GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sábado, 23 de abril de 2011

Cova de Monstro de Realengo recebe flores

 


Cova de Wellington Menezes recebe flores


Depois de ser enterrado como indigente na área de covas rasas, o túmulo de Wellington Menezes de Oliveira amanheceu com um buquê de monsenhores brancos e sinais de que velas foram acesas.
Segundo o coveiro, André Luiz Oliveira, de 31 anos, o que parecia impossível aconteceu: estiveram no local para acender velas e rezar pelo autor do massacre da Escola Tasso da Silveira, em Realengo.
— Um grupo com cerca de cinco pessoas esteve ontem (sexta-feira) à tarde no túmulo. Eles colocaram as flores, acenderam velas e ficaram rezando por muito tempo. Uma das senhoras me disse que era kardecista e veio pedir pela alma dele. Mas não sei dizer se as pessoas eram da família — afirmou o funcionário, que na sexta-feira ajudou a enterrar o corpo.
Há 12 anos trabalhando como coveiro, André Luiz já enterrou muitos corpos não reclamados, mas o túmulo de Wellington é o único que tem o número na ponta da língua: 7708. Mesmo com toda a revolta da população contra o assassino das 12 crianças e adolescentes, André Luiz não acredita que vândalos venham ao Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, para realizar protestos na cova, assim como fizeram na casa onde o atirador havia morado com a irmã, em Realengo.
— Foi a pior pessoas que enterrei, mas vão querer fazer o que com aquele corpo? Acho que ninguém vai vir fazer nada com o túmulo — supôs André Luiz.
Nenhum familiar de Wellington compareceu ao IML para liberar o corpo desde o trágico 7 de abril, quando ele abriu fogo contra os estudantes. O atirador de Realengo foi enterrado em uma urna popular por volta das 8h30m de sexta-feira, sem direito a choro e coroa de flores. Dos pedidos feitos por ele na sua carta de despedida, apenas um parece ter sido atendido. No texto com trechos desconexos, ele pedia para ser enterrado em um lençol branco ao lado de sua mãe adotiva, no Cemitério do Murundu, em Realengo. Queria ainda a visita de um "fiel seguidor de Deus orando diante de sua sepultura". Ganhou mais do que rezas. Recebeu até flores.
Massacre
No dia 7 de abril, Wellington entrou na escola, em que havia estudado, se fazendo passar por um palestrante. Ele matou 12 crianças entre 11 e 14 anos. Outras 12 ficaram feridas e três permanecem internadas.

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