A ONG Olho Vivo e o Sindicato dos Aposentados de Caraguatatuba, encaminhou um ofício ao Senador Suplicy que se comprometeu a solicitar a intervenção da fiscalização do SUS para por ordem na casa. O fato que chama a atenção é a prefeitura ingressar na justiça com um pedido de liminar para intervir no hospital que ela mesma desativou por asfixia financeira, se o prefeito pode intervir por decreto dele mesmo. Não precisa de autorização judicial para realizar o que tem poderes para fazer sozinho. Os advogados do Hospital estão tentando junto ao Tribunal de Justiça impedir a intervenção já que o Juiz local pode estar sendo induzido a ingressar numa área que é de responsabilidade única do prefeito, e autorizar uma ação que pode terminar em fatalidade. Secretários do Município disseram à imprensa que o corpo de funcionários do hospital será dissolvido caso haja a intervenção. A pergunta é quem vai pagar as indenizações trabalhistas? E se os médicos que não são empregados, mas contratados como autônomos resolverem não aceitar a nova realidade e resolverem sair do corpo clínico do hospital?
Outra questão que vem à tona é a falta de médicos no Brasil, que tem sido objeto de discussão nacional e até internacional. Será que prefeitura de Caraguá vai conseguir o milagre de encontrar médicos?
O mais importante é o seguinte: A UPA do prefeito é administrada por terceirização pelo grupo Bandeirante de Saúde que já administra o Ambulatório de Especialidades Médicas, na cidade, que não funciona a contento. Administra a UPA do Prefeito que está um caos. Como é que vai administrar um complexo hospitalar se não deu certo na UPA e no AME?
A temeridade é que as ações estejam sendo orientadas politicamente em direção a grupos apadrinhados em detrimento do interesse da população. O hospital podia ter defeitos e de fato tinha, mas nunca poderia ser desativado se não havia nada melhor para por no lugar.
O que está acontecendo em Caraguá é uma temeridade em matéria de gestão pública. Será bom que as inteligências sejam iluminadas para que a saída seja favorável ao povo que está pagando e imposto e não está recebendo serviços satisfatórios.
Por João Lucio
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