São Paulo - Para aumentar o fluxo de freqüentadores dentro de malls (shoppings), e conseqüente o faturamento dos lojistas, as administradoras de centros de compras começam a investir mais em áreas de serviços como academias, laboratórios, padarias, sapatarias, pet shops, complexos bancário e médicos. Empresas como a General Shopping Brasil (GSB), BR Malls e Shopping Interlagos já passam a reservar até 40% da área bruta locável (ABL) dos empreendimentos aos serviços.
A General Shopping Brasil, por exemplo, que tem malls como o Light e o Top Center, no centro de São Paulo, tem cerca de 30% da ABL total dos locais com lojas destinadas a serviços. Segundo o diretor de Marketing e Varejo da GSB, Alexandre Dias, a tendência é que este número cresça cada vez mais. "O mínimo hoje para nós é de 10%, pois percebemos que estes serviços atraem mais pessoas com uma freqüência quase que diária para nossos shoppings, o que conseqüentemente aumenta nosso faturamento", enfatiza. Ele cita o exemplo do Internacional Shopping Guarulhos que possui lotérica, bancos, cyber office, costura e sapataria, clínica de podologia, bordados, chaveiro, relojoaria, banca de jornal, massagem, clínica odontológica, lava rápido e posto de atendimento da Polícia Federal.
Os planos da GSB para esta realidade não param por aí. Em 2012 será inaugurada a Sulacap, na zona oeste do Rio de Janeiro que terá cerca de 10% dos 30 mm² de ABL para serviços. No interior de São Paulo a administradora planeja a abertura do Parque Shopping Barueri - que será inaugurado em novembro de 2011 e terá 37 m² de ABL, onde cerca de 5% será destinado a serviços. Atualmente cerca de 70% de Área Bruta Locáve está contratada.
"O Parque Shopping Barueri terá como principais diferenciais a localização, mix variado de lojas, âncoras e uma completa infraestrutura de serviços e lazer”, destaca Dias.
Complexo
Na capital paulista, o Shopping Interlagos montou não apenas um mall na Avenida Interlagos mas um complexo que mais parece um mini cidade, com cerca 145 m² - em média 40 m² voltados para serviços. O local oferece um complexo bancário com agências do Itaú e Banco do Brasil e caixas eletrônicos de todos os bancos, Carrefour, Makro, Leroy Merlin, Hotel Ibis, Academia Bio Ritmo, Interlar (mall com lojas de móveis), laboratório Lavoisier, Centro Médico Sesmet.
Para este ano já há estudo da ampliação, sendo que em média três milhões de pessoas circulam no local mensalmente. Segundo a superintendente do empreendimento, que está presente na avenida há 23 anos, Karla Bordon Gomes, o intuito não é que os freqüentadores consigam resolver tudo o que é necessário em um único lugar. "Queremos atender o cliente em todas as necessidades que ele tem, tanto que, serviços como a academia tem um horário diferenciado do shopping e começa a funcionar seis da manhã", explica.
Para os fãs de animais, o local ainda a loja Cobasi que possui farmácia, veterinário e banho e tosa para todos os tipos de animais de estimação e ainda serviço de jardinagem e produtos de piscina para quem precisa.
Alto padrão
O Shopping Granja Viana, do grupo BR Malls, inaugurado em novembro passado, possui dois andares e 14 lojas voltadas a serviços, como lotéricas e costura, e outros. O empreendimento recebeu R$ 175 milhões e está localizado no Km 23,5 da Rodovia Raposo Tavares. O centro de compras possui 139 lojas e uma novidade para o consumidor será o atendimento - até a meia-noite, todos os dias.
Para o Gestor de atendimento nos shoppings do Rio de Janeiro da BR Malls, Marco Martins, hoje não se pode mais construir um centro de compras sem pensar em posicionar estrategicamente os serviços necessários para que as pessoas criem o hábito de ir até o local. “Hoje isso é uma tendência que será seguida por nós, tanto que, no Rio de Janeiro temos o Norte Shopping com um corredor com serviços como massagens, clínicas e sapatarias para o nosso público. Tanto que este ano ainda vamos revitalizar o local para aumentar este espaço", explica Martins. Para 2011, a empresa também planeja a reforma do Ilha Plaza e Fashion Mall- localizados na cidade carioca.
Outro que confirma a tendência é o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luis Augusto Ildefonso da Silva. Para ele, além de rentável estes serviços ocupam menos espaços que uma loja convencional. “Hoje a maioria dos serviços embutidos em shoppings ocupam no máximo 60 m² enquanto um ponto de venda de departamento ocupa até 100m²", disse. Ele ainda afirma que os empreendimentos que começam ser construídos agora têm isso agregado no projeto assim como o cinema e lojas de roupas.