GENEBRA - A Federação Internacional da Cruz Vermelha deu o prazo de um ano para que a Cruz Vermelha Brasileira coloque suas contas em dia, reforme a entidade e dê uma resposta ao escândalo de corrupção que afeta a entidade. Em um encontro a portas fechadas em Genebra, na semana passada, o comitê de auditoria da entidade estabeleceu o ultimato, alertando que mudanças “drásticas” terão de ocorrer até novembro de 2015.
Há um mês, o Estado revelou que a entidade no Brasil corre o risco de ser suspensa. Segundo Matthias Schmale, subsecretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha, uma “chance” está sendo dada aos representantes brasileiros da instituição para que provem que estão dispostos a lutar contra a corrupção da administração que os precedeu. Se nos próximos meses nada for feito para remediar a situação, a instituição com sede em Genebra já fala em suspensão, algo que só esteve perto de acontecer com a África do Sul.
Entre os pontos da reforma está um reforço dos mecanismos de controle das contas, auditorias internas e uma melhor relação entre a sede em Genebra e a seção brasileira. “Precisamos restaurar as fundações da entidade”, explicou o porta-voz, Pierre Kremer.
Outro lado. A Cruz Vermelha Brasileira afirmou que a entidade “contesta veementemente” que a federação internacional tenha em algum momento cogitado a desfiliação e tem uma carta da entidade assegurando essa situação. Segundo a entidade, a desfiliação é uma punição prevista nas normas que regem a Cruz Vermelha, mas essa hipótese nunca foi discutida. A Cruz Vermelha Brasileira disse que todas as medidas foram tomadas pela atual direção para sanar os problemas identificados, até mesmo com a realização de uma auditoria. / COLABOROU FÁBIO GRELLET
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