, a construtora recebeu R$ 2,1 bilhões do Ministério dos
Transportes. (veja tabela)
As maiores
irregularidades do biênio 2007/2008 foram constatadas em Contratos de
Reabilitação e Manutenção de Rodovias (Crema). No contrato da BR-316, no
Maranhão, no valor de R$ 101,5 milhões houve atrasos na implantação dos
postos de pesagem, ausência dos serviços de manutenção dos trechos e
superposição de contratos.
Nas BR’s 010 e 316, no
Pará, que envolviam ações no valor de R$ 73,3 milhões, foram observadas
falhas de desempenho referentes à existência de buracos na pista e nos
acostamentos, desníveis entre a pista e o acostamento, bem como
depósitos de materiais em locais inadequados.
Entre 2009 e 2010, os
maiores problemas descobertos foram pagamentos indevidos de R$ 2,2
milhões oriundos de sobrepreço na licitação em serviços de manutenção e
recuperação no estado do Mato Grosso (BR-070/163/346/MT). Além disso,
sobrepreço de R$ 6,8 milhões na licitação e contratação da obra. Ao
todo, o contrato tinha valor de R$ 39,4 milhões.
Conforme o Contas Abertas
publicou no último dia 12, se considerados os contratos da instituição
com a administração federal direta (excluídas as empresas estatais)
desde 1996, os valores recebidos pela Delta cresceram 193 vezes. Naquele
ano, a construtora recebeu R$ 4,5 milhões da União. Em 2011, o valor
chegou a R$ 884,5 milhões.
O crescimento exponencial
chamou atenção nesta semana, tendo em vista que a empresa foi citada em
diversas gravações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
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