GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Deus - Reflexão sobre a divindade integra a filosofia

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               Deus, segundo Michelangelo, no teto da Capela Sistina
 
Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), a filosofia nasce de uma atitude de assombro do homem em relação às coisas do mundo, um estado de encanto e surpresa, que o leva a procurar explicações para elas. Desde que as explicações mitológicas (sobrenaturais) para a origem e o existir do mundo e das coisas deixaram de satisfazer aos primeiros pensadores, a filosofia se desenvolveu na Grécia antiga. Os filósofos buscavam outras explicações, de caráter natural, para o que viam ao seu redor.

Nessa procura pelas explicações, no entanto, nunca deixaram de esbarrar no "sobrenatural", em algo que estava além do visível, quando não do pensável. Por conseguinte, Deus - seja lá o que se entenda por esta palavra - foi sempre uma das grandes questões filosóficas ao longo dos últimos 2,5 milênios.

A reflexão sobre Deus é quase inerente à filosofia. Ao contrário da ciência, que, voltada para objetos específicos, pode dispensar interrogações sobre Deus e concentrar-se no seu alvo, a filosofia é mais ambiciosa e procura respostas para questões que, num certo sentido, as ciências nem precisam se colocar, para verificar leis ou dimensões dos fenômenos naturais (não custa relembrar que o radical de fenômeno, em grego antigo, significa "aparência").

Quatro linhas de raciocínio

Para a filosofia e para o ser humano, porém, Deus sempre foi um imenso ponto de interrogação. Quem ou o que é Deus? Como se pode ou não provar sua existência? Foram essas as questões fundamentais que os filósofos, a partir dos pré-socráticos, se colocaram. Ao serem respondidas - ao longo de mais de dois milênios da história da filosofia -, quatro linhas de raciocínio foram estabelecidas. Elas se desenvolveram de acordo com:

1) A relação de Deus com o mundo, considerando-se Deus como causa do mundo;
2) A relação de Deus com a ordem moral, identificando-se Deus com o Bem;
3) A relação de Deus consigo mesmo, pois, de acordo com as diversas concepções, ele pode ser um ou vários entes;
4) A relação de Deus com os homens ou quais os acessos do homem a Deus.

O primeiro motor

Examinando a primeira relação, nota-se que ela foi entendida de três modos diferentes. O mais antigo deles, encontrado em Anaxágoras (c. 500-428 a.C.), foi também desenvolvido por Platão (428-347 a.C.) e Aristóteles. Platão concebe Deus como "artífice do mundo", porém com um poder limitado pelo modelo que ele imita: o mundo das ideias ou das realidades eternas.

Já Aristóteles considera que Deus é o "primeiro motor" ao qual necessariamente se filiava a cadeia de todos os movimentos, pois tudo o que se move é movido por outra coisa. Não pode existir efeito sem causa.

No entanto, para Aristóteles, além de causa primeira, Deus é também a causa final que cria a ordem do universo. O filósofo compara o universo a um exército "que consiste de sua ordem e de seu comandante, mas especialmente deste último, pois ele não é o resultado da ordem, mas a ordem depende dele". (Note a sutileza do raciocínio.)

Panteísmo

O segundo modo da primeira relação não exclui o anterior, mas parte da proposição de que a natureza do mundo é um prolongamento da vida de Deus. Platão, por exemplo, chamava o mundo de "Deus gerado [por ele mesmo]". Essa concepção se concretiza no panteísmo (o prefixo grego pan significa "cada um, todos, totalidade") que cria um laço entre Deus e o universo: ambos se identificam, são concebidos como uma única realidade integrada.

O panteísmo adquiriu forma com os estóicos, mas amadureceu entre os neoplatônicos, com destaque para Plotino (205-270). Este filósofo considera o mundo como uma emanação de Deus, assim como ocorre com uma luz em relação a sua fonte. Para Plotino, Deus não só é superior ao mundo, mas também inexprimível em termos do mundo.

Ele só é apreensível ao êxtase místico. Por isso, ele não pode ser objeto de uma ciência positiva que determine sua natureza. Muito pelo contrário, só uma teologia negativa ajuda a compreendê-lo - a partir do que ele não é.

Concepções panteístas se manifestam não só em filósofos da Antiguidade, mas também da Idade Média, como Escoto Erígena (819-877) e Nicolau de Cusa (1401-1464); da Idade Moderna, como Espinosa (1632-1677) e Hegel (1770-1831), e de filósofos do século 20, como Alfred Whitehead (1861-1947) e Henri Bergson (1859-1941).

