O Partido Verde (PV) levará para votação no próximo domingo, em São Paulo, as três possibilidades para a sua atuação no segundo turno da eleição presidencial: apoiar Dilma Rousseff (PT), apoiar José Serra (PSDB), ou ficar neutro. Após quase seis horas de reunião entre a Executiva Nacional do Partido, hoje, em Brasília, o consenso foi de que todas as opiniões serão contempladas. 'O partido assegura o direito da minoria de manifestar sua posição caso não haja unanimidade', resumiu a senadora Marina Silva.
O deputado federal Fernando Gabeira (RJ) explicou que, independentemente da posição oficial a ser adotada pelo partido, os correligionários poderão apoiar quem quiser, contanto que preservem o símbolo do PV. 'A decisão de hoje foi: tudo será feito em paz', disse. Dos 57 membros da Executiva, 53 participaram da reunião de hoje.
Para a reunião plenária de domingo, o partido ampliou o número de pessoas com direito a voto. Entre apoiadores da campanha de Marina e dirigentes do partido, 156 pessoas terão direito a voz e voto, incluindo o candidato a vice, Guilherme Leal, pessoas do Movimento Marina Silva e lideranças religiosas que participaram da campanha. A reunião será às 10 horas, no Espaço Crisantempo, em São Paulo.
Marina Silva conquistou quase 20% dos votos válidos no primeiro turno das eleições, e pode ser a fiel da balança no segundo turno. Em conversa com jornalistas, no fim da tarde de hoje, Marina não quis dar pistas sobre sua posição pessoal e disse apenas que a decisão do partido será 'programática'. Ao comentar pesquisa interna do PV, na qual a maioria indicou preferência em apoiar José Serra, Marina se limitou a dizer que 'consultas informais estão em cada canto, em cada esquina, em cada rua'.
Debate
Marina Silva se disse 'frustrada' por não ter visto, no debate entre Dilma e Serra, no último domingo, na Band, alguma discussão sobre as propostas de sustentabilidade defendidas por ela. 'Lamentavelmente, eu devo dizer com certa frustração, não vi essa referência a essa contribuição sobre a sustentabilidade que colocamos aqui como prioritários', disse.
Ela confirmou que as campanhas petistas e tucanas a procuraram para estabelecer diálogo com o núcleo da campanha verde. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também mandou recado a Marina, por meio de amigos em comum, de que gostaria também de conversar com ela sobre o apoio do PV no segundo turno.
A senadora Marina também comentou o debate sobre o aborto travado nas últimas semanas entre Dilma Rousseff e José Serra. 'É a primeira vez que vejo os temas comportamentais assumindo força tão grande em uma campanha eleitoral', disse, ao lembrar que, no início da campanha, ela chegou a ser taxada de 'conservadora' na internet ao defender posições contrárias ao aborto. 'Eu sempre tratei essas questões com muita coerência e responsabilidade', disse. 'Fui transparente com o eleitor, e espero que este tema seja tratado de forma responsável', completou. Segundo Marina, a militância dela será orientada a não partir para 'ataques pessoais' durante o debate sobre o assunto. 'O debate no Brasil é importante, mas no mérito e não com rótulos'.
Aliados
Candidato derrotado ao governo do Rio, Gabeira declarou apoio a Serra, mas só definirá a forma como apoiará o candidato tucano após a reunião nacional do PV, no próximo domingo. 'É importante para o partido não marchar de forma divergente da candidata, é importante o partido e a Marina terem a mesma posição', afirmou Gabeira.
Os diretórios do Rio, São Paulo e Minas Gerais, os maiores colégios eleitorais do País, apoiam Serra. Marina Silva e o vice, Guilherme Leal, porém, estão mais propensos a manter a neutralidade.
Antes da reunião de hoje, líderes do partido também se mostraram desencontrados na decisão de quem apoiar no segundo turno. 'No Ceará, a tendência é apoiar Dilma, mas há um apoio significativo pela independência, então a posição depende do PV e da Marina, não podemos ter uma posição desagregadora', afirmou Marcelo Silva, presidente do PV do Ceará.
