A esposa do motorista José Maria de Araújo, de 55 anos, que dirigia o ônibus que bateu contra uma das muretas da passarela 7 da Avenida Brasil, em Bonsucesso, na madrugada deste domingo, disse que a família pretende processar a empresa de ônibus Caravele, responsável pela linha Central-Sargento Roncalli. A atitude será tomada porque o motorista, que teve uma perna amputada e a outra fraturada, além do fêmur deslocado, teria dito aos funcionários do hospital que a barra de direção do veículo quebrou e que, por isso, aconteceu o acidente.
- Não consegui falar com o meu marido, mas a enfermeira conversou com ele, que disse que o acidente foi causado por um defeito na barra de direção. Ele já estava reclamando dos carros da empresa há algum tempo. Semana passada, ele estava com dores nos ombros por causa da direção de um dos veículos que estava muito dura. Nós vamos entrar na justiça contra a empresa, isso não pode ficar assim, como ele vai trabalhar agora? - indaga a esposa do motorista, Rosilene Aparecida Cabral.
Aposentado, José Maria trabalha há quatro anos na Caravele e, segundo a família, o motorista dormiu o dia inteiro antes de ir trabalhar, às 22h30 do último sábado. Ele é o responsável por sustentar a casa.
- É ele quem paga todas as nossas contas, vivemos de aluguel e ainda criamos um neto de dois anos. Agora, não sei como vai ser. Como ele vai trabalhar assim? Estou desorientada - desabafa Rosilene.
José Maria teve a perna direita amputada pelos bombeiros no próprio local do acidente, para que ele pudesse ser retirado das ferragens. A outra perna foi fraturada. Levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, o motorista se preparava no início da tarde deste domingo para uma cirurgia de recolocação do fêmur. O estado de José Maria é considerado grave, já que ele perdeu muito sangue, no entanto, sem risco de morte.