O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse nesta quinta-feira, em Brasília, que apesar das ameaças planeja voltar para a Venezuela até a próxima segunda-feira e que não tem medo de manter a resistência em seu país.
Em uma entrevista no Palácio do Planalto, Guaidó afirmou ainda saber que qualquer processo de transição precisa dar garantias a setores do governo de Nicolás Maduro para garantir a estabilidade.
"Não podemos viver com ressentimentos", afirmou, acrescentando, no entanto, que a perseguição promovida pelo atual regime a opositores "deixa cicatrizes".
Maduro ameaçou Guaidó de prisão caso o líder da oposição retorne à Venezuela. Ainda assim, Guaidó afirmou em Brasília que irá na sexta-feira a Assunção e retornará a Caracas até segunda-feira.
"Recebi ameaças pessoais e familiares e também de prisão. Mas isso não vai evitar minha volta à Venezuela", garantiu.
Guaidó foi recebido no Planalto pelo presidente Jair Bolsonaro com o mesmo tratamento reservado a presidentes eleitos, com direito a tapete vermelho e guarda presidencial, mas sem entrada pela rampa principal do palácio.
O encontro durou cerca de 40 minutos e Bolsonaro ainda acompanhou Guaidó em uma declaração à imprensa que não estava prevista inicialmente, em um gesto de apoio maior do que o previsto. Na quarta-feira, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que haveria apenas um "visita pessoal", e a recepção oficial a Guaidó seria no Itamaraty.
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