GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sábado, 23 de abril de 2011

Os soldados de Jorge: Eles zelam pelo santuário do Santo Guerreiro em Quintino e, hoje, rendem homenagens ao cavaleiro



Leandro Ferreira é o zelador do santuário.

Roma, ano 303. Alçado a um dos maiores postos da hierarquia militar, o cristão Jorge da Capadócia é decapitado por ordem do imperador Diocleciano. Morre aos 23 anos, no dia 23 de abril, por professar sua fé cristã. Rio de Janeiro, 2011. Em Quintino, no Campo de Santana, em Santa Cruz ou Caxias, não importa... A devoção ao Santo Guerreiro transforma todo o estado num campo de batalha sagrado. Dezessete séculos depois do martírio, o cavaleiro da Capadócia inspira um exército que só cresce. São os soldados de Jorge.

O bar Alijoense de Quintino é um dos quartéis-generais do santo no bairro. Na frente do boteco, na Rua Bernardo Guimarães, um santuário foi erguido. Flores bem-cuidadas, uma imagem de São Jorge dentro da redoma de vidro limpíssimo, piso brilhando. O zelador desse recanto é o encarregado de vigia Leandro Jorge Ferreira, de 27 anos. Ele honra sua profissão. Interrompe a entrevista para berrar “cuidado” para o motorista do caminhão que ousa encostar pneu na calçada sempre bem varrida. Usa camisa com o emblema “Soldado de Jorge” e organiza, com o grupo de cerca de 40 devotos, todo ano, um evento com fogos e feijoada para comemorar o dia 23.

Quartel-general

— Os vizinhos e amigos vão chegando e a gente vai servindo a feijoada. Para mim, a fé é tudo. É um privilégio manter limpo esse lugar. Varro, boto água benta na pia, molho as plantas. Eu me identifico com ele. Foi guerreiro como nós — bate no peito Leandro.

As ruas de Quintino, hoje, são perfumadas pelas panelas fumegantes de feijão. A cada esquina, uma família festeja. Um dos maiores eventos acontece no Centro Cultural Casa de Jorge, na pracinha do coreto. A panela de 110 litros mostra a magnitude da festa, que chega a atrair sete mil pessoas. A camisa que dá direito ao prato de feijão custa R$ 25. Quem leva três quilos de alimento não perecível ganha um prato.

Sapato branco, tatuagem “Casa de Jorge” no braço, anel de prata, o vice-presidente da ala dos compositores do Império Serrano, Gregório dos Santos, de 46 anos, explica o perfil do exército:

— São pessoas que buscam um objetivo na vida. Nosso lema é “Aqui não há espaço para intrigas, fofocas, inveja ou desavenças” — conta, cercado por dois altares (num deles, São Jorge está ladeado por São Francisco e um quadro com um preto velho. Do outro, tem a companhia de uma carranca com a forma de Iemanjá e flores vermelhas).

Milagre

Exemplo da fé no Santo Guerreiro, o comerciante João Paulo Santos, de 46 anos, bate ponto todo dia na Igreja de São Jorge, em Quintino. Parte do time de organizadores da grande festa da paróquia, hoje, com direito ao tradicional angu, ele acende toda semana uma vela e relembra a grande graça:

— A devoção vem desde minha mãe. Sofri acidente de moto em 1989 e corri o risco de perder a perna. O médico disse que não poderia mais dobrá-la. Hoje, jogo até bola. São Jorge me atendeu — presta continência ao soldado.

Points da Festa

Quintino: Celebrações a partir das 5h. Às 17h30m, sairá a procissão.
Duque de Caxias: Missas às 5h, 9h, 12h, 16h e 19h, com procissão.
Santa Cruz: Celebrações a partir das 6h e Vigília Pascal, com procissão a partir das 18h.
Centro: A igreja abrirá às 4h e serão feitas orações durante o dia. Alvorada amanhã às 5h.
João Paulo reza todos os dias para o Santo Guerreiro.

Nenhum comentário: