Vídeo mostra Amarildo sendo levado por viatura da UPP antes de desaparecer. Ajudante de pedreiro não ofereceu resistência
Uma câmera de monitoramento localizada em frente ao posto da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, flagrou a última aparição do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido há quase um mês. No vídeo, obtido pelo programa Bom Dia Rio, da Rede Globo, Amarildo aparece junto com a mulher, Elizabete Gomes, entrando em um carro da UPP da comunidade. (vídeo no final da matéria)
Amarildo mora há mais ou menos 400 metros do local de onde as imagens foram registradas. Ele ficou na base da UPP por cerca de 15 minutos e foi levado por uma viatura da PM para averiguação. Os policiais suspeitavam que Amarildo poderia ser um suposto traficante de drogas conhecido na região.
No entanto, ao checar seus documentos, que incluía registros profissionais na carteira, a própria polícia descartou a hipótese de que ele era o traficante procurado. Essa versão vai ao encontro da mesma apresentada pelos moradores da Rocinha, desde o início da investigação do caso.
O vídeo mostra que não houve resistência alguma de Amarildo durante a prisão. A polícia vai investigar as imagens.
Prisão de Elisabete
O delegado Orlando Zaccone, atual titular da 15º DP (Gávea), questionou a conclusão do delegado-assistente, Ruchester Marreiros, de que a residência de Amarildo servia para guardar drogas e também para a fuga de traficantes. Ruchester chegou a pedir a prisão da esposa de Amarildo, Elizabete, acusando-a de envolvimento com o tráfico de drogas. No entanto, a promotora do caso, Marisa Paiva, desconsiderou o pedido.
Ruchester concluiu que o pedreiro era um dos responsáveis por assessorar o tráfico de drogas, junto com sua mulher. Num vídeo mostrado pelo delegado, uma testemunha que teria sido torturada por traficantes se refere a uma “Bete”. Para o investigador, uma referência clara a Elizabete, esposa de Amarildo.
Já Zaccone acha precipitado concluir que Bete seja a esposa de Amarildo, pois não havia elementos capazes comprovar que a Bete citada num termo de declaração de um policial era a mulher de Amarildo.
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