GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sábado, 14 de setembro de 2013

Ocupação da casa onde nasceu o moderno Mostra do Centro Cultural São Paulo usa a arquitetura de Warchavchik para discutir tradição e espírito vanguardista

Construída entre 1927 e 1928, a Casa Modernista da Vila Mariana tem um longo histórico de resistência aos conservadores. Marco da arquitetura modernista, o projeto do russo Grigori Warchavchik (1896-1972) só foi aprovado pela Prefeitura depois que o arquiteto apresentou uma falsa fachada, camuflada de ornamentos. A partir de hoje, ela será palco de novas provocações com a segunda edição do programa de exposições do Centro Cultural São Paulo, transferido para a Casa Modernista em razão da Bienal da Arquitetura. A primeira provocação é a performance (às 15h e às 20h) de outro russo, Fyodr Pavlov-Andreevich, que vai rolar nu na piscina da casa e ocupar seu banheiro. Nele, Andreevich usa tablets que simulam azulejos e mostram fotos de violência contra judeus na Ucrânia. Neles, rostos das vítimas são trocados por Warchavchik, que nasceu em Odessa, cidade ucraniana, e chegou ao Brasil em plena ebulição modernista.
A exemplo de Warchavchik, o jovem Andreevich descende de judeus e conhece bem a história da Ucrânia e dos pogroms antissemitas que levaram à morte milhares de seus pares antes e depois da Revolução. Muitas de suas performances fazem referência a esse passado. A própria família de Andreevich foi vítima de todos os regimes russos – e isso é lembrado numa de suas performances (Flick Me on My Memory, 2010). Nela, o performer, participante ativo dos festivais organizados por Marina Abramovic, recorre a uma antiga lenda judaica segundo a qual toda criança que vem ao mundo tem memória absoluta até sair da barriga da mãe. Para lembrar do que esqueceu, Andreevich tirou a roupa (ele adora fazer isso) e regrediu ao estado infantil, subindo uma escada numa galeria e pedindo ao público que apertasse seu nariz, como Deus faz para que os pequenos não tragam ao mundo a pesada bagagem da memória absoluta.
Se Andreevich resolveu ocupar a Casa Modernista com lembranças dos pogroms, os outros três artistas brasileiros convidados para a mostra do CCSP se mostraram pouco reverentes ao ícone modernista brasileiro. O curador da mostra, Márcio Harum, explica que seu objetivo não era o de fazer a apologia da modernidade, mas o de mostrar que, antes dos ideais bauhausianos, de Warchavchik ou de Niemeyer, o Brasil já tinha uma história – não só arquitetônica – que precisa ser repensada.
Logo na entrada da Casa Modernista, o visitante poderá atestar a resistência à ordem formal do modernismo europeu na obra site specific Priscila, de Chico Togni. Trata-se de uma edícula de papelão pintado, deliberadamente rudimentar e sem estilo, que contrasta com os volumes prismáticos brancos de Warchavchik.
A provocação continua no interior da casa: Fernando Marques Penteado ocupa a cozinha como cenário de um ritual pagão e Rodolpho Parigi mostra um esqueleto de minotauro na sala. Também participa da mostra o carioca Jimson Vilela.

Assaltos ao redor da Cidade do Rock Roberto Nascimento Uma visita ao trailer da defensoria pública, próximo à entrada do evento, já deixa claro...

Uma visita ao trailer da defensoria pública, próximo à entrada do evento, já deixa claro o tipo de caso que deve acontecer em quantidade durante os próximos dez das. Trata-se dos assaltos que ocorrem ao redor do festival. Alguns acessos ao Rock in Rio requerem pequenos desvios por zonas de pouca iluminação, o que faz do fã presa fácil para trombadinhas.
O estudante carioca Vitor Alcântara, por exemplo, teve de contornar uma cerca pelo Rio Centro, local onde fica os camarins dos astros, e se deu mal. "Me abordaram. Levantei os braços, e levaram os ingressos. Agora eles vendem por 500 ou 800 reais", contou. Vitor queria pedir novos ingressos à organização do festival, mas não tinha como provar o assalto.
Desde a última edição, o problema de movimentação na porta é um dos pontos fracos do Rock in Rio. Por bloquear o acesso de carros (de imprensa inclusos) a 3 quilômetros dos palcos, a ocasional falta de policiamento em áreas escuras faz das filas a caminho da Cidade do Rock pratos cheios para criminosos.
O número de ocorrências oficial para o primeiro dia do Rock in Rio ainda não foi divulgado.

Renegado abre shows no Palco Sunset do Rock in Rio O rapper mineiro Flavio Renegado, que nesta sexta-feira à tarde recebeu como convidado outro rapper, Orelha Negra,...

O rapper mineiro Flavio Renegado, que nesta sexta-feira à tarde recebeu como convidado outro rapper, Orelha Negra, não empolgou no primeiro show do Rock in Rio. Ele abriu os shows no Palco Sunset. Havia mais pessoas esperando a apresentação no Palco Mundo, o principal do festival, do que em sua plateia.
A 13ª edição do Rock in Rio começou nesta sexta-feira, 13, na Cidade do Rock (Parque dos Atletas, na Av. Salvador Allende, s/nº, no Rio de Janeiro), uma área de 150 mil m², e segue até o dia 22 de setembro. Os portões foram abertos às 14h.
Tirolesa
Seis horas. Este era o tempo de espera na fila para quem quisesse ''voar'' pendurado na tirolesa armada em frente ao Palco Mundo. Mesmo sabendo do tempo de espera, colocado em um aviso digital no final da fila, as pessoas não se intimidavam.

Dinho Ouro Preto manda "saquear Brasília" Julio Maria O silêncio já começava a ficar estranho em um festival que, mesmo tendo trilhado sua carreira...

O silêncio já começava a ficar estranho em um festival que, mesmo tendo trilhado sua carreira solo pop, preserva o espírito de rebeldia ao menos no nome. Como se os muros da Disney do rock fossem impenetráveis, como se a fantasia não pudesse ser ofuscada por dilemas mundanos, o rock estava em relativo silêncio. Até que Tico Santa Cruz, do Detonautas, puxou um coro contra o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, e Dinho Ouro Preto mudou de vez o tom. "A gente adora falar mal de político. Não sei nem a quem dirigir o que eu tenho a dizer. Então vai para esse Natan Donadon, o primeiro presidiário congressista do País. E vai para o Congresso, por ter mantido esse cara por lá. Vai para Brasília, pelo conjunto da obra." Mais do que aplaudido, foi coberto de gritos por uma plateia de punhos fechados ao alto. E sem perder o timing, voltou à carga. "Acho que o pessoal olha pra gente lá de Brasília e nos vê assim", disse, colocando no rosto um nariz de palhaço. Começou então a cantar Saquear Brasília, música do mais recente disco do Capital Inicial, Saturno, feita antes de uma multidão acuar a segurança e a polícia em Brasília, ameaçando invadir o Congresso Nacional durante as recentes manifestações no País.
Dinho já havia feito desabafo parecido. No Rock in Rio de 2011, falou para mais de 60 mil pessoas de sua indignação com relação ao fato de o jornal O Estado de S. Paulo estar sendo censurado desde julho de 2009, proibido de publicar matérias da Operação Boi Barrica. Na investigação sigilosa, Fernando Sarney, filho do senador, aparece como suspeito de fazer caixa 2 na campanha de Roseana Sarney ao governo do Maranhão de 2006.
Depois de seu desabafo na canção que termina sem metáforas, pedindo literalmente que as pessoas saqueiem Brasília, Dinho emendou Independência e conseguiu criar um interessante bloco politizado dentro de um festival que parece não querer problemas maiores nem servir de estandarte.
O ato de Dinho veio depois de um começo de show truncado, provavelmente pela emoção do cantor. Eufórico, ele se atrapalhava com as palavras, ditas rápidas demais, e algumas vezes perdia o controle delas. Dizia um "cara" e dois "tá ligado" entre uma e outra e olhava para o público incrédulo, apesar de estar em um Rock in Rio pela quarta vez. Não parecia previsto o pulo que ele deu para cantar Fátima com a plateia, deixando a banda sozinha por um longo período e tendo dificuldades para reencontrar o tempo certo.
Em uma hora de show, que a banda respeitou com cuidado, eles comprimiram uma espécie de retrospectiva. E conseguiram incluir ainda uma homenagem a Champignon, o baixista do Charlie Brown Jr que se suicidou recentemente. "É difícil entender o que aconteceu, eu gostava muito desses caras", disse, lembrando também de Chorão, morto há seis meses. Disse e pediu à plateia que o ajudasse a cantar uma canção em homenagem a eles, feita ao violão e voz com Só os Loucos Sabem, de Chorão. Comoveu sobretudo por terminar dizendo "você deixou saudades, quero te ver outra vez." Lembrou ainda de Raimundos, com Mulher de Fases, e terminou nostálgico mas não menos punk rock com Veraneio Vascaína.

O parque de diversões começa a ficar grande demais Julio Maria Quando Roberto Medina percebeu que fazer um Rock in Rio de dois em dois anos não seria fácil,...

Quando Roberto Medina percebeu que fazer um Rock in Rio de dois em dois anos não seria fácil, mudou o conceito do festival. Em vez de centrar tudo no palco e segurar a marca com grandes nomes, fez seu festival que antes era só de música virar um parque de diversões. Os prós dessa decisão são visíveis. Um evento que antes era procurado só por fãs de bandas passou a receber famílias. Para entrar não é mais preciso ser especialista em música, basta querer se divertir. Mas agora, os contras também começam a surgir.
A tirolesa que passa em frente ao Palco Mundo ficou maior do que deveria. É uma atração à parte, tão procurada, ou às vezes mais, do que o Palco Sunset. Quando a espera chegou a seis horas de duração, no final da tarde de sexta, a produção decidiu encerrar o brinquedo, e revoltou muita gente.
Natasha Ribeiro, 24 anos, estava na fila havia quatro horas quando a reportagem chegou para conversar com ela. Para dar um sobrevoo de 20 segundos, ela sacrificou um dia inteiro de show. "Eu não sabia que ficaria quatro horas por aqui. Só vou poder dizer se valeu a pena quando chegar do outro lado." Mesmo dançando e assistindo aos shows do Palco Mundo pelo telão, ela tinha certeza de ter perdido um dia em uma fila. "Perdi. Mas vou voltar outras três noites." Ao seu lado, Rafael Vaz, 24 anos, registrava sua indignação em tom de denúncia. "Existe uma entrada vip para convidados curtirem a tirolesa. Ou seja, a gente fica aqui 4 horas e a produção a todo momento passa gente na frente. É um absurdo." Os dois falaram ainda que, em determinado momento, a fila ficou parada por uma hora porque faltou fichas para que as pessoas pudessem preencher, assinando uma espécie de termo de responsabilidade por algo que poderia acontecer com elas durante o trajeto. A produção do brinquedo não sabia informar se a atração voltaria a abrir filas por volta das 20h de ontem.
Do outro lado do parque, duas irmãs pareciam bem mais tranquilas, na fila da Roda Gigante. "A gente está aqui pela Beyoncé. Até lá, é ótimo poder ter esses brinquedos", dizia Bianca Castro, 22 anos. Vanessa, sua irmã, queria ver David Guetta. "Nem era algo necessário (a presença dos brinquedos), mas já que estão aqui..."
A produção proibe crianças de até 3 anos na Roda Gigante, menores de 14 anos na tirolesa  e menores de 8 anos no turbo drop e na montanha russa. O parque de diversões da Cidade do Rock tem ainda uma medida pouco popular com relação à tirolesa. Só permite, por questões de segurança, pessoas com pesos entre 50 quilos e 115 quilos.

Dono do Rock in Rio explica como escolhe bandas e revela sonhos Roberto Medina fala dos bastidores do festival, presente em três países

No dia 30 de outubro, um ano antes de acontecer o Rock in Rio 2013, àquela altura ainda sem programação definida, a pré-venda viu esgotarem-se em 52 minutos os 80 mil ingressos disponíveis. Na venda oficial, no dia 4 de abril, todos os ingressos foram vendidos em 4h e 4 minutos.
O que provoca tal frisson, que leva alguém a comprar ingresso para um show que nem sabe qual será? Um pouco, obviamente, é pela lenda do primeiro grande megafestival de rock do País (que completa 29 anos este ano). Sem contar o leque infindável de atrativos musicais: mais de 160 atrações (somente no Palco Mundo, 30 artistas nos 7 dias de evento). Mas há outras razões.
Chama a atenção, na Cidade do Rock, a profusão de logotipos. Serão 73 marcas presentes, o que provoca um certo incômodo. Mas o realizador do festival, Roberto Medina, 66 anos, diz que tudo só existe por causa dessas ações.
Como você explica que o Rock in Rio passe ao largo da turbulência que afeta no momento o show biz nacional?
O Rock in Rio vendeu 600 mil tickets em quatro horas, e havia 2 milhões e 200 mil pessoas esperando no sistema para comprar. "Com isso, dava para fazer cinco Rock in Rio", espantaram-se alguns empresários. Eu respondi: "E, ainda assim, é o evento mais barato do Brasil". "Mas então você é um mau empresário", disseram alguns amigos. Veja como funciona: as empresas patrocinadoras têm uma quantidade de ingressos em mãos para fazer as suas promoções durante o festival. Com a busca exacerbada pelos ingressos, o valor da promoção dessas empresas parceiras do Rock in Rio é 10 vezes maior do que aquilo que está no mercado. Vira uma coisa rara. É um outro valor que eles têm em mãos, e é isso que muita gente não entende. O meu foco é na plateia. Não é meu foco só aqui no Brasil, mas no mundo todo. Busco uma relação com aquilo que o espectador sente, mas não vê. É uma filosofia completamente diferente da que vigora nos Estados Unidos, na Europa. Fiz um levantamento da qualidade dos serviços nos festivais americanos, porque estou tentando instalar em Las Vegas um Rock in Rio, em 2015, e é um desastre completo. Elegi o festival mais importante deles, não vou dizer o nome para não melindrar ninguém, e a única coisa em comum com o Rock in Rio são as bandas. O investimento do Rock in Rio em estrutura é algumas vezes mais do que o deles. Isso acontece apenas porque nós temos as marcas junto. Antes, não era possível botar em pé um festival aqui no Brasil. Inventamos esse conceito (de iniciar a divulgação e a comercialização anos antes) que nos permite criar um vínculo maior com o patrocinador. Quando fomos a Lisboa, o maior festival de Portugal arrecadava algo em torno de 600 mil e, no primeiro Rock in Rio lá, arrecadamos 12 milhões. Em Madri foi a mesma coisa, arrecadamos 14 milhões.
Como você chegou a esse conceito?
Isso não surgiu como uma coisa planejada, mas como uma necessidade, por causa da sobrevivência. No primeiro Rock in Rio, com ingressos a US$ 10, calculamos que teríamos de vender um milhão de ingressos para pagar 50% do festival. E a outra parte? E daí fomos desenvolvendo nosso sistema. Você pega hoje a Live Nation, que é a maior empresa de shows do mundo, e eles fazem 20 mil espetáculos por ano. Desse total, apenas 4% é patrocínio. No Rock in Rio, é de 50% a 55%. Isso obriga a manter um padrão de qualidade excepcional. Este ano teremos menos gente, tiramos 15 mil pessoas de cada dia. Havia gente demais. Não vai abolir as filas, isso sempre tem, mas haverá menos fila. Segundo pesquisa do Ibope, a nota atribuída pelo público ao festival é 9,2. Nós queremos melhorar isso. Tudo aqui estará melhor este ano: os telões de LED serão maiores, a iluminação é mais sofisticada. Teremos espetáculo de fogos de artifício na abertura e no encerramento. Trouxemos uma iluminação colorida para a plateia, para dar cor ao público. O palco Sunset sozinho é um dos maiores festivais do Brasil. Nossa área VIP, este ano, tem banheiros de azulejo e sanitários de louça. A tenda eletrônica é uma aranha gigante. A Rua do Rock é toda feita em fibra de vidro, o que nos permite levar daqui para Lisboa. Os camarins dos artistas foram transferidos para o Rio Centro, para evitar atropelos ali nos fundos. Haverá lá um pianista tocando um piano de cauda o tempo todo, massagistas, todo tipo de conforto. Eu não estava satisfeito, é um caminho muito estreito. Ainda assim, teremos dois camarins de apoio do lado de dentro da Cidade do Rock.
Recentemente, você anunciou a venda de 50% do Rock in Rio para o empresário Eike Batista. E agora, parece que ele está quebrando. Isso não compromete o futuro do festival?
Não tem nada a ver comigo. Ele é um sócio capitalista, a gestão é minha. Eu nunca venderia a gestão do festival. Além do mais, o Rock in Rio é extremamente rentável. Ele veio com recursos, já me pagou. Só tenho a lamentar que um símbolo do empreendedorismo esteja passando por essa situação delicada. Não posso dizer, no entanto, se ele vai ou não vender ações, mas de qualquer modo vem outra pessoa que não ele. O meu projeto está crescendo e acredito que ele vá ter uma rentabilidade excelente pelo investimento. Eu compro a parte dele, se ele quiser focar em outra atividade. Mas ele nunca tocou nesse assunto, não me procurou por nenhum motivo desses.
Dizem que você cada vez coloca mais pop e até axé music no festival e o rock está sumindo. O que diz disso?
Olha, eu tava na Espanha e contratei a Shakira. Tinha lá um rapaz que monitorava as redes sociais para a gente e fazia um tipo de aconselhamento. Ele fez um carão e me disse: "Olha, o pessoal das redes sociais não tá satisfeito..." Cada atração mais pop ele me olhava desolado. Aí teve um dia que ele veio e me disse: "O sr. virou um rei, só estão falando maravilhas do sr. nas redes sociais!". Eu tinha acabado de contratar o Rage Against the Machine. Acontece que o show do Rage Against the Machine foi um dos que menos pessoas levou à Cidade do Rock na história do Rock in Rio. O cara que se manifesta nas redes sociais é o mais radical, o mais ativista, é mais duro e mais heavy. Muitos incorrem no erro de dar peso demasiado às redes sociais. Tem de olhar também, mas com cuidado. Tem dois dias de heavy metal no festival. E é o público mais pacífico, gosta muito de música, são respeitosos e querem ouvir suas bandas.
Quais são as bandas que você escolheu pessoalmente na escalação do festival?
Bruce Springsteen é meu mesmo. Vi o show dele nos anos 1980 aqui, naquele show da Anistia Internacional, e foi fraco. Quando o vi este ano em Portugal, pirei. Não sosseguei enquanto não fechei. Vai ser o grande show do festival, em minha opinião. A nossa programação é escolhida pelos fãs, primeiramente. As pesquisas nos mostram o que as pessoas querem ouvir aqui e agora. Claro que não é fácil, às vezes o artista não tem agenda, não pode viver. Consumo entre dois meses e dois meses e meio do ano vendo isso, quando está faltando 7 meses para o festival. Os curadores trabalham com os encontros. O Palco Sunset ganhou notoriedade, importância, veio cobrir um buraco dos grandes shows. Este ano nós estamos levando ao paroxismo a ideia de festa, com os shows de street dance, free dance. Já tem a Rock Street, que é um sucesso, leva os fãs a uma coisa irresistível, aquele lance de brincar de casinha, de voltar a ser criança.
E a globalização do festival? Você chegou a anunciar o Rock in Rio Buenos Aires, que não vingou.
Ah, o que aconteceu na Argentina foi um pecado... A presidenta não deixa mandar o dinheiro para o exterior. O governador de Buenos Aires ainda constrói a Cidade do Rock, nós já tínhamos fechado todos os patrocínios. Não entendo como um país pode fazer as coisas com uma intervenção dessas. É uma tontería absoluta. Não percebe o impulso que o festival dá aos negócios, que continuam mesmo após o evento. Nós voltaremos a tentar Buenos Aires quando o ambiente político e econômico for favorável, agora é impossível, não há garantias de que conseguiremos honrar os compromissos. No ano passado, só em produto de licenciamento, o festival gerou R$ 3 milhões. Este ano teremos 630 produtos licenciados, é um volume extraordinário de negócios. Estou cumprindo meu sonho de criar a maior marca de música do mundo.
O Rock in Rio desfruta de um prestígio curioso: uma empresa da TV Globo, a Geo Eventos, fazia o Lollapalooza, que não conseguia tanto espaço na programação da TV. Qual o seu segredo?
Não é nada complexo. Eu sou especialista em comunicação, tenho uma estrutura permanentemente pensando em como apresentar o festival para a população. O que seduz a televisão? O que dá audiência. E o Rock in Rio dá audiência, as notícias em torno do festival são atrativas. Sempre tenho o cuidado de oferecer isso seletivamente para os veículos. Em Portugal, a maior emissora é a SIP. Pois bem, a SIP está aqui, está cobrindo. Somos um projeto de comunicação, enquanto os outros são eventos com bandas. Sabemos criar o fato jornalístico. Agora mesmo, pintou um garotinho que canta Metallica e nós vamos levar o garoto para cantar para o Metallica. Os outros não sabem fazer isso. O ensaio da Angelique Kidjo em Nova York, nós abrimos para a imprensa. Isso é matéria. Quando eu crio um prêmio de US$ 1 milhão na internet, dizem que estou jogando dinheiro fora. Não, é fundamental, aquilo dá babado, confusão, vira notícia. Como não tenho as armas da infantaria, eu vou para a guerrilha.

