Rio
de Janeiro (RJ) - O ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), comandou
na terça-feira (19) o seminário “A Pesca e a Aquicultura Rumo ao
Desenvolvimento Sustentável”, no Parque dos Atletas, na zona oeste, um
dos locais utilizados como base da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas
sobre o Desenvolvimento Sustentável). Durante o evento, que contou com a
participação de membros do Ministério da Pesca da Noruega e
especialistas brasileiros, foram debatidos temas que possam tornar essas
práticas sustentáveis.
Responsável pela abertura e encerramento do seminário, Crivella
considerou positivo o saldo das apresentações e discussões colocadas em
pauta. Segundo o ministro, o Brasil precisa valorizar mais o potencial
de produção do pescado.
“A pesca e o cultivo de peixes têm muito mais vantagens em termos
econômicos, em termos de sustentabilidade, de preservação do meio
ambiente e de distribuição de renda. É vantajoso investir no peixe, que é
uma proteína mais nobre em relação ao frango, ao porco, à carne de boi.
Estes outros produtos poluem mais, exigem financiamento do governo,
seguro na produção. A produção acaba custando mais à sociedade, enquanto
poderíamos produzir a mesma quantidade de proteína com os peixes. O
Brasil precisa acordar para o seu imenso potencial de produção de
pescado”, disse.
Atualmente, a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação) estima que sejam produzidas cerca de 90 milhões de
toneladas de pescado ao ano, e alerta que o máximo suportado pelo mundo
gira em torno de 105 milhões de toneladas. Os cálculos apontam para o
índice de que apenas 15% dos estoques espalhados pelo planeta têm
capacidade de crescer.
Diante da iminência de saturação, Marcelo Crivella chama a atenção para
uma prática adotada no Brasil desde o início dos anos 1990.
“Desde 1991, o Brasil tem a lei do defeso, que protege as espécies pelo
período da sua desova, e também tem a defesa das bacias hidrográficas,
algumas lagoas. Assim, conseguimos manter nossos estoques. Por exemplo, a
lagosta no Ceará: do mês de junho até 1º de dezembro, pode pescar. Nos
outros seis meses o pescador recebe um salário mínimo para não pescar
lagosta. E isso acontece com outras espécies. Dessa maneira procuramos
manter os nossos estoques”, declarou Crivella.
Embora apoie a prática empregada há cerca de duas décadas, o ministro
quer mais. Segundo ele, há a necessidade de maior investimento e
exploração da técnica da aquicultura.
“Não adianta só manter estoque, pois a população cresce. Desta maneira,
a aquicultura torna-se muito importante. Tem de fazer o peixe no
cultivo, nas fazendas, nas nossas empresas, hidrelétricas, barragens.
Nesses lugares que temos de fazer a multiplicação do peixe”, afirma.
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