No primeiro desfile de 7 de setembro sob comando da primeira mulher a chegar à Presidência da República, Dilma Rousseff, foram notadas duas diferenças em relação aos últimos anos. A primeira mudança saltava aos olhos: o palanque presidencial reuniu quase todo o ministério do governo Dilma.
A segunda alteração foi a ausência do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), que foi passar o feriado em Natal. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), também marcou presença.
Os ministros ficaram na cidade para prestigiar o primeiro 7 de setembro da primeira mulher presidente. Ao todo, com meia hora de desfile, estavam no palanque pelo menos 32 ministros - o governo tem hoje 38 autoridades com status ministerial.
No palanque, os ministros das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, e da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, ficaram mais próximos da presidenta por serem os dois ministérios mais antigos.
Calor e emoção
O tempo quente e seco não afastou os brasilienses da Esplanada dos Ministério. Milhares de pessoas acompanharam o desfile, que começou às 9h. Quem chegou cedo conseguiu um lugar nas arquibancadas cobertas. Os que não conseguiram apostaram nas sombrinhas ou disputaram espaços embaixo da árvores. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a umidade do ar na capital pode chegar a 15%, nas horas mais quentes do dia, quando a temperatura deve alcançar os 30 graus Celsius.
No entanto, nem todos queriam ficar na aglomeração para assistir à parada. É o caso da professora aposentada Francisca Lopes de Araújo, 55 anos. A maranhense que mora em Brasília preferiu acompanhar o desfile pelo telão instalado no gramado central da Esplanada. Ela participa das comemorações da Independência todos os anos e ainda se emociona. “Quando somos pequenos, somos obrigados a aprender os hinos. Mas, quando chego aqui, entendo o significado desses hinos e me emociono muito.”
Este ano, o Exército Brasileiro participou do desfile de 7 de Setembro com veículos militares e tropas de diversas organizações militares, entre elas os tradicionais Dragões da Independência; o Batalhão da Guarda Presidencial; e o Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, com a apresentação da premiada pirâmide humana.
O militar reformado Pedro Martins, 60 anos, desfilou durante a juventude. Para ele, a parada militar é importante porque resgata o espírito cívico. “Ainda me emociono. Sempre venho com minha esposa; meus filhos não gostam tanto.”
Porém, nem todos foram apenas para acompanhar o desfile militar. O estudante Key Carvalho, 31 anos, foi participar da Marcha Nacional contra a Corrupção. “Já desfilei como militar, mas, hoje, vim com o intuito de participar da marcha. Temos de protestar contra essa corrupção.”
A expectativa é que mais de 20 mil pessoas participem com roupas pretas e faixas pedindo o fim da corrupção no País. O grupo sairá em caminhada do Museu Nacional de Brasília em direção ao Congresso Nacional. Outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, também organizam marchas semelhantes.
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