Números do Rock in Rio A organização do festival informa que, até as 19h30, 73 mil pessoas tinham entrado na Cidade do Rock. Confira...

A organização do festival informa que, até as 19h30, 73 mil pessoas tinham entrado na Cidade do Rock. Confira outros números do evento:
247 atendimentos médicos foram registrados, a maioria causados por desidratação e queda de pressão
160 funcionários, entre médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e maqueiros revezam-se no atendimento nos seis postos
100 volumes, como  documentos, mochilas, casacos e carteiras foram encontrados e enviados para o setor Achados e Perdidos
6,7 mil pessoas já passaram pela roda gigante
5 mil fás foram ao turbodrop
4,3 mil pessoas andaram na montanha russa
390 fãs utilizaram a parede de escalada
1.400 pessoas por dia é a média de pessoas que tem passado pela tirolesa. Cerca de o dobro da última edição

Nos 200 anos de Kierkegaard, colóquio e nova tradução atestam sua atualidade Professora Pia Søltoft fala ao Estado sobre o filósofo

Do conceito da ironia ao paralelo entre seu pensamento e o do contemporâneo Adorno, a filosofia do dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855) foi lembrada em seu bicentenário de nascimento no colóquio internacional realizado esta semana na USP com a presença de especialistas em sua obra, destacando-se a participação da professora Pia Søltoft, mestre em teologia da Universidade de Copenhague. A filósofa concedeu ao Estado uma entrevista exclusiva ao lado do professor Álvaro Valls, que lançou durante o evento sua tradução de Pós Escrito (1846) – obra de Kierkegaard dedicada à discussão da verdade do cristianismo e da relação subjetiva com essa verdade para tornar-se cristão.
Kierkegaard, considerado o "pai do existencialismo", talvez seja o filósofo do século 19 com maior ressonância entre os contemporâneos – e isso não só pelo número de sociedades criadas no mundo (inclusive no Brasil) para discutir sua filosofia, mas também pela citações diretas ou indiretas na literatura (de Albert Camus a Flannery O'Connor), no cinema (Carl Dreyer, Ingmar Bergman, Lars von Trier), no teatro (Samuel Beckett) e na própria filosofia (Adorno, Derrida, Habermas).
A professora Pia Søltoft abordou no colóquio dois temas caros a Kierkegaard: a inteligência das emoções e a paixão. Ele, afinal, foi um filósofo que fez tudo para escapar ao estereótipo do pensador no sentido hegeliano do termo. Se Hegel desenvolveu o idealismo absoluto com base na racionalidade, Kierkegaard elegeu a paixão como marco zero, perseguindo uma simetria entre razão e emoção. O dinamarquês critica a filosofia hegeliana por meio de um dos seus muitos pseudônimos, Johannes Climacus, para quem a filosofia, longe de começar com o assombro, como queria Descartes – ele diz que o "penso, logo existo" é uma tautologia –, tem na dúvida sua chave-mestra.
"Kierkegaard é, de fato, um escritor da paixão, o que explica, em parte, sua ressonância entre os contemporâneos, embora seja necessário enfatizar que o seu é um existencialismo cristão", observa a professora dinamarquesa, chamando a atenção justamente para os muitos equívocos cometidos pela modernidade em nome de Kierkegaard, associando-o a Nietzsche e Sartre. Ao contrário dos modernos, ele queria ancorar sua verdade filosófica num porto mais seguro que o da consciência. O ceticismo de Kierkegaard não é o mesmo dos contemporâneos. "Habermas e Derrida, sem dúvida, devem muito à filosofia de Kierkegaard, assim como Camus, mas não se pode esquecer que, ao contrário dos modernos, ele fala do absurdo de situações de personagens bíblicos como Jó e Abraão para mostrar que há algo superior à a razão, incompreensível a quem não está inclinado à fé."
Kierkegaard, como lembra o professor Álvaro Valls, "antecipa a crítica de Nietzsche à Igreja", mas, ao contrário do filósofo alemão, aceita o intangível. Valls diz que, ao contar a história bíblica de Abraão, Kierkegaard quer, de fato, desafiar, mostrando que a fé é uma paixão. Referindo-se à conturbada relação do filósofo dinamarquês com seu pai, um severo protestante, Valls associa a crítica de Kierkegaard à ética racionalista, especialmente a hegeliana, como um meio de afirmar sua crença na angústia amalgamada à fé como meio de salvação. "Ele faz da filosofia não autoajuda, mas um meio de pensar a partir da vida, rejeitando a cátedra e tornando-se um filósofo de teatro, vale dizer, antiacadêmico."
As contradições de Kierkegaard, traduzidas no uso de pseudônimos – que são como personagens desse teatro –, desembocam numa peça que Adorno considerava barroca. Ela termina numa provocação inscrita na lápide do filósofo, observa o tradutor Valls. Nela, em tom irônico ou não, evoca-se uma frase de Hans Adolph Brorson em que o filósofo diz repousar entre flores, conversando sem cessar com Jesus. Os versos simples do bispo dinamarquês Brorson são, segundo Valls, "uma provocação aos filósofos deslumbrados".
A filósofa dinamarquesa Pia Søltoft conclui que os elementos biográficos e as reflexões filosóficas de Kierkegaard têm uma ligação tão estreita que é impossível desvinculá-los. Até nisso o filósofo dinamarquês antecipou a modernidade.


A locomotiva Ivete Julio Maria Se o Rock in Rio fosse um ser, ele seria Ivete Sangalo. Com todos os polegares para cima...

Se o Rock in Rio fosse um ser, ele seria Ivete Sangalo. Com todos os polegares para cima e para baixo que a definição possa significar, é esta mulher quem representa melhor o que o festival se tornou desde 1985, quando começou a fazer história. Grande, com um alvo de longo alcance, mais para entreter do que fazer pensar, Ivete é uma locomotiva indomável sobre duas pernas esculturais, movida por uma urgência de vida. Seu show de ontem foi um tratamento feito a base de choque, administrado por longas doses de adrenalina desde a primeira canção. É como se a montanha russa de Ivete não tivesse subida, só descida. E como se não convidasse, mas sim sequestrasse aqueles que pasam por perto para um longo passeio.
É como se tudo viesse pensado para fazer as pessoas tirarem o pé do chão o tempo todo. Os ranzinzas que estão no público precisam ter personalidade. País Tropical, Real Fantasia, Arerê, Berimbau Metalizado, Não Quero Dinheiro, Festa, Acelera Aê. Jogadas assim parecem repertório de festa de formatura. Mas no palco fazem sentido, com seus arranjos bem amarrados. Muito além do axé, ela migra para o rock, o funk, o reggae, mas tudo para ser absorvido por qualquer um. Ivete não parecer querer ganhar status entre cantores e críticos. Sua sucesso é medido pela quantidade de cabeças em movimento. E no Rock in Rio, não houve um instante em que ela permitiu que esse movimento parasse. Quando pareceu acalmar, colocando um piano na festa, começou a cantar Love of My Life, do Queen, para espertamente lembrar do momento mais emocionante de todas as cinco edições do Rock in Rio. Fez o mundo que estava a sua frente cantar a música que um dia foi regida no mesmo Rock in Rio por Fred Mercury. Nenhuma tirada poderia ser melhor. Até Orlando Moraes, se fizesse o mesmo, colocaria a Cidade do Rock a seus pés. O Rock in Rio que não é mais apenas rock tem em Ivete Sangalo, que não é mais apenas axé, sua mais completa descrição.

Pessoas tentam invadir Cidade de Rock, vindo de barco - Aconteceu na noite de hoje.

Dezenas de pessoas tentaram invadir os fundos da Cidade de Rock, vindo de barco até o local - que tem um braço de água ao fundo do palco principal. O local é cercado de alambrado, mas as pessoas pulam.
Para reprimir a tentativa, os seguranças do Rock in Rio usaram gás pimenta - mas o feitiço voltou-se contra o feiticeiro, o gás foi rechaçado pelo vento e acabou irritando olhos de operários que trabalham na organização. Cerca de 20 pessoas reclamaram de intoxicação.
O uso do gás foi confirmado por um segurança, que não quis se identificar. Para impedir qualquer "penetra" de entrar pela área, os seguranças também patrulham a área com cães, que soltam nos invasores.

Caso Amarildo: Dois meses depois, 'ninguém sabe, ninguém viu', diz esposa

Elizabete Gomes da Silva já perdeu as contas de quantas vezes contou a história, mas dois meses depois, repete como quem está com a vida parada no mesmo dia.
O marido saiu de casa para comprar limão e alho para preparar o peixe. Quando não pescava sábado, pescava domingo. Naquele fim de semana, a pescaria fora no domingo e o pedreiro Amarildo Gomes da Silva, seu parceiro dos últimos 27 anos, voltara com dez peixes graúdos.
Amarildo limpou os peixes na escada de entrada do barraco de um cômodo que dividia com a mulher e os seis filhos na Rocinha. Guardou-os na geladeira e saiu.
Chegando à birosca onde compraria o alho e o limão, Amarildo foi levado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha 'para verificação'.
Elizabete o viu pela última vez entrando numa viatura policial. Mais tarde, a UPP informou que Amarildo já tinha sido liberado e estaria voltando para casa.
Mas Amarildo nunca apareceu e a família não teve estômago para comer os peixes que ele pescara. Deu para os vizinhos.
'Meu marido sumiu, ninguém sabe, ninguém viu. Não tenho resposta da Justiça, do prefeito, do governador. A vida que estou vivendo agora, parece que estou vegetando,' diz Elizabete, que tem 47 anos e é conhecida por todos como Bete.
Dois meses se passaram desde aquele 14 de julho. De lá para cá, o caso motivou protestos Brasil afora com cartazes de 'Onde está o Amarildo?', campanhas de entidades como a Anistia Internacional e o Rio da Paz e até um 'gritaço' convocado nos últimos dias no Rio, convocando moradores na cidade toda a gritarem de
suas janelas, às 20h da última quarta-feira - 'cadê o Amarildo?'.
'Sob tutela da polícia'
O desaparecimento do pedreiro está sendo investigado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público (MP-RJ) e pela Corregedoria da Polícia Militar (PMERJ).
O caso foi encaminhado à Delegacia de Homicídios da Capital da Polícia Civil (DH) no dia 31 de julho, que desde então ouviu depoimentos de familiares, vizinhos e amigos de Amarildo, bem como de todos os policiais militares lotados na UPP da Rocinha.
A investigação está em fase de conclusão, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil. A DH trabalha com duas linhas de investigação: a hipótese de que o crime tenha sido cometido por traficantes da favela ou por policiais militares.
De acordo com a UPP, quatro policiais sob investigação foram afastados de funções operacionais até que termine o inquérito e estão fazendo trabalho administrativo. A corporação afirma que não há indícios da participação de policiais no desaparecimento de Amarildo, já que ele teria sido liberado ao fim do interrogatório.
Mas mesmo antes da conclusão da investigação em curso da Polícia Civil, o cientista político João Trajano Sento-Sé afirma que a polícia não pode se eximir de responsabilidade no caso.
'Independente do que aconteceu, não há como escapar disso. A PM é coautora desse desaparecimento. Ele estava sob tutela da polícia, então e PM tem responsabilidade no episódio', diz Sento-Sé, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj).
O pesquisador afirma que o caso envolve 'erros de procedimento' por Amarildo ter sido levado para verificação em um posto avançado - a UPP da Rocinha - e não em uma delegacia, como mandaria a norma. Isso teria colocado o pedreiro em uma situação de vulnerabilidade.
'Ele desaparece em uma circunstância em que é posto numa situação de risco pela agência do Estado, e não é protegido por ele. Foi visto pela última vez sob a custódia da polícia, então a polícia tem que responder por esse desaparecimento', diz.
Golpe para UPP
Para Sento-Sé, o desaparecimento de Amarildo foi um golpe muito duro - 'talvez o mais grave até agora' - na política de pacificação, uma das marcas do governo Sérgio Cabral.
'Estamos falando de profissionais lotados no grande programa de segurança pública de aproximação polícia comunidade, que é a UPP. Isso foi muito ruim para o programa e para a credibilidade da política de segurança do Brasil hoje', diz.
No escritório brasileiro da Anistia Internacional, que no mês passado incentivou pessoas do mundo todo a postarem suas fotos na internet perguntando por Amarildo, as preocupações principais são com a segurança da família de Amarildo e com o empenho das investigações.
Átila Roque, diretor da Anistia no Brasil, diz que a falta de agilidade das investigações e a demora em afastar policiais envolvidos geram dúvidas sobre o interesse efetivo de levar o inquérito às últimas consequências.
Ele critica o fato de que o comandante da UPP, major Edson Santos, só foi afastado um mês e meio após o desaparecimento e não está sendo investigado. No início do mês, a major Pricilla de Oliveira Azevedo assumiu o comando da UPP da Rocinha, como parte de um remanejamento geral do comando das UPPs do Rio.
'A impressão que se dá é que se está constituindo uma espécie de blindagem da UPP. É muito importante que o Estado não coloque o interesse de preservar a imagem da UPP acima do interesse da Justiça e das pessoas envolvidas', diz Roque.
'É com transparência e investigação de qualquer malfeito que o Estado vai preservar a imagem de uma instância. O Estado sai mais forte se punir do que se ocultar violações de direito', afirma.
Roque ressalta ainda que o caso ocorreu depois de denúncias recebidas em abril pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH) de casos de tortura e uso de eletrochoque por policiais para interrogar moradores da Rocinha e obter informações sobre tráfico de drogas no local.
Tais denúncias estão sendo investigadas pelo MP-RJ, que instaurou procedimento para apurar crimes de tortura, ameaça e abuso de autoridade por policiais militares da UPP.
'Safada' e 'abusada'
Nas últimas duas semanas, agentes da DH realizaram duas reconstituições como parte das investigações do desaparecimento, a primeira levando cem homens para a Rocinha para traçar os últimos passos do ajudante de pedreiro, e a segunda para refazer o trajeto percorrido pela viatura em que Amarildo entrou ao sair da sede da UPP da Rocinha.
Campanha por Amarildo. Foto: AFP
"Campanha por Amarildo. Foto: AFP"
Enquanto espera a conclusão do inquérito, Bete e os seis filhos de Amarildo, que têm de 6 a 21 anos, estão vivendo em um quarto de fundos na casa de uma das irmãs do ajudante de pedreiro, dormindo em uma cama de casal e um colchonete que ela coloca no chão.
Bete não quis ficar na casa onde viva com o marido por diversos motivos: medo, saudade e más condições de moradia. A casa estava em obras e o marido que faria tudo com as próprias mãos. Agora o material de construção está sem destino.
'Tiraram a coluna da minha casa, que era o meu marido. Ele que trabalhava e botava as coisas dentro de casa, o pão, o leite, tudo, enquanto eu cuidava das crianças. A nossa vida está toda destrambelhada depois do sumiço dele', diz.
Ela diz que vem sendo intimidada por policiais e já foi chamada de 'safada' e 'abusada' ao passar por eles nas vielas da favela. Ela e os filhos estão evitando sair sozinhos.
'Os policiais não gostaram da atitude que a gente tomou. Porque quantos Amarildos já morreram? Quantas pessoas não morreram dentro do morro, e a família não falou nada por medo? A gente botou a boca no trombone, protestou, fechou boca de túnel, entrou ao vivo na TV. Estamos gritando e pedindo justiça', diz.
Bete diz que a família só vai parar de gritar quando o corpo do marido aparecer.
'A família não tem nem os ossos para enterrar. Isso é uma coisa muito dolorosa. É uma ferida aberta para sempre no corpo da gente, que nunca se fecha. Pelo amor de Deus, cadê o corpo dele? Para a gente enterrar com dignidade! Não é um animal.'

Governo federal e do Rio assinam contrato para construção da Linha 3 do metrô

Os governos federal e estadual assinam hoje (11) o contrato de financiamento para a implantação da Linha 3 do metrô do Rio de Janeiro, que vai ligar as cidades de São Gonçalo e Niterói, na região metropolitana. O projeto custará mais de R$ 2 bilhões. A União deverá arcar com dois terços desse total, enquanto o governo fluminense será responsável pelo restante.
Inicialmente, a linha terá 14 estações distribuídas em 22 quilômetros. Em um segundo momento, o trajeto deverá ser estendido até o município de Itaboraí, onde está sendo construído o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um projeto bilionário da Petrobras.
Os investimentos fazem parte do Plano de Mobilidade Urbana do governo federal e a assinatura do contrato ocorrerá em uma cerimônia às 11h, no Clube Mauá de São Gonçalo, com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff. A Linha 3 do metrô é um projeto antigo, que originalmente previa a integração dos dois municípios com a capital fluminense.

Conferência debate reforma agrária e políticas públicas para a agricultura familiar

A reforma agrária e as políticas públicas para o desenvolvimento da agricultura familiar estiveram no foco das discussões da 2ª Conferência Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário que terminou hoje (11) em Nova Friburgo, na região serrana fluminense. O evento foi promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em conjunto com o Programa Rio Rural, do governo estadual.
O delegado do MDA no estado do Rio, José Octávio Fernandes, disse à Agência Brasil que o encontro debateu ainda os quatro eixos temáticos da conferência nacional que ocorrerá em outubro próximo, em Brasília. 'As propostas aprovadas trabalham em três eixos transversais, relacionados à questão da mulher, à juventude rural e ao etnodesenvolvimento [princípio que compreende o respeito à autonomia dos povos indígenas]', declarou.
Independentemente das 40 recomendações que serão encaminhadas à 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, foi aprovado um conjunto de propostas que vão ser usadas para a elaboração de um plano estadual de desenvolvimento rural sustentável.. Durante o encontro, foram eleitos também 30 delegados do Rio de Janeiro que vão colaborar na criação do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, sendo 20 representantes da sociedade civil e dez do Poder Público.
Na avaliação do delegado do MDA, o estado do Rio de Janeiro ainda está muito aquém do seu potencial na área agrícola. 'Como foi construída a política voltada para a agricultura no estado do Rio, a gente ainda não conseguiu potencializá-la'. Disse, porém, que a agricultura familiar tem um peso fundamental na produção dos alimentos que vão para a mesa dos consumidores. Ele acredita que as propostas aprovadas durante a conferência, que envolvem metas de curto, médio e longo prazos, 'sendo implementadas', permitirão dar um salto de qualidade na agricultura familiar fluminense.
'Na região serrana, que mais produz no estado em relação à agricultura familiar, a gente ainda tem problemas de conflito agrário'. Segundo Fernandes, no norte fluminense há registro, inclusive, de trabalho escravo, além de conflitos no campo. 'Na delegacia, a gente tem tido uma preocupação muito grande com o Território da Cidadania, que é um programa nosso, por conta desses problemas e que, na verdade, refletem a estrutura agrária do nosso país. A gente tem que avançar nisso'.
Sustentou que embora o Rio de Janeiro seja um dos estados brasileiros com menor índice de concentração de terra, 'infelizmente, em Campos, esse índice é muito elevado e a gente ainda tem a ocorrência de trabalho escravo'.
O delegado do MDA indicou que outro entrave ao desenvolvimento da agricultura no Rio de Janeiro é a falta de investimentos por parte do governo do estado. Além disso, citou a dificuldade para a emissão da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), conhecida como DAP, que dá ao agricultor acesso ao financiamento da produção. No caso do Rio de Janeiro, essa declaração é emitida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
'São muito poucos os sindicatos de trabalhadores rurais habilitados a emitir o DAP'. Segundo ele, tanto o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj) têm dificuldades em efetuar o trabalho de emissão da declaração nos assentamentos rurais federais e estaduais.
'A gente está trabalhando para reverter esse quadro'. O objetivo, disse o delegado do MDA, é ter um número maior de declarações no estado que reflita o total de agricultores que efetivamente estão em atividade produtiva, 'para que a gente possa potencializar o estado do Rio de Janeiro no tocante à agricultura'.
A 2ª Conferência Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário encerrou um ciclo de encontros que ocorreram em todas as regiões fluminenses e que reuniram pequenos produtores e representantes de segmentos ligados ao desenvolvimento do meio rural e da agricultura familiar.

Empresa que poluiu assina TAC no Rio de Janeiro para recomposição ambiental

Dentro de 30 dias, com aval do governo do estado do Rio de Janeiro e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), entrará em vigor o termo de compromisso de ajustamento de conduta (TAC) entre o Ministério Público Federal (MPF) em Resende (RJ), o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro e a empresa Servatis.
No acordo, a indústria responsável pelo vazamento, em 2008, de 8 mil litros de produtos químicos nos rios Pirapetinga e Paraíba do Sul, em Resende, na região sul fluminense, se compromete em reparar os danos ambientais causados pelo acidente. De acordo com a procuradoria, caso a empresa descumpra o termo de compromisso, pagará uma multa de R$ 1 milhão, por mês.
O TAC, assinado na segunda-feira (26), inclui compromissos como estudo de viabilidade para investimento em atividades de baixo impacto ambiental, como fertilizantes orgânicos. Também foi pedido o financiamento de projetos socioambientais para dar suporte e orientação a pescadores artesanais da região, a implantação do Núcleo de Apoio à Conservação do Rio Paraíba do Sul e o monitoramento de espécies de peixes, águas e sedimentos.
A Servatis, fabricante de agroquímicos, também fará um projeto destinado à recuperação de áreas degradadas da Mata Atlântica, especialmente na região de Resende, e ainda implantar o tratamento de esgoto de bairros do município, além de elaborar projetos de reflorestamento dos 9 hectares devastados. Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial.
Para a procuradora da República Izabella Brant, responsável pelo TAC, o termo é um meio rápido e eficiente de resolver os danos. 'Por meio do acordo, a empresa reconhece que causou o dano e como causou, tomando medidas efetivas para prevenir que próximos acidentes aconteçam. Mesmo com certa dificuldade financeira, a Servatis tem agilizado o processo de reestruturação da empresa e de atuação no meio ambiente, começando suas atividades desde janeiro deste ano', informou.
Segundo o diretor de Segurança e Meio Ambiente da Servatis, Carlito Marques de Almeida, a empresa já vem tomando medidas para sanar os danos, antes mesmo de o TAC ser firmado. 'Desde 2009, já indenizamos mais de mil pescadores. Além disso, o tratamento de esgoto da comunidade local vai fazer dois anos que está sobre nossa responsabilidade, e avançamos em 80% a etapa inicial do Núcleo de Apoio à Conservação do Rio Paraíba do Sul , previsto apenas para abril de 2014', explicou.
O acidente ocorreu quando um caminhão da Servatis teve uma falha no descarregamento, despejando 8 mil litros de produtos químicos nas águas dos rios Piratinga e Paraíba do Sul. Com isso, a captação das estações de tratamento de água foram interrompidas, provocando o desabastecimento de água potável de 1 milhão de pessoas. Além disso, os danos ambientais causaram a morte de inúmeras espécies de peixes.

Usinas de incineração do “lixo” urbano, na contramão da sustentabilidade.

A implantação de usinas de incineração do lixo urbano no Brasil merece uma reflexão. Discutir exaustivamente de forma clara, colocando os prós e contras, é um dever das autoridades federais, estaduais e municipais do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, com envolvimento necessário dos brasileiros, pois uma decisão errônea poderá colocar em risco a saúde da população e do meio ambiente.
Na presente análise, apresento minhas observações, como brasileiro, empresário ligado à reciclagem e com a responsabilidade de lutar para que tenhamos no futuro um mundo melhor, menos poluído e com melhor qualidade de vida para as gerações presentes e futuras. E o faço com a consciência de cidadania, totalmente isento de interesses econômicos ou políticos.

CONSIDERAÇÕES
Não há a menor dúvida de que a destinação do lixo é uma preocupação de todos. Há muitas observações a respeito das instalações de usinas de incineração, para recuperação de energias e é interessante colocá-las a público para o engrandecimento do debate. Vejamos algumas:
A – O Coletivo de Entidades Ambientalistas do Estado de São Paulo analisou, tecnicamente, a viabilidade dessas usinas, e destaca em documento que:
1. O processo de monitoramento e controle da poluição gerada por incineradores é economicamente inviável. No Brasil é impensável, considerando-se a composição físico-química de nosso lixo. (1).
2. A incineração do lixo é hoje um grande lobby para a venda de tecnologia que vem sendo desativada na Europa. Só no Estado de São Paulo estão sendo anunciadas mais de 20 usinas de incineração. Essa proposta provocaria a manutenção do sistema usual de produção, que é insustentável, retirando mais e mais elementos preciosos da natureza, enquanto materiais recicláveis seriam incinerados, sob a desculpa de “recuperação energética”. Essa proposta vai contra toda a lógica de reutilização de materiais recicláveis. (1).
3. A recuperação energética alardeada é uma farsa sem precedentes. Incinerar plástico e outros materiais recicláveis, de alto poder calórico para geração de energia é um absurdo, já que para sua produção foram consumidas muita água e muita energia. O balanço energético não fecha. Uma nova produção destes materiais gastaria mais energia do que a obtida com sua combustão (1).
4. A reciclagem de materiais é o caminho da sustentabilidade, enquanto a incineração é a forma fácil de se livrar do lixo, mantendo um sistema produtivo insustentável e predador. Além disso, as emissões aéreas são incontroláveis e as cinzas dos incineradores são classificadas como resíduos Classe I – Perigosos, necessitando de tratamento e armazenagem em função da sua toxicidade (1).
5. Tratado – Na Convenção de Estocolmo, em 2004, o Brasil ratificou o tratado da Organização das Nações Unidas (ONU), e reconheceu que os incineradores são uma das principais fontes de formação de dioxinas e furanos, poluentes orgânicos persistentes e bioacumulativos dos mais tóxicos produzidos pelo ser humano. De acordo com a Convenção, é recomendável que o uso de incineradores seja eliminado progressivamente (1).
B- O Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Proam, também se manifestou contrariamente à instalação de usinas incineradoras de lixo, elencando:
1. Na contramão da sustentabilidade e da própria norma em vigor, o Brasil, assim como outros países da América do Sul e Índia, é objeto de um forte lobby que pretende vender e patrocinar usinas de incineração de lixo em desuso na Europa, por restrições conceituais e ambientais (2).
2. “É preciso que as forças vivas da sociedade mobilizem-se contra esta onda que se traveste de recuperação energética”, afirmou Carlos Bocuhy, presidente do Proam, referindo-se ao processo de incineração de materiais de alto valor calórico como plástico e papelão. “É um absurdo que materiais que tiveram alto custo em água e energia para a sua produção não sejam reciclados e sua incineração seja classificada de forma mentirosa como “recuperação energética” e “usinas verdes”. O que ocorre é que estão tentando ‘pintar de verde’ a prática mais poluente das alternativas para a disposição final do lixo” (2).
C- O Ministério Público também tem posição sobre o tema. O promotor público de Taubaté, Wagner Giron falou a respeito das usinas, em reunião realizada no Vale do Paraíba. Vejamos suas colocações sobre o impacto ambiental dessas usinas:
1. Além de alertar a sociedade, no que diz respeito a essas energias, temos que levar em consideração a ética e promessas feitas pelos governos federal e estadual, que firmaram um compromisso de reduzir em 20% a emissão de gases nocivos do efeito estufa até 2020 (2).
2. O anúncio de patrocínio a usinas e termelétricas, feito pelo Governo do Estado de São Paulo, viola o senso ético e afronta as leis. É um absurdo, um estelionato ambiental (2).
3. O Ministério do Meio Ambiente é contra usinas de incineração. Essa posição foi defendida pela ministra Izabella Teixeira, em reunião realizada em seminário promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos, em outubro de 2011, em São Bernardo do Campo. “Cuidado com as armadilhas”, disse ela por três vezes, alertando os prefeitos em relação ao lobby das empresas que comercializam as usinas de lixo.
Na mesma linha de raciocínio, discorre Sonia Hess, consultora de Meio Ambiente do Ministério Público Federal. Diz ela que “a incineração deve ser a última opção de tratamento de lixo”, por não crível o controle de resíduos. (3).
4. Ulisses Girardi pontua: O Brasil contabiliza experiências negativas com tecnologias importadas. Um bom exemplo são as usinas nucleares, que eram vistas como solução energética limpa. Hoje há programas para desativar todas as usinas nucleares da Alemanha. No Brasil, a Câmara dos Deputados vem debatendo o destino dos rejeitos nucleares. Há polêmica em torno da transferência de rejeitos nucleares das Usinas Angra I e II para Goiás. Não se sabe qual será o destino. Criamos problemas ambientais desnecessários a custos astronômicos. Enquanto os outros países adotam programas para desativar as usinas, o Brasil continua construindo. (4)
OBSERVAÇÕES
Minha experiência ao longo de anos, tendo como atividade profissional a reciclagem e compostagem, com a transformação de resíduos em fertilizantes orgânicos, aliada à participação em seminários e congressos ligados à preservação do meio ambiente, incluindo o Fórum Mundial de Sustentabilidade, permite-me colocar as observações, alicerçadas também em depoimentos de técnicos e profissionais de envergadura na área. Os itens seguintes são oferecidos para a discussão das autoridades e da população.
1. Os projetos são dispendiosos, não se sabe seus verdadeiros custos e nem o valor que será pago pela queima do lixo.
2. Não existem dados que comprovem a viabilidade econômico-financeira do projeto.
3. Essas usinas têm tecnologias obsoletas e estão sendo desativadas em países europeus. Em 1958, o Brasil desativou a usina de incineração em Manaus- Amazonas.
4. Não geram empregos, aliás, causam o desemprego das pessoas envolvidas com o processo de coleta e reciclagem.
5. Não há segurança em relação à eliminação dos gases – altamente cancerígenos – e as cinzas tóxicas. As dioxinas e furanos são altamente tóxicos e acumulativos. Eles são prejudiciais ao meio ambiente e aos seres humanos pela inalação e também pela contaminação das plantações alimentícias, e das águas de nossos córregos e rios, em outras palavras, entram na cadeia alimentar.
6. Entidades que lutam em favor do meio ambiente e pela melhoria da qualidade de vida são totalmente contra esses projetos, incluindo autoridades do Ministério Público e a própria ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
7. As usinas nucleares, termoelétricas ou simples incineradoras, têm sido notícia na imprensa, constantemente, pelos vazamentos. Na implantação foram “vendidas” como de alta segurança.
8. Em 2003, a Companhia Energética de São Paulo, a Cesp, tentou implantar uma termoelétrica em Mogi Mirim/SP, projeto abortado por um único motivo: perigo de contaminação, através de gases tóxicos, formadores da chuva ácida.
9. Na Convenção de Estocolmo, em 2004, do qual o Brasil foi signatário, há a recomendação para a eliminação gradativa dos incineradores de lixo.
CONCLUSÃO
Os estudos me permitem sugerir:
1. Coleta seletiva do lixo, com a mão de obra de catadores, a ser executada através de cooperativas. É trabalhosa essa organização, mas basta a vontade política por parte dos chefes de Executivos. Existem departamentos municipais para isso, como os de “Meio Ambiente”. Essa prática é limpa e gera centenas de empregos dentro da formalidade.
2. A reciclagem transforma o lixo em matérias-primas para produção de novos produtos, beneficiando famílias dos mais carentes. Os resíduos sólidos orgânicos transformados em fertilizantes orgânicos podem ser um grande aliado na recuperação de solos degradados, aumentando a produção de alimentos, minimizando a fome do mundo e a pressão do desmatamento – prática sustentável.
3. Essas práticas, além da geração de empregos, protegem a população dos efeitos nocivos de gases e fumaças tóxicas.
4. O custo é infinitamente inferior aos das usinas.
5. A cidade de Curitiba estuda o sistema de biodigestão, em sequência à reciclagem, e compostagem, descartando a incineração, vista como projeto perigoso à saúde de sua população e do ambiente.
Considerações Finais:
1. A nova lei nacional de resíduos sólidos urbanos (nº. 12.305/2010) mostra uma maneira adequada para a destinação dos resíduos sólidos urbanos. Entendendo que a indicação mais apropriada é a redução, reutilização, coleta seletiva, reciclagem e compostagem. (4)
2. A reciclagem é a que mais emprega e estimula a criar inúmeras cooperativas de coletores de materiais recicláveis, em um movimento de inclusão social que ficaria travado na incineração de suas matérias  primas.
3. Se as usinas de incineração do lixo urbano para recuperação de energia fossem eficientes e sustentáveis, elas comprariam sua matéria prima para produção de energia. Dentro desse contexto, o projeto se condena por si só. Sem considerar os aspectos negativos para o meio ambiente e para as pessoas.
4. As cinzas precisam ser armazenadas em “aterros” especiais. Qual será o custo para sua implantação e manutenção? Porque transformar resíduos nobres em fumaça tóxica e lixo?
5. Autoridades governamentais, Ministério Público, engenheiros e cientistas estudiosos em destinação do lixo, como também pessoas ligadas à preservação do meio ambiente, são unânimes em afirmar que se as usinas de incineração do lixo urbano forem instaladas marcará o maior retrocesso da agenda socioambiental nacional.
6. O estudo em torno do tema enriqueceu infinitamente meu conceito e visão em relação às usinas de incineração do lixo urbano, de verdes e sustentáveis para poluidoras e insustentáveis.
Apoio o desenvolvimento não destrutivo com preservação e equilíbrio socioambiental.