O presidente Jair Bolsonaro se reúne nesta quinta-feira, 28, com o autoproclamado presidente interino e líder da oposição da Venezuela, Juan Guaidó.
O venezuelano chegou ao Palácio do Planalto às 13h50, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e passou pelo tapete vermelho estendido em uma das portarias laterais do edifício principal. Os Dragões da Independência fizeram as honras na entrada.
Apesar de o Brasil reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, o encontro não é considerado uma visita de Estado e acontece no gabinete de Bolsonaro.
Após o encontro com o presidente, o opositor de Nicolás Maduro participará de uma coletiva de imprensa por volta das 14h30. O também presidente da Assembleia Nacional da Venezuela ainda deve se encontrar com o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Mais cedo, também pelo Twitter, o ministro Ernesto Araújo disse que a diplomacia brasileira continua com seu “apoio irreversível e incondicional à libertação” do país vizinho.
Guaidó chegou esta madrugada em Brasília em um voo da Força Aérea da Colômbia. O venezuelano já se reuniu com diplomatas dos países da União Europeia (UE), na representação do bloco em Brasília, a Casa da União Europeia, pela manhã
“Em nosso encontro com os embaixadores dos países da União Europeia, continuamos a fortalecer as relações com nações que reconheceram nossos esforços para recuperar a democracia na Venezuela e obter eleições livres”, escreveu no Twitter. “Apreciamos o forte apoio internacional dado à nossa rota e apoio à ajuda humanitária. É hora de avançar para conseguir a cessação da usurpação que porá fim à crise na Venezuela, recuperará nosso país e estabilizará a região”, completou.
Guaidó ambém participou de almoço na residência de embaixador do Canadá, em Brasília. Sua equipe agora estuda a possibilidade de uma visita a Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela.
O jovem líder opositor deve deixar o Brasil na sexta-feira, 1, mas ainda não há informações sobre qual será o seu próximo destino.
Muito se discute se Guaidó conseguirá retornar ao seu país, já que Maduro ordenou o fechamento das fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil. Além disso, o chavista já afirmou que seu opositor responderá na Justiça assim que chegar em Caracas.
Guaidó é investigado pelo procurador-geral chavista Tarek William Saab por suas ações contra “a paz, a economia e o patrimônio” da Venezuela. Como parte do processo, ele foi submetido a medidas cautelares, entre elas a proibição de deixar o país.
“Ele não pode simplesmente ir e vir. Ele terá que enfrentar a Justiça e a Justiça o proibiu de deixar o país”, afirmou Maduro na segunda.
O presidente interino, contudo, garante que “em breve” retornará para seu país com o objetivo de “exercer” funções na Câmara e como chefe de Estado.
Os países que não reconhecem o presidente Nicolás Maduro alegam que sua releição foi fraudulenta. Diante desse cenário, Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, se autoproclamou em 23 de janeiro como governante interino.
Os Estados Unidos submeterão a votação no Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira um projeto de resolução que exige eleições presidenciais na Venezuela e entrada “sem exigências” da ajuda humanitária com alimentos e remédios.
Contudo, o chanceler chavista Jorge Arreaza pediu nesta quarta-feira uma reunião entre Maduro e Donald Trump, mas o vice-presidente americano, Mike Pence, rechaçou essa possibilidade.
“A única coisa para ser discutida com Maduro neste momento é a hora e a data de sua saída”, escreveu no Twitter Pence, acrescentando a hashtag em espanhol #VenezuelaLibre”.
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