'No Amazonas, por exemplo, o PV apoia o Serra, mas no Pará apoia a Dilma', completa Rubens Gomes, do Amazonas, filiado ao PV na mesma época que Marina Silva ingressou no partido. Para o coordenador da campanha verde na Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, Denis Soares defendeu que o partido se adapte à decisão de Marina. 'Engana-se quem torce pela divisão do PV. Sonhamos e demoramos muito para contar com Marina, e o partido vai apoiar a posição que Marina tiver'.
O deputado federal Fernando Gabeira (RJ) explicou que, independentemente da posição oficial a ser adotada pelo partido, os correligionários poderão apoiar quem quiser, contanto que preservem o símbolo do PV. 'A decisão de hoje foi: tudo será feito em paz', disse. Dos 57 membros da Executiva, 53 participaram da reunião de hoje.
Para a reunião plenária de domingo, o partido ampliou o número de pessoas com direito a voto. Entre apoiadores da campanha de Marina e dirigentes do partido, 156 pessoas terão direito a voz e voto, incluindo o candidato a vice, Guilherme Leal, pessoas do Movimento Marina Silva e lideranças religiosas que participaram da campanha. A reunião será às 10 horas, no Espaço Crisantempo, em São Paulo.
Marina Silva conquistou quase 20% dos votos válidos no primeiro turno das eleições, e pode ser a fiel da balança no segundo turno. Em conversa com jornalistas, no fim da tarde de hoje, Marina não quis dar pistas sobre sua posição pessoal e disse apenas que a decisão do partido será 'programática'. Ao comentar pesquisa interna do PV, na qual a maioria indicou preferência em apoiar José Serra, Marina se limitou a dizer que 'consultas informais estão em cada canto, em cada esquina, em cada rua'.
Debate
Marina Silva se disse 'frustrada' por não ter visto, no debate entre Dilma e Serra, no último domingo, na Band, alguma discussão sobre as propostas de sustentabilidade defendidas por ela. 'Lamentavelmente, eu devo dizer com certa frustração, não vi essa referência a essa contribuição sobre a sustentabilidade que colocamos aqui como prioritários', disse.
Ela confirmou que as campanhas petistas e tucanas a procuraram para estabelecer diálogo com o núcleo da campanha verde. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também mandou recado a Marina, por meio de amigos em comum, de que gostaria também de conversar com ela sobre o apoio do PV no segundo turno.
A senadora Marina também comentou o debate sobre o aborto travado nas últimas semanas entre Dilma Rousseff e José Serra. 'É a primeira vez que vejo os temas comportamentais assumindo força tão grande em uma campanha eleitoral', disse, ao lembrar que, no início da campanha, ela chegou a ser taxada de 'conservadora' na internet ao defender posições contrárias ao aborto. 'Eu sempre tratei essas questões com muita coerência e responsabilidade', disse. 'Fui transparente com o eleitor, e espero que este tema seja tratado de forma responsável', completou. Segundo Marina, a militância dela será orientada a não partir para 'ataques pessoais' durante o debate sobre o assunto. 'O debate no Brasil é importante, mas no mérito e não com rótulos'.
Aliados
Candidato derrotado ao governo do Rio, Gabeira declarou apoio a Serra, mas só definirá a forma como apoiará o candidato tucano após a reunião nacional do PV, no próximo domingo. 'É importante para o partido não marchar de forma divergente da candidata, é importante o partido e a Marina terem a mesma posição', afirmou Gabeira.
Os diretórios do Rio, São Paulo e Minas Gerais, os maiores colégios eleitorais do País, apoiam Serra. Marina Silva e o vice, Guilherme Leal, porém, estão mais propensos a manter a neutralidade.
Antes da reunião de hoje, líderes do partido também se mostraram desencontrados na decisão de quem apoiar no segundo turno. 'No Ceará, a tendência é apoiar Dilma, mas há um apoio significativo pela independência, então a posição depende do PV e da Marina, não podemos ter uma posição desagregadora', afirmou Marcelo Silva, presidente do PV do Ceará.
'No Amazonas, por exemplo, o PV apoia o Serra, mas no Pará apoia a Dilma', completa Rubens Gomes, do Amazonas, filiado ao PV na mesma época que Marina Silva ingressou no partido. Para o coordenador da campanha verde na Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, Denis Soares defendeu que o partido se adapte à decisão de Marina. 'Engana-se quem torce pela divisão do PV. Sonhamos e demoramos muito para contar com Marina, e o partido vai apoiar a posição que Marina tiver'.
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