Nas últimas eleições presidenciais, um dos maiores destaques foi o rápido crescimento de Marina Silva nas campanhas. Ainda pouco conhecida pela maioria da população e com recursos limitados para a propaganda eleitoral, a candidata conseguiu engajar um grande número de eleitores, que não apenas apoiavam Marina, mas também disseminavam suas propostas nas redes sociais.
“As mídias sociais representaram a possibilidade de quebrar o monopólio de visibilidade das mídias clássicas. Marina conseguiu fazer uma excelente campanha apesar de ter muito menos recursos, não ser uma candidatada conhecida e contar com menos de um minuto e meio na TV e no rádio”, comenta Felipe Vaz, coordenador de mídias sociais da campanha de Marina Silva em 2010. O tema – marketing político na web – será apresentado por Felipe durante a 4ª edição do FMDS – Fórum de Mídias Digitais Digitais/Sociais, que acontece no início de dezembro, em Curitiba.
Vaz aponta que nas próximas eleições, além dos canais que foram utilizados pela campanha de Marina – como Twitter e Facebook –, será possível explorar redes que estão se popularizando cada dia mais, como o Foursquare e o LinkedIN. “Por serem campanhas municipais e, portanto, de menor escala, será viável explorar melhor a geolocalização do Foursquare e trabalhar nichos profissionais mais estreitos via LinkedIn, mas as estratégias vão variar para cada campanha.”
Pela regionalização, o especialista acredita que será difícil a mobilização massiva, mas que será possível – e interessante – aglutinar pequenos grupos em prol de determinadas causas, criando uma comunicação relevante e um relacionamento próximo com os eleitores de cada região. “É provável que as campanhas se aproximem muito mais de um corpo-a-corpo virtual, com a comunicação direta ganhando mais importância. Se isso de fato acontecer, aproximando eleitores e candidatos, será um enorme ganho para a democracia”, avalia.
Para Vaz, uma coisa é certa: cada vez mais o marketing digital estará ao centro das campanhas. Mas ele lembra que, acima de tudo, o foco nas mídias sociais é o relacionamento com o eleitor. “Quem tiver as propostas mais alinhadas com o público e souber conversar com as pessoas vai ganhar uma amplificação natural nas redes. O papel da equipe de mídia social deve ser instrumentalizar e alimentar esta militância”, aponta.
Para Vaz, uma coisa é certa: cada vez mais o marketing digital estará ao centro das campanhas. Mas ele lembra que, acima de tudo, o foco nas mídias sociais é o relacionamento com o eleitor. “Quem tiver as propostas mais alinhadas com o público e souber conversar com as pessoas vai ganhar uma amplificação natural nas redes. O papel da equipe de mídia social deve ser instrumentalizar e alimentar esta militância”, aponta.
Segundo o especialista, esse foi um dos grandes segredos do sucesso de Marina nas redes sociais: em vez de impor uma visão centralizada da candidata, os eleitores foram ouvidos e suas ideias foram amplificadas por meio da campanha. “Nós fomos, antes de tudo, facilitadores e disseminadores dessas ideias. Muito do trabalho consistia em monitorar e distribuir para o público mais amplo as melhores ideias/memes/propostas surgidas nas próprias comunidades, por oposição ao modelo tradicional de haver um marqueteiro impondo tudo de cima pra baixo”, ressalta.
Bons candidatos
Mas, nas redes sociais, nada fica oculto. Assim como é grande a repercussão das propostas e ideias de um candidato, é também imensa a propagação de informações sobre ele, sejam qualidades ou defeitos.
“Boa parte da campanha política na web, mesmo com bons candidatos, é combater a mentira ou as interpretações erradas. Com a velocidade das redes, danos à imagem podem ser amplificados muito rapidamente e causar estragos consideráveis, mas eu vejo as redes como instrumentos de transparência. Elas vão sempre beneficiar mais os candidatos que não têm ‘grandes vulnerabilidades’ para serem explorados pelos adversários”, comenta Vaz.
Para atuar com eficiência com campanhas políticas na web e em mídias sociais, Felipe Vaz cita algumas características fundamentais aos profissionais: capacidade de diálogo e mobilização de pessoas; conhecimento das linguagens específicas de cada público e cada rede; interesse em se envolver diretamente e acreditar na campanha.
“Eu jamais poderia ter feito a campanha para a Marina, sobretudo com o nível de envolvimento que eu e meu time tivemos, se não acreditássemos nela como a melhor opção para o Brasil na ocasião. É inevitável conversar com pessoas, usar perfis reais, dar a cara a tapa.”
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