Cristianismo

Finalmente, há filósofos que consideram Deus como o "criador" do mundo, o Ser do qual provêm os outros seres. Esta visão advém do cristianismo e coloca a fé como coadjuvante da razão. Com Cristo, Deus se revelou ao homem e é a partir dessa crença (não racional) que a razão entra em cena para solucionar os problemas postos pela realidade.

Essa linha filosófica acentua a eternidade e a imutabilidade de Deus diante da temporalidade e da mutabilidade do mundo. Antes da criação não existia o tempo. Portanto, nem faz sentido falar em antes ou perguntar-se o que Deus fazia então, diz Santo Agostinho (354-430), em suas "Confissões" (o físico inglês contemporâneo Stephen Hawking, autor de "Uma Breve História do Tempo", de certa forma concorda com isso, pois considera que o tempo passou a existir após o Big Bang).

Contemporaneamente, desenvolveu-se a impressão de que a filosofia está ligada ao ateísmo ou, no mínimo, que ela se opõe aos dogmas cristãos. Essa impressão, porém, não tem fundamento histórico: filósofos como Kant e Hegel, por exemplo, estavam longe de ser ateus, da mesma maneira que Kierkegaard (1813-1855) foi cristão e filosofou a partir das crenças cristãs. Já Bergson, de origem judaica, aproximou-se do catolicismo ao final de sua vida.

Deus e a ordem moral

Quanto à segunda relação - Deus com a ordem moral -, também se podem distinguir três pontos de vista básicos.

1) Deus é a garantia da ordem moral no pensamento do iluminista alemão Immanuel Kant (1724-1804), filósofo que é um divisor de águas na história dessa disciplina. Para Kant, em termos metafísicos ou teóricos, no âmbito da razão pura, aquela que orienta uma ciência como a matemática, por exemplo, é impossível demonstrar a existência ou a inexistência de Deus.

"Deus é um postulado da razão prática [aquela que orienta a ação], pois torna possível a união da virtude e da felicidade, em que consiste o sumo bem que é o objeto da lei moral". Em termos mais simples: só de uma vontade perfeita, a divina, se pode esperar o bem supremo que a lei moral nos obriga a ter como objetivo de nossos esforços.

2) Muito antes de Kant, porém, os estóicos já identificavam Deus com a própria ordem moral, considerando Deus como Providência e Destino, uma entidade de ordem racional que compreende em si mesma, os eventos do mundo e as ações do homem. Essa visão também pode ser encontrada em Hegel que considera a história do mundo o plano da Providência.

3) O último ponto de vista, essencialmente cristão, coloca Deus como criador da ordem moral e, nesse sentido, atribui ao homem o livre arbítrio de segui-la ou não. Nesses termos, filosofia e teologia se confundem, mas as duas conseguem uma expressão perfeita, em termos éticos, nas palavras de São Paulo: "tudo é permitido, mas nem tudo me convém".

Politeísmo e monoteísmo

A terceira linha de raciocínio examina a relação de Deus consigo mesmo ou a de Deus com a Divindade. Dela decorrem as concepções politeístas e monoteístas. O politeísmo concebe Deus como diferente da divindade, assim como um homem é diferente da humanidade. Portanto, podem existir muitos deuses.

As doutrinas que admitem qualquer distinção entre Deus e a divindade têm em mente que esta pode ser compartilhada por muitos entes. O próprio Aristóteles, o da "causa primeira", acreditava que a demonstração da existência de um primeiro motor servia também para a existência de tantos motores quanto são os movimentos das esferas celestes, que eram 47 ou 55, respectivamente ao ponto de vista de dois astrônomos em quem o filósofo acreditava.

Além disso, é interessante notar que Plotino - aquele que falava acerca de um Deus que se emana no mundo - não identificava unidade com unicidade. A unidade também contém a multiplicidade para o sábio neoplatônico. Premissa maior: Deus é uno. Premissa menor: Todas as coisas dele emanam. Conclusão: Deus não é único. Um silogismo perfeito.

Também não se pode deixar de destacar o fato de o politeísmo não se restringir ao paganismo da Antiguidade. O panteísmo de filósofos modernos ou contemporâneos não deixa de ser um politeísmo. O empírico escocês David Hume (1711-1776) atribuiu valor positivo ao politeísmo, que é um verdadeiro obstáculo à intolerância religiosa. Se há muitos deuses na minha religião, seria uma contradição eu me opor aos deuses de outras crenças religiosas (repare na atualidade dessa ideia, num mundo como o nosso em que o fanatismo se transforma em terríveis espetáculos terroristas).

São Tomás de Aquino

Por outro lado, quando se identificam Deus e divindade, sendo esta uma característica que só se pode atribuir ao próprio Deus, eis o monoteísmo, advogado pelo filósofo cristão Tomás de Aquino (1227-1274), na "Suma Teológica", uma obra célebre. Segundo São Tomás, também chamado de "doutor angélico", aquilo que torna algo singular, único, não é comunicável a outras coisas.

Mais ainda, aquilo que torna Sócrates homem não se confunde com aquilo que torna Sócrates somente o homem que ele, e mais ninguém, é. Do contrário, não poderia haver mais de um Sócrates ou mais de um homem. Ora, esse é precisamente o caso de Deus. Além disso, como a divindade é incomunicável, ela não pode ser compartilhada por mais de um Deus. Conclusão: há um só Deus (Sua trindade é um mistério impenetrável).

Essas considerações sobre o monoteísmo e o politeísmo devem levá-lo a filosofar um pouco: politeísmo não é a manifestação de mentalidades primitivas, em termos culturais, como se costuma pensar. Ele se apresenta mais como uma alternativa filosófica legítima, que talvez ajude a inovar o conceito de Deus.

O acesso a Deus

Finalmente, na quarta relação - do acesso do homem a Deus - também se distinguem três pontos de vista: a) o conhecimento de Deus é alcançado pela iniciativa do homem, através da filosofia, da especulação racional sobre Deus; b) o conhecimento só se dá através da revelação divina; c) a revelação é a conclusão do esforço do homem para chegar a Deus.

Sem dúvida, o primeiro ponto de vista é o mais filosófico, enquanto os outros são mais religiosos. Mesmo assim, o princípio de que a revelação não anula nem inutiliza a razão está na base de toda a filosofia escolástica da Idade Média. No Renascimento, a revelação inspira e sustenta a racionalidade. Fé e razão colaboram entre si, não são uma antítese.

No séculos 16, 17 e 18, foi feita progressivamente uma distinção entre a ideia de revelação histórica e revelação natural, que ocorre através da razão. No Romantismo, a revelação é uma manifestação de Deus na realidade natural e histórica, como pensaram Hegel e Schelling (1775-1854). O filósofo e político italiano Vincenzo Gioberti (1801-1852) considera como base do conhecimento a intuição, que, segundo ele, é a revelação imediata de Deus ao homem.

A cifra da transcendência

Contemporaneamente, o ateísmo ganhou força, mais no âmbito científico do que filosófico. Grande parte das reflexões filosóficas atuais, quando não cristãs, têm caráter panteísta. Apesar de se tratar de um conceito datado do século 18, há quem fale mais recentemente num panenteísmo, uma conciliação entre o monoteísmo e o panteísmo, que admite que tudo o que existe, existe em Deus, consistindo em revelação e realização de Deus.

Para terminar, é bom lembrar de linhas de pensamento que põem ênfase na transcendência de deus. Para Karl Jaspers (1883-1969) a inatingibilidade de Deus, o fracasso inevitável do homem em sua tentativa de alcançar a transcendência é a única revelação possível. Esta é o que ele chama de a "cifra" da transcendência, o símbolo sob o qual o transcendente pode estar presente na existência humana, sem adquirir caracteres objetivos, e, simultaneamente, sem fazer parte da nossa vida subjetiva.

Conhece-te a ti mesmo - Sócrates e a nossa relação com o mundo

A figura de Sócrates é como um divisor de águas na Filosofia Antiga, tanto que os filósofos anteriores a ele são tradicionalmente chamados de pré-socráticos.

De fato, com Sócrates há uma mudança significativa no rumo das discussões filosóficas sobre a verdade e o conhecimento. Os primeiros filósofos estavam preocupados em encontrar o fundamento (arké) de todas as coisas. Sócrates, por sua vez, está mais interessado em nossa relação com os outros e com o mundo.

Curiosamente, Sócrates nada escreveu - e tudo o que sabemos dele é graças a seus discípulos, particularmente Platão. Sócrates teria tomado a inscrição da entrada do templo de Delfos como inspiração para construir sua filosofia: Conhece-te a ti mesmo.

Para compreendermos o sentido dessa frase, segundo o filósofo francês Michel Foucault (1926 - 1984), devemos inscrevê-la em uma estratégia mais geral do cuidado de si.

Ou seja, o que Sócrates pregava era que nós devemos nos ocupar menos com as coisas (riqueza, fama, poder) e passarmos a nos ocupar com nós mesmos. Poderia objetar-se: com que propósito deveria ocupar-me comigo mesmo? Porque é o caminho que me permite ter acesso à verdade. Mas que tipo de verdade? Obviamente não é uma verdade qualquer, tal como a fórmula química da água, mas a verdade que é capaz de transformá-lo no seu próprio ser de sujeito.

É esse ato de conhecimento, capaz de promover nossa autotranscendência, de que fala Sócrates. Conhecer a mim mesmo para saber como modificar minha relação para comigo, com os outros e com o mundo.

Como ter acesso à verdade?

Tal modificação para ter acesso à verdade, contudo, não é um ato puramente intelectual. Ela exige, por vezes, determinadas renúncias e purificações, das quais Sócrates é um exemplo.

Sócrates dizia ter recebido de Deus a missão de exortar os atenienses, fossem eles velhos ou jovens, a deixarem de cuidar das coisas, passando a cuidar de si mesmos. Tal atitude o fez dedicar-se inteiramente à filosofia e à prática dialógica (uma forma especial de diálogo, denominada maiêutica) por meio da qual ele fazia com que seu interlocutor percebesse as inconsistências de seu discurso e se autocorrigisse.

A atitude de Sócrates questionava os valores da sociedade ateniense, razão pela qual seus inimigos o levaram ao tribunal, onde foi julgado e condenado à morte. Sua morte, porém, não impediu que a questão do cuidado de si se tornasse um tema central na filosofia durante mais de mil anos - e chegasse a influenciar alguns filósofos modernos e contemporâneos.

A questão central do cuidado de si é que jamais se tem acesso à verdade sem uma experiência de purificação, de meditação, de exame de consciência - enfim, através de determinados exercícios espirituais capazes de transfigurar nosso próprio ser.

Dito de outro modo, o estado de iluminação, de descoberta da verdade, não é produto do estudo, mas de uma prática acompanhada de reflexão constante sobre minhas ações, atitudes - e de como posso modificá-las para me tornar uma pessoa melhor. É como se a vida fosse uma obra de arte em que nós vamos nos moldando, nos aperfeiçoando no decorrer da existência.

A difícil busca da verdade

Atualmente, estamos distantes dessa perspectiva socrática do cuidado de si. A ciência moderna está preocupada com a produção e acumulação de conhecimentos.

Mas quando nos perguntamos: para quê acumulamos e produzimos conhecimento? A resposta é simplesmente: para aumentar infinitamente nosso conhecimento. Entramos, assim, numa corrida sem fim, em que nunca nos questionamos se isso realmente está trazendo os benefícios prometidos.

Claro que a tecnologia traz inegáveis benefícios, mas não parece que as pessoas, atualmente, estejam mais felizes. Pode-se alegar, no entanto, que não é papel do conhecimento e da ciência promover a felicidade humana - e que, talvez, conhecimento e ciência tenham a única função de contribuir para a concentração de poder e dinheiro nas mãos de alguns uns poucos.

Sócrates, porém, via a busca da verdade como um caminho de ascese, pois, quando cuidamos de nós mesmos, modificamos nossa relação com os outros e com o mundo.

Mergulhados em preocupações com a aparência e o consumo, pensamos estar cuidando de nós mesmos, quando na verdade estamos nos perdendo em meio às coisas. É preciso conhecer a si mesmo para não perder-se. Claro que você não vai encontrar toda verdade em si mesmo, mas, pelo menos, a única verdade capaz de salvá-lo.

Ser e não-ser - Parmênides, a verdade e o paradoxo

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche diz que se Heráclito é o filósofo do fogo, Parmênides é o filósofo do gelo, vertendo em torno de si uma luz fria e penetrante.

Nietzsche descreve assim Parmênides de Eléia (cerca de 530 a 460 a. C.), pelo fato de esse filósofo ter fixado no ser imóvel e uno a fonte de tudo o que é.

Parmênides narra em seu poema o encontro com a deusa Verdade, que o instrui a se afastar do caminho sensível, uma via de confusão, que leva as massas indecisas a acreditarem que ser e não-ser são iguais.

Ora, apenas o ser pode ser pensado, já que o não-ser não é. Se eu não consigo ter uma idéia do que a coisa é, não posso pensá-la - e o que não pode ser pensado não é ser. Daí Parmênides conclui que só o ser é - e que o não-ser não é. Dessa verdade ele deduz outras:

1) O ser é todo inteiro - se o ser tivesse partes, algo nele seria separado, não fazendo parte do ser, mas isso seria não-ser. Conseqüentemente, o ser, sendo uno e indivisível, não pode ter partes.

2) O ser é imutável - o ser não pode ter surgido do não-ser ou tornar-se não-ser, já que o ser só pode ser idêntico a si mesmo - e não pode ser e não-ser ao mesmo tempo. Acreditar que o ser foi gerado significa dizer que houve um tempo em que o ser era não-ser, o que é contraditório. Logo, o ser é eterno, sem começo nem fim.

O mesmo se aplica ao dizer e ao pensar. Só podemos pensar no que é, pois só o que é exprime-se em palavras. Pensar em nada é não pensar; dizer nada é ficar calado.

A verdade muitas vezes é paradoxal

O caminho do ser é o caminho da verdade, que deve ser una e sempre idêntica a si mesma. Por exemplo, dois mais dois são quatro. Não importa o quanto as pessoas mudem de opinião, essa verdade continua inabalável - e mesmo as pessoas mais irascíveis são obrigadas a concordar com ela.

Algo depõe, entretanto, contra a verdade do ser revelada a Parmênides: no mundo sensível não vemos nada assim eterno e imutável, mas apenas uma pluralidade em constante devir (ou seja, em um fluxo permanente de mudança).
Ora, mas quem disse que a verdade pode ser apreendida pelos sentidos? Heráclito já não havia indicado que, por trás da desordem aparente das coisas, há um Logos que tudo ordena?

Da mesma forma, para Parmênides, a verdade não precisa estar em conformidade com os fenômenos, mas, ao contrário, a verdade muitas vezes é paradoxal, ou seja, contrária ao que a opinião ou os sentidos indicam. Enquanto os pitagóricos advogavam a existência de uma pluralidade, Parmênides afirma que tudo é uno e contínuo.

O paradoxo de Zenão

Para provar essa tese, um discípulo de Parmênides, chamado Zenão de Eléia, inventou um tipo de demonstração "por absurdo", em que o oponente se vê forçado a concluir de maneira contrária àquela que pretendia, partindo de premissas por ele aceitas.

Um dos paradoxos mais famosos de Zenão é o paradoxo da corrida entre Aquiles e a tartaruga. Suponha que Aquiles fosse disputar uma corrida de cem metros com uma tartaruga. Para tornar a competição mais atrativa, Aquiles, que é 10 vezes mais rápido que a tartaruga, lhe dá uma vantagem de 80 metros. No intervalo de tempo em que Aquiles percorre 80 m a tartaruga percorre 0,8 m; e quando Aquiles percorre 0,8 m, a tartaruga percorre 0,08 m. Como ambos estão sempre se movendo, Aquiles permanece sempre atrás, sem nunca alcançar a tartaruga. Por mais que a distância entre ambos diminua, ela nunca deixa de existir, já que o percurso pode ser dividido infinitamente.

Esse paradoxo, entre outros, fez muitos matemáticos e filósofos quebrarem a cabeça para resolvê-lo. Uma solução satisfatória, entretanto, só surgiria com a teoria dos conjuntos infinitos, de Georg Cantor (1845 - 1918). E você? Saberia como resolver esse paradoxo?

Fundamento da realidade - Qual o princípio de tudo?

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Para o grego Aristóteles, o ser humano tem o desejo natural de saber
Diz o provérbio que as aparências enganam. Enganam justamente porque não nos contentamos só com o que aparece. Aristóteles dizia que o ser humano tem o desejo natural de saber. Quando algo aparece para nós através dos sentidos, queremos logo saber: Como é? Para que serve? Como funciona? Isso é assim desde que o homem é sapiens.

Nossa curiosidade se estendeu, inclusive, para outros limites. O homem está sempre se perguntando: Será que existe uma ordem por trás do que aparece? Será que o que aparece é uma mera ilusão que encobre uma verdade oculta?

Alguns povos encontraram uma resposta bastante convincente na religião. Várias mitologias falam de um passado imemorial, em que uma ou várias divindades teriam transformado o caos em um cosmos, que significa "ordem". De tal forma que, mesmo que muitas vezes as aparências digam o contrário, há uma ordem que rege todos os fenômenos do universo, como a sucessão do dia pela noite e as estações durante o ano.

Qual o princípio de tudo?

Com a ampliação do conhecimento em várias áreas - como a astronomia, a matemática, etc. -, os primeiros filósofos começaram a pensar se a razão humana não poderia ir um pouco mais longe na resposta à grande questão: qual o princípio de tudo o que existe?

Um dos primeiros filósofos a tentar dar uma resposta, sem fazer recurso aos deuses, foi Tales de Mileto (cerca de 625-558 a.C.), muito mais conhecido por seu teorema sobre a propriedade dos triângulos do que como filósofo. Na verdade, do que Tales pensou não sobrou muito além de alguns fragmentos. Ele inaugurou a filosofia ao afirmar que tudo é água. Frase que, hoje, pode soar estranha e até mesmo absurda, mas que marca a forma propriamente filosófica de pensar, que difere tanto da ciência quanto da religião.

Difere da ciência por não se preocupar em explicar fenômenos particulares, como o comportamento de estrelas binárias ou de que maneira o colesterol pode afetar nossa saúde. A filosofia trata do geral, do que está à vista de todo mundo, do que nos é comum.

Quando Tales diz que tudo é água, por exemplo, ele quer dizer que há algo de comum a tudo o que existe, uma unidade que pode ser encontrada em meio à diversidade que nos cerca. Tal resposta também o afasta da religião, por não buscar uma explicação para esse mundo fora dele. Ao atribuir à água a origem de tudo (não podemos esquecer que a vida começou na água), Tales questiona se, através de uma investigação racional e criteriosa, não poderíamos encontrar respostas para as grandes perguntas que nos cercam.

Sem dogmatismos

Outra característica importante da filosofia que se inaugura com Tales é sua capacidade de revisão e crítica interna, distanciando-se de posições rígidas ou dogmáticas, muitas vezes de origem mítica ou religiosa, que são impermeáveis às mudanças ou às críticas.

Anaximandro, um discípulo de Tales, considerava difícil aceitar a idéia de que um elemento como a água tivesse gerado todos os outros, pois o princípio teria que ser indestrutível e não-engendrado, do contrário, como tudo, estaria ele também sujeito à mudança e decomposição. A esse princípio, Anaximandro dá o nome de apeíron, que pode ser traduzido por infinito ou ilimitado.

Anaxímenes, também de Mileto, considerava que tudo teria se formado a partir do ar infinito, por um processo de rarefação e condensação. Empédocles de Agrigento achava que tudo era um composto de quatro elementos (fogo, terra, água e ar) em diferentes combinações, movidos por forças de repulsão (ódio) e atração (amor). Demócrito de Abdera achava que tudo era formado de partículas infinitamente pequenas e indivisíveis, as quais denominou de átomos (do grego, não-divisível).

De certa forma, as teorias desses filósofos, entre outros do mesmo período, aproximam-se em algum grau daquilo que hoje consideramos verdade científica. Independentemente disso, o mais importante é a forma como trataram a pergunta sobre o princípio comum de tudo e o encaminhamento da resposta que tentaram dar a ela.

O fundamento da realidade

Os primeiros filósofos, assim como os filósofos de hoje, estavam interessados não sobre a forma como conhecemos este ou aquele fato em particular, mas sobre como podemos conhecê-los em geral. Ou seja, se existem realmente fundamentos suficientemente firmes nos quais poderíamos edificar as bases de todos os nossos conhecimentos ou se nossos conhecimentos não passam de castelos de areia que mal resistem às vagas do ceticismo e do relativismo.

Para boa parte dos filósofos da Antigüidade Clássica, responder a essa questão equivaleria a responder sobre o fundamento da realidade, sem o qual nenhuma verdade poderia considerar-se suficientemente segura.

Política -A arte ou ciência de governar

Política - A arte ou ciência de governar

Você sabia que quem não se interessa por política, acaba sendo governado por aqueles que se interessam? É isso mesmo. As decisões do governo de um país dizem respeito diretamente a todos aqueles que vivem ali. Delas dependem, por exemplo, o preço das coisas, a qualidade das escolas, dos hospitais e dos medicamentos, e até a possibilidade de acessar livremente a Internet - o que os chineses estão proibidos de fazer pelo governo comunista de Pequim.

Levando em consideração o fato de a política interferir na vida de todos nós, é fácil concluir que não é conveniente para ninguém ser completamente ignorante em matéria de política. Para compreender bem a questão, entretanto, é necessário recorrer aos estudos históricos, pois as atividades políticas são tão antigas quanto a própria humanidade.

Um pouco de filosofia não faz mal... rsrsrsr

A palavra política deriva do grego "politikós", adjetivo que significa tudo o que se refere à cidade (em grego, "pólis"). Mas o conceito de "pólis" é mais abrangente do que o nosso conceito de município. Na Grécia antiga, entre os séculos 8 e 6 a.C, surgiram as "pólis", que eram, ao mesmo tempo, a cidade e o território agropastoril em seus arredores, que formavam uma unidade administrativa autônoma e independente: uma cidade-Estado, quase como um país nos dias de hoje. Atenas e Esparta são as cidades-Estado mais famosas da Antiguidade grega.

De qualquer modo, inicialmente, a expressão política referia-se a tudo que é urbano, civil, público. O significado do termo, porém, expandiu-se graças à influência de uma obra do filósofo Aristóteles (384-322 a.C), intitulada Política. Nela, o filósofo desenvolveu o primeiro tratado sobre a natureza, funções e divisão do Estado - ou seja, o conjunto das instituições que controlam e administram um país - e sobre as várias formas de governo.

Política, então, passou a designar a arte ou ciência do governo, isto é, a reflexão sobre essas questões, seja para descrevê-las com objetividade, seja para estabelecer as normas que devem orientá-la. Durante séculos, o termo passou a ser usado para designar obras dedicadas ao estudo das atividades humanas que de algum modo se refere ao Estado. Entretanto, nos dias de hoje, ele perdeu seu significado original, que foi gradativamente substituído por outras expressões, como "ciência política", "filosofia política", "ciência do Estado", "teoria do Estado", etc. Política passou a designar mais as atividades, as práticas relacionadas ao exercício do poder de Estado.

Política e poder

Política e poder na visão de Guilherme Araújo

Entendido como forma de atividade ou de prática humana, o conceito de política, está estreitamente ligado ao conceito de poder. O filósofo britânico Bertrand Russell (1872-1970) define o poder como "o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados". Um desses meios é o domínio do ser humano sobre a natureza. Outro é o domínio de alguns homens sobre outros homens.

Neste último sentido, podemos ampliar o conceito de poder definindo-o como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe a sua própria vontade ao outro, determina-lhe a maneira de se comportar. O domínio sobre os homens, contudo, não é geralmente um fim em si mesmo. De acordo com Russell, trata-se de um meio para obter "alguma vantagem".

Está claro que o poder político pertence à categoria do poder do homem sobre o outro homem (e não sobre a natureza). Essa relação de poder pode ser expressa de mil maneiras, como a relação entre governantes e governados, entre soberanos e súditos, entre Estado e cidadãos, etc. Porém, é importante ressaltar que há várias formas de poder do homem sobre o homem e que o poder político é apenas uma delas.

Dinheiro, ciência e armas

É possível distinguir três grandes tipos de poder do homem sobre o homem. Para começar, há o poder econômico, exercido quando alguém se vale da posse de certos bens para levar aqueles que não os possuem a um certo tipo de comportamento, que, em geral, é a realização de algum tipo de trabalho. Evidentemente, esse é o poder que o patrão exerce sobre os seus empregados.

Mas há também o poder ideológico, o poder das ideias, do saber, do conhecimento, que permite o domínio sobre a natureza. Esse poder tem sido exercido pelos "sábios" ao longo da história. Nas sociedades primitivas, eram os sacerdotes. Nas sociedades contemporâneas, são os intelectuais ou cientistas. Pense, por exemplo, no poder que um médico pode exercer sobre o seu paciente, já que dispõe do conhecimento necessário para lhe devolver a saúde.

Finalmente, existe o poder político, que se baseia na posse dos instrumentos mediante os quais se exerce a força física (as armas e toda espécie de potência): é o poder de coação, no sentido mais estrito da palavra. Exemplo: se alguém desobedecer a uma determinada lei, o governo tem poder para ordenar a sua prisão por policiais. Em caso de resistência, os policiais têm até o direito de usar suas armas.

Poder político é o poder supremo

Por se tratar de um poder cujo meio específico é a força, o poder político é o poder supremo, ao qual os demais estão subordinados. Embora o uso da força seja o elemento que distingue o poder político dos demais, esse uso é uma condição necessária, mas não suficiente, para tornar a sua existência legítima. Não é qualquer grupo social em condições de usar a força - como os narcotraficantes, por exemplo - que exerce o poder político.

O poder político conta com a concordância de toda a sociedade para usar a força, para ter o seu monopólio, inclusive com o direito de incriminar e punir todos os atos de violência que não sejam executados por pessoas autorizadas.

Isso se torna mais claro quando se pensa na execução de alguém que cometeu um assassinato, nos países onde há pena de morte. Nesses lugares, o Estado tem o direito de tirar a vida de um cidadão para puni-lo por seu crime - embora esse direito seja cada vez mais questionado pela sociedade e pelos cientistas jurídicos.

Limites do poder político


Além da exclusividade do uso da força, ainda podem ser apontadas como características do poder político: a universalidade, ou seja, a capacidade de tomar decisões que valham para toda a coletividade, no que se refere à distribuição e destinação dos recursos (naturais, humanos e econômicos) no seu território; e a inclusividade, isto é, a possibilidade de intervir em todas as esferas de atividade do grupo e de encaminhar essa atividade ao fim desejado, por meio das leis, ou seja, as normas ou regras destinadas a todo o grupo.

Isso não quer dizer, todavia, que o poder político não tenha limites, mas estes variam de acordo com o tipo de Estado. O Estado socialista, por exemplo, estende seu poder à esfera econômica e planeja como a economia deve caminhar. Já o Estado liberal clássico (capitalista) não aceita a intervenção nessa área, deixando que a economia seja regulada por suas próprias necessidades e características peculiares.

No Estado totalitário, como as ditaduras, o poder político se intromete em qualquer campo da atividade humana. Entre 1922 e 1943, na Itália, a ditadura fascista de Benito Mussolini chegava a dar prêmios a casais que tivessem muitos filhos, pois estavam gerando cidadãos para servir ao Estado.

Objetivo da política

Por fim, é conveniente lembrar que até agora tratou-se dos meios da política. Mas ela também tem um objetivo, uma meta, uma finalidade. Uma finalidade mínima e básica, que é comum a toda e qualquer atividade política: a ordem pública nas relações internas do país e a defesa da integridade nacional nas relações exteriores, de um Estado com os outros Estados.

Esta é a finalidade mínima porque é a condição essencial para a obtenção de todos os demais fins (desenvolvimento econômico, segurança e saúde, educação, etc.) que, generalizando, devem garantir o bem-estar do povo. Até mesmo o partido que subverte a ordem não faz isso como um objetivo final, mas como fator necessário à mudança da ordem existente e a criação de uma nova ordem.

O consultor de negócios e políticas Guilherme Araújo (PRB) Caraguatatuba fez uso da tribuna e solicitou providencias das seguintes situações:



Guardas vidas temporários – Que seja feito um projeto de lei urgente, que seja feito um concurso para estes profissionais que todos esses profissionais seja subordinado a secretaria de defesa civil;
Fiscalização das embarcações da Martin de Sá – Fiscalização, mas rígida a estes profissionais e os serviços prestados aos munícipes e turistas;
Acúmulos de cargos dos professores municipais - Que se já revista essa lei de acumulo municipal;
Iluminação das rotatórias – Que seja colocado poste com iluminação nas rotatórias.

Ao fim do pronunciamento consultor de negócios e políticas Guilherme Araújo agradeceu aos vereadores, aos presentes e convidou os presentes para o evento do dia 03.05.2012 para a entregue do Prêmio Mulher 2011 oferecido pelo Blog do Guilherme Araújo.

Local do evento: Câmara Municipal Estância Balneária de Caraguatatuba
Localizada na Avenida: Frei Pacífico Wagner, 830 - Centro - Caraguatatuba/SP
No dia: 03/05/2012 as 19h00minhs.
Informações: (12) 97989179 - Guilherme AAraújo

Vazou!!!




Esta circulando um comentário que encerrou, mas uma pesquisa com muitas surpresas...

Relação dos 06 (seis) primeiros pré-candidatos a reeleição: Aurimar; Baduca; Neto Bota; Celso Pereira; Vilma e Lobinho

Alguém pode responder!!!
Trata-se de uma pesquisa ou de uma enquete?
Eu gostaria de saber quais os critérios utilizados?
Qual a instituto ou empresas?
Quais os bairros e quantidades de perguntas?
Foi protocolado?

Brincadeira tem hora....

Brincadeira de criança....


O PT de Caraguatatuba na empolgação do EGO e, mas uma vez esta perdendo a chance de conseguir eleger um vereador. 
Após observar os critérios de como são escolhidos os pré-candidatos fica um duvida no ar! 
Será incompetência de quem escolhe? 
Ou será uma panelinha radical? 
A forma de gestão do diretório municipal esta passando dos limites e abuso de poder, será que a regional não esta vendo isso? Esta na hora de mudar e reformular o PT de Caraguatatuba. 
Chegou ao meu conhecimento que alguns dos filiados que votou no Rodolfo não estão satisfeitos com o desempenho do pré-candidato e outros que foram escolhidos nas previas da convenção já falam abertamente que se o Rodolfo for o candidato eles não vão apoiar e podem até não sair candidato. 
Olha que situação em que o PT de Caraguatatuba se enfiou!!!

PRB Caraguatatuba Caminha firme e forte.. Filie-se