Quatro policiais civis do Rio de Janeiro acusados de extorsão são alvos de uma ação do Ministério Público estadual na manhã desta quinta-feira, 28. Na terceira fase da operação Quarto Elemento são cumpridos mandados de busca e apreensão e ordens de prisão preventiva (sem prazo) contra Ricardo da Costa Canavarro, Helio Ferreira Machado, Thiago Bacelo Pereira e Flavio Pacca Castello Branco. A Corregedoria da Polícia Civil também atua no cumprimento das ordens judiciais.
Candidato a deputado federal em 2018, Flávio Pacca é conselheiro do governador Wilson Witzel (PSC) na área de segurança pública e foi homenageado em 2005 pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro, hoje senador pelo PSL, com uma moção de louvor e congratulações por sua atuação em uma operação contra o tráfico de drogas na favela da Rocinha. De acordo com o MP, sua ordem de prisão já foi cumprida.
Segundo o Ministério Público, os quatro policiais civis participaram da extorsão no dia 5 de julho de 2017, dentro de uma delegacia policial em Nova Iguaçu, de duas pessoas flagradas por furto de energia. Segundo a denúncia, os policiais exigiram o pagamento de 10.000 reais em duas parcelas para liberá-las — apenas a primeira parte do acordo foi paga.
“No lugar das devidas medidas legais, os referidos policiais mantiveram as duas vítimas no interior da delegacia por cerca de uma hora, sofrendo pressões psicológicas, sem que qualquer formalização da presença das mesmas na distrital fosse adotada”, afirma o MP.
A denúncia aponta ainda que Canavarro, que foi preso em outra operação, estava de licença médica na época dos fatos denunciados e sequer era lotado naquela delegacia policial. Segundo o MP, ele desejou “boa sorte” aos alvos da extorsão ao deixá-los na delegacia.
A promotoria também relata que as vítimas foram deixadas dentro de uma sala com Flávio Pacca e Helio Machado, que deixaram o local antes de entrar uma quinta pessoa, cuja identidade não foi divulgada na denúncia e que “passou a pressionar e ameaçar os ofendidos, dizendo que eles deveriam perder um dinheiro para os policiais e que era melhor que o fizessem logo, pois se o delegado chegasse as coisas poderiam piorar”.
Somadas, as duas fases iniciais da Operação Quarto Elemento denunciaram 48 pessoas, entre delegados, policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários e informantes, pela prática de crimes como organização criminosa, corrupção, usurpação de função pública, concussão e peculato, além de extorsão.
Mais de quatro dezenas dos denunciados tiveram suas prisões preventivas decretadas, quando as denúncias foram oferecidas à Justiça.
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