SÃO PAULO - O presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone, tem uma situação delicada para resolver nos próximos dias. O dirigente precisa decidir o que fazer com Kleber, que tem contrato até o meio de 2015, mas que não jogará mais pelo clube enquanto Felipão for o treinador. O dirigente iria se reunir com o atacante e seu empresário, Giuseppe Dioguardi, na sexta, mas adiou o encontro para terça-feira.
'Vamos conversar na terça para decidir em relação aos treinamentos dele a partir de agora', disse o dirigente, que, por enquanto, nega a possibilidade de o jogador ser reintegrado.
Na reunião de terça-feira, Tirone vai oficializar o afastamento do atacante e decidir sua programação até o fim do ano. Por enquanto, Kleber não pode treinar na Academia de Futebol. A tendência é que ele, a partir de quarta, treine em horários diferentes do elenco palmeirense, do qual ele não faz mais parte.
Inicialmente, está descartada a possibilidade do jogador treinar em Guarulhos com o time B. A diretoria não quer prejudicar a imagem do jogador, pois estaria desvalorizando um atleta que ainda desperta interesse no mercado e pode render uma boa negociação para o clube. A ideia é usá-lo no fim do ano como moeda de troca na tentativa de contratar um reforço de peso.
Outra preocupação de Tirone é a possibilidade de Kleber entrar na Justiça contra o clube, alegando proibição de trabalhar. Por isso, todo cuidado é pouco com as palavras e as decisões em relação ao caso.
A única chance de Kleber ser reintegrado é o perdão de Felipão. Pessoas próximas ao treinador, no entanto, disseram que as chances de esse fato acontecer são praticamente zero, já que o treinador queria livrar-se do jogador havia tempos.
Além do mais, Felipão se ofendeu com as palavras ditas pelo Gladiador durante a briga ocorrida um dia antes da partida contra o Flamengo.
Na sexta, o atacante perdeu mais um aliado. A torcida organizada Mancha Alviverde divulgou comunicado no qual critica o jogador e diz que deixou de apoiá-lo. Usando termos como 'oportunista', 'sugador' e 'mercenário', a torcida deixou claro que a relação chegou ao fim.
Embora muitos jogadores tenham ficado ao lado de Kleber depois da confusão com João Vitor, quando o atacante iniciou um motim para que o time não viajasse como protesto pela briga do volante com torcedores, vários atletas acreditam que a sua volta seria ruim para o ambiente do clube.
Fora da negociação
O vice-presidente de futebol do Palmeiras, Roberto Frizzo, resolveu que não vai se envolver na negociação sobre o que vai acontecer com Kleber.
O dirigente ainda está engasgado com a discussão que teve com o atacante por causa da confusão envolvendo a viagem para o Rio. Frizzo, aliás, é outro que defende a saída de Kleber e Tirone sabe disso.