SÃO
PAULO (SP) - Em um debate organizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas
da Santa Ifigênia, nesta semana, o pré-candidato à Prefeitura de São
Paulo Celso Russomanno (PRB) assumiu o compromisso de "zerar" o projeto
Nova Luz, que irá desapropriar moradores e lojistas da região, e começar
a discutir um outro projeto para o bairro "com todos os interessados".
O ex-deputado afirmou que jamais fará alguma coisa, no Executivo ou em
qualquer outro cargo que exerça, que vá contra a vontade de sociedade.
“Podem ter certeza de que vamos começar do zero. Vamos ouvir a
comunidade para melhorar a vida de todos aqueles afetados pelo projeto”,
afirmou.
O projeto Nova Luz prevê a revitalização de 45 quarteirões do centro de
São Paulo por meio de concessão de obras à iniciativa privada. Lojistas
e moradores da região reclamam da proposta, que os desapropriará sem
oferecer contrapartida que os satisfaça. Instalados há anos no local,
tradicional centro de comércio da capital, eles não querem buscar novos
pontos para seus empreendimentos.
Já sancionado e transformado em lei pelo prefeito Gilberto Kassab
(PSD), o projeto só não está em vigor por conta da Justiça. No último
dia 8 de junho, ele foi suspenso. Já é a terceira vez que isso acontece
nos últimos 14 meses. Nas outras vezes, o Executivo Municipal recorreu e
continuou tocando o projeto.
A Prefeitura é criticada por não permitir a participação popular na
elaboração do projeto – essa é a principal reclamação dos lojistas.
Ao conceder liminar que barrou o andamento do projeto, a juíza
Alexandra Fuchs de Araújo, da 7ª Vara da Fazenda Pública atendeu a
pedido da Defensoria Pública, que levava reivindicações dos movimentos
em defesa dos bairros da Luz e Santa Ifigênia, reclamando da falta de
diálogo na elaboração do projeto.
Caso descumpra a determinação, a Prefeitura terá de pagar multa diária
de R$ 50 mil. A administração pública já entrou com recurso. Em sua
decisão, a juíza disse que o governo criou um "paredão", impedindo a
população de opinar sobre o projeto. A empresa que vencer a licitação da
Nova Luz terá 15 anos para executar as obras de reurbanização da
região.
O fato de o projeto já ter força de lei não preocupa Russomanno.
“Revogar lei é a coisa mais fácil que tem. Após 16 anos de Parlamento,
se tem uma coisa que eu sei fazer bem é construir uma lei. Com certeza
iremos rever esse projeto”, disse
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