O número de casos de dengue notificados na cidade do Rio de Janeiro até 4 de fevereiro é 58% maior que o registrado no mesmo período de 2011. Neste ano houve 2.625 notificações e em 2011, 1.658. Os números correspondem a mais da metade dos casos do Estado – são 4.681. A dengue 4 já foi identificado em mais um município. Além de Rio e Niterói, o subtipo foi isolado em amostras colhidas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
“Os dados corroboram a expectativa de que essa pode ser uma epidemia ainda maior que as de 2002 e 2008”, afirmou o superintendente em Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Garcia. Ainda não houve mortes.
A expectativa da nova epidemia tem levado os órgãos públicos a tomar medidas para minimizar o efeito da explosão de casos – nem todas são aprovadas por especialistas. Um exemplo foi a distribuição de 40 carros de fumacê pelo governo estadual para municípios do interior.
“As ações de combate à dengue têm sido repetidas nos últimos 25 anos. O foco é sempre a formaaladadomosquitoeas larvas. Mas o Aedesaegypti é domiciliar e as pessoas fecham as janelas quando o fumacê passa”, afirmou o professor do departamento de virologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maulori Cabral, coordenador do Disque Dengue. “O agente também coloca veneno nos potes com água. Mas a larva vira pupa e a pupa não vai ingerir o veneno.”
Cabral vê com bons olhos o repasse de verba anunciado em janeiro pelo governo federal para 1.159 cidades com projetos de combate à doença. Também elogiou a campanha Dez Minutos contra a Dengue, que incentiva o engajamento da população. “A ideia é brilhante. É preciso ter uma mudança de atitude.”
Casa abandonada. Ontem, a prefeitura entrou compulsoriamente no 25.º imóvel abandonado. O ingresso dos agentes municipais é permitido desde o ano passado por um decreto do prefeito Eduardo Paes(PMDB),desde que o proprietário seja notificado. Em 80% dos casos, os donos procuraram a prefeitura para evitar a entrada compulsória.
O prefeito anunciou, na semana passada, que negociaria com hospitais particulares para que as unidades ofereçam melhor tratamento de dengue.
O clínico-geral Luiz Fernando Correia, chefe da emergência do Hospital Samaritano, disse que o treinamento de médicos da rede particular começou em 2011. “Os profissionais foram treinados para aplicar o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. O segredo é ter na rede privada o mesmo tipo de abordagem, com diagnóstico rápido e hidratação, que a rede pública.”
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