Fria e problemática. Essa é a forma como a mãe e a polícia definem Luciene Reis Santana, apontada como a assassina da menina Lavínia. Mãe de três filhos, Luciene se relacionava há mais de um ano com Rony dos Santos Oliveira, pai da garota.
Parentes de Rony afirmam que desconheciam o caso extraconjugal. No entanto, a mulher de Rony, Andreia Azeredo, disse que sabia da existência de Luciene, embora não a conhecesse pessoalmente:
— Eu sabia dela porque ela chegou a ligar aqui para casa. Outras vezes, eu liguei para o celular do Rony e ela atendia. Mas nunca a vi.
Luciene demonstrava nutrir um sentimento doentio por Rony.
— Eu disse que não queria mais ficar com ela, mas a Luciene não aceitava e ameaçou se matar — afirmou Rony.
Neide Reis, de 57 anos, mãe de Luciene, afirma que a filha sempre “deu trabalho”. A mãe conta que diversas vezes procurou a polícia e o Conselho Tutelar — quando Luciene era adolescente — para pedir ajuda: — O comportamento dela sempre foi complicado. Dava para notar que ela não era “normal” como as outras meninas da idade dela.
Apesar disso, Neide não acreditava que Luciene pudesse ser capaz de matar.
— Não consigo acreditar que ela fez isso com uma criança. É muita crueldade. Ainda mais com uma pessoa que estendeu a mão para ela. Rony ajudou a minha filha. Ele até auxiliava a pagar o aluguel — afirmou Neide Reis, chorando.
A frieza de Luciene Santana chamou a atenção da família de Lavínia desde o primeiro dia do desaparecimento da menina.
— Eu olhei na cara dela e perguntei onde estava a minha sobrinha. Ela não teve reação alguma só disse que a Lavínia não estava com ela. Ainda falou que não era amante do Rony, mas namorada dele — afirmou a tia de Lavínia, Rosilaine dos Santos.
Chamada diversas vezes na 60ª DP (Campos Elíseos) para prestar depoimento, Luciene não demonstrava — apesar de manter um relacionamento com Rony — pesar pelo desaparecimento da menina ou pelo sofrimento da família.
Luciene chegou a apresentar um álibi: pediu para que a polícia confirmasse que ela havia usado o RioCard no ônibus para ir a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Centro de Caxias. Ontem, todavia, imagens do circuito de segurança do ônibus comprovaram que ela usou o transporte para levar a menina ao hotel, onde Lavínia foi morta.
Ao mesmo tempo em que acusava o ex-marido, Luciene ainda ameaçou Euzimar de Oliveira Silva para que ele não fosse à delegacia prestar depoimento. Para o delegado Robson da Costa, Luciene premeditou o crime.
— O plano era sequestrar a criança, ficar com o dinheiro do pai e colocar a culpa do crime no ex-marido. Ela matou a Lavínia para ficar impune — afirmou ele.
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