O general Marco Edson Gonçalves Dias, da 6a Região Militar, foi afastado do comando da operação militar montada para debelar a greve-motim da PM da Bahia. Foi substituído por determinação do comandante do Exército, general Enzo Martins Peri.
Oficialmente, o Exército nega a troca. Porém, foi deslocado para a Bahia outro general: Odilson Sampaio Benzi, comandante militar do Nordeste. É ele quem está no comando agora. Deve-se a providência a uma cena protagonizada por Gonçalves Dias na última terça (8).
Deu-se defronte da Assembléia Legislativa baiana, ocupada por grevistas, alguns deles com ordem de prisão decretada pela Justiça. Dirigindo-se a um grupo de PMs, Gonçalves Dias disse coisas assim: “…Não vai ter combate, não vai ter invasão, não vai ter nada.”
O general fazia aniversário. Diante das câmeras, permitiu-se receber um bolo dos grevistas. Abraçou-se com um deles. Emocionado, chorou. As imagens atearam nos superiores do general dúvidas quanto à sua capacidade de comando. E quando se começa a duvidar da autoridade de um general é porque já não há a menor dúvida.
Sob Lula, Gonçalves Dias chefiou a equipe que fazia a segurança do presidente da República. Algo que não impediu Dilma Rousseff de associar-se à onda de irritação que a confraternização da Bahia produziu em Brasília.
Vivo, o poeta Gonçalves Dias talvez recomendasse ao general Gonçalves Dias a leitura de um de seus poemas. Diz o seguinte:
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar!