O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que respeita a decisão da Casa, que na noite desta quarta-feira, 28, livrou da cassação o deputado Natan Donadon (sem partido-RO). Alves afirmou que a decisão de declarar vago o cargo de Donadon e convocar o suplente, Amir Lando (PMDB-RO), não permite que o deputado preso exerça o mandato "em hipótese alguma". Se for solto, entretanto, Donadon assume imediatamente o cargo.
Alves, no entanto, não soube explicar como ficaria a situação se Donadon conseguisse a redução de pena e fosse para o regime semiaberto. "Vamos aguardar se ele vai recorrer da decisão, não sei. Não estou preocupado com isso", respondeu. "Cada dia com a sua agonia. Hoje já foi uma agonia muito grande", emendou. Na saída da sessão, Alves disse que não tinha o que explicar para a população e que apenas cumpriu a Constituição. O presidente da Câmara declarou que Donadon continuará sem receber o salário porque não está exercendo o mandato e que a família do deputado não poderá seguir ocupando o apartamento funcional.
Na noite de quarta, Marco Antonio, sobrinho de Donadon, revelou que a família continua no imóvel e que não tem previsão de quando vão sair, embora o prazo dado pela Câmara já tenha acabado. Ao término da votação, a sessão se transformou em encontro para lamentação. Os deputados que ainda permaneciam no plenário se diziam indignados, perplexos e ressaltaram a desmoralização da Casa diante à opinião pública. "Essa legislatura ficará com essa marca suja, vergonhosa", declarou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). O parlamentar disse que a manutenção do mandato dará "moral" para Donadon tentar a redução da pena junto à Justiça. "Agora tem de se abrir o voto para tudo", defendeu Anthony Garotinho (RJ), líder do PR